sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Today's lesson


Hoje na aula de violão, além de aprender “Recomeçar” e “S.O.S.” (Restart e Jonas Brothers, respectivamente. Momento “eu-tenho-13-anos-gosto-de-bandinhas-da-moda-e-não-ligo-pro-que-você-pensa”), aprendi algo MUITO importante com o Igor, meu teacher. Ele é irmão da Didi, uma das minhas BFFs, e eu nunca levo ele muito a sério porque ele sempre tá (me) zoando e/ou fazendo imitações (desde o “Excelente” do Sr. Burns, dos “Simpsons”, até o “Who the fuck is Justin Bieber?”, do Ozzy Osbourne, passando pelas frases soltas do Lobão e pelo “Eu não sou brinquedo de menina!” do Ken em “Toy Story 3”. Ah, e tem a cena clássica do “Esqueceram de Mim 2”, onde o Kevin McCallister reproduz uma cena gravada de um filme para aterrorizar o pessoal do hotel. É, o Igor sabe TODAS as falas dessa parte do filme!). Enfim. Hoje eu o levei a sério. 

Ele queria me ensinar uma música dos Jonas Brothers chamada ... pausa para procurar o papel com o nome da música ... “Give love a try”. Ele disse que a letra era bonitinha e talz, mas eu disse que não estava numa fase muito de ouvir músicas românticas. Acabei desembuchando um monte de coisas sobre a minha vida e meus problemas e ele ficou tipo: “Caraca! Você passou por isso tudo?” Foi aí que ele começou a me dar “dicas de comportamento” hahahaha. Basicamente ele falou que eu tenho procurar pessoas que eu sei que não vão me fazer mal. “Mas o meu cupido usa drogas!” respondi. “Não. Você usa drogas. Você gosta de Restart!” ele rebateu. “Tô falando sério! Só me apaixono por pessoas bizarras!” “Cara, você tem que controlar então. Se você olha uma pessoa e sabe que pode se apaixonar por ela e sabe também que ela pode não ser tão boa pra você, se afasta ou se condiciona a não gostar dela.” Talvez ele não tenha dito exatamente com essas palavras, mas essa era a ideia.

Pode parecer óbvio, mas achei genial. Aliás, estou achando muitas coisas óbvias geniais ultimamente. Sei lá, sabe quando você está enxergando algo tão de perto que você não consegue ver com clareza o mais óbvio? É isso que tava acontecendo comigo. Aí, ao me afastar, acho que os conselhos mais simples são obras primas das mentes mais brilhantes desse planeta. Então achei genial esse simples conselho: se condicione a gostar de pessoas que vão te fazer bem. Tudo bem que existem lobos em pele de cordeiro, mas a esperta aqui geralmente se apaixona por lobos em pele de lobo ou amebas em pele de ornitorrinco – criaturas com a vida ativa de uma ameba e com a aparência estranha de um ornitorrinco. Anyway. Mais um tópico a ser adicionado à minha lista de resoluções de ano novo *_*

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Carrie


O bullying tá na mídia constantemente hoje em dia. Mas ná década de 70 um escritor de terror já tinha retratado mais ou menos o bullying, o que acontecia com quem sofria e o que podia acontecer com quem perseguia. Estou falando de Stephen King e de "Carrie - a estranha", um dos meus livros preferidos.

Para quem não conhece a história, Carrie White é uma menina de 17 anos criada pela mãe, uma fanática religiosa, e zoada por todos os colegas da escola. Só que seus agressores não sabiam que ela tinha poderes telecinéticos, ou seja, que ela podia controlar coisas com a mente. Então, quando as meninas populares do colégio fazem uma ENORME sacanagem com ela (em resumo: fazem com que ela seja eleita a rainha do baile e, para humilhá-la na frente do colégio inteiro, derramam sangue de porco nela), Carrie, com seus poderes telecinéticos, mata todo mundo. Fim.

Já conheci umas meninas BRILHANTES que tinham um ar de Carrie White. E eu, se nunca tive ar de Carrie, já me senti como ela diversas vezes. E como já desejei ter poderes telecinéticos e me vingar. Mas, na minha singela opinião, todo mundo que mexe com a nossa Carrie interior, mais cedo ou mais tarde, direta ou indiretamente, vai se ver com ela.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Press (Re)start button

As pessoas geralmente dizem umas às outras: “seja quem você é”, sem parar pra analisar bem o significado disso. Até um tempo atrás, eu ficava matutando, como diria minha amiga Carol, sobre o que queria dizer “ser quem eu sou”. Hoje, vejo que, muito mais do que não mudar meus gostos, ser quem eu sou é, primeiramente, assumir meus gostos. Tá, deixa eu tentar explicar isso melhor com um exemplo. Quando a Avril Lavigne mudou o estilo dela de skater girl pra pseudo gótica e, posteriormente, de pseudo gótica para punk princess, todo mundo a acusou de ter mudado e de não ser ela mesma e talz – e me inclua entre as pessoas que a acusaram; na primeira mudança eu tinha 11 anos e na segunda eu tinha 14. Foi meio chocante ver minha heroína toda mudada, e demorei um pouco para me acostumar. A questão é: Avril foi ela mesma nas suas mudanças. Ela foi fiel a si mesma e teve coragem pra mudar. Ser para sempre de um jeito não é ser você mesma, é ser quem os outros esperam que você seja. Acho que ficou mais confuso agora... Não somos seres estáticos no tempo e no espaço, interagimos com outras pessoas, com filmes, músicas, livros, games e experiências que nos mudam. Quando alguém fala: “você não é mais você mesmo, você mudou muito”, não pensa que o mutante em questão está apenas realizando o ciclo comum da vida. Mudanças internas fazem parte da rotina de qualquer pessoa. Logo, ser você mesmo é respeitar essas mudanças e não ficar preso a quem você era num passado distante. E aí chegamos onde eu queria: ser você mesmo é assumir seus gostos.

Eu odeio amarelo, funk, a rede Globo, não ligo para ursos, nem pra labradores, nem pra golden retriviers (aliás, qual é a diferença de um labrador pra um golden retrivier?), odeio bebidas alcoólicas com gosto de álcool, acho “O senhor dos anéis” um porre, assim como filmes de super heróis e de ação, odeio frutos do mar – e todas aquelas comidas mais caras do cardápio –, não gastaria sei lá quantos mil numa bolsa só porque está estampado nela “Louis Vuitton” ou “Victor Hugo”, não sou muito fã de ficar torrando na praia pra ficar vermelha, odeio estampas florais, ombreiras, cores neon nas roupas ou nas unhas, acho o Jorginho do comercial da PromoInfo totalmente assustador ( se você não sabe do que estou falando, veja os comerciais da Record ou procure um anúncio da Promoinfo no Youtube), acho a Lady Kate sem um pingo de graça – assim como TODOS os quadros do “Zorra Total” – e me irrito profundamente quando as pessoas repetem seu infame bordão: “Bom, bom, bom não tá, mas tá bom”.

Eu gosto sim da Banda Djavú, de Zezé di Camargo e Luciano, de Roupa Nova, de romances mulherzinha (tipo Marian Keyes, Gossip Girl, Bridget Jones e afins), li a saga inteira de “Crepúsculo” e até gosto da história, apesar de achar que foi mal-escrita, já amava buldogues franceses há uns dois anos antes de a Lola, do PC Siqueira, pensar em nascer, meu gênero preferido de filmes é animação, leio revistas adolescentes, meu ideal de beleza é extremamente equivocado, do ponto de vista de uma pessoa normal (acho o Paul Dano, o Dwayne de “Pequena Miss Sunshine”, lindooooo!), e, finamente, gosto, sim, de Restart.

Não uso roupas coloridas porque não gosto. O máximo de cor que me arrisco a usar é um vermelho, um pink ou um roxo. Mas gosto muito da ideia dessa ideia do Happy Rock de aposentar o preto, apesar de eu não ter coragem para tanto. O Happy Rock é um tanto inovador nesse aspecto: o preto SEMPRE foi a cor do rock, e Pe Lanza, Pe Lu, Thomas e Koba ousam fazer rock (porque “Recomeçar” é rock sim) com calças verde limão, camisetas laranja neon e suspensórios vermelhos, com tênis coloridos – e pela primeira vez o All Star deixou de ser o tênis de quem toca rock –, pulseiras de mola e Ray ban. Mas não é porque eu curto o som dos caras – ou porque curto os caras, ou, mais especificamente, o Pe Lanza – que vou jogar fora minhas 5 blusas de caveirinhas, doar meus 5 pares de All Star, queimar minhas incontáveis blusas pretas e começar a usar Ray bans. Tá, eu queria muito comprar um Ray ban azul escuro, mas os óculos simplesmente não combinam com o meu tipo de rosto e eu vou respeitar isso usando apenas meus óculos enoooormes à la Willy Wonka.

Além da inovação das cores no mundinho preto, o Happy Rock (e não “Rap Rock”, como estava escrito numa “Caras” que eu estava folheando na casa da minha avó) traz uma ideia de que rock não é sexo, drogas, ficar doidão, ignorar os fãs e quebrar quartos de hotel. Ok, originalmente o rock pode até ser isso, mas, na minha opinião, rock é transgressão com guitarras e bateria (porque eu NUNCA consigo ouvir o baixo, a não ser nas músicas do Red Hot e em algumas do Nirvana). E o que é mais transgressor que mudar, ou pelo menos tentar mudar, o próprio rock? Eu duvido muito que o preto deixe de ser a cor do rock e duvido que o Pe Lanza seja chamado de roqueiro por qualquer revista que seja, mas talvez as futuras gerações do rock aprendam algo com a Restart. Talvez a serem mais simpáticos e brincalhões, talvez a darem mais importância às fãs, talvez a dar a cara a tapa – ou vocês acham que é fácil ser vaiado em rede nacional no VMB, maior prêmio da música brasileira, e continuar feliz? Gente, o Pe Lanza tem 17 ou 18 anos, ele é da minha idade! E se fosse eu lá naquele palco, ah, eu ia chorar muito.

Aí os pseudo cults – tipo humano detestável – reclamam que as letras não trazem nada de novo. Não, realmente não acho que elas tragam algo de novo. Mas acho que desde a Madonna as letras não são mudadas. Até a Lady Gaga, que inovou em tudo, pecou um pouquinho nas letras. Não, mentira, eu esqueci da Lily Allen e da Pitty, que têm letras in-crí-veis! Enfim. Eu não sei se você percebeu, pseudo cult, mas há muito tempo que uma banda não é feita só de música. A banda é feita do seu visual, do seu comportamento, do seu nome e, ah, sim, da sua música - mas o nível de importância da música no sucesso de uma banda é assunto pra outro post. Então, pseudo cult, se você quiser ouvir um Djavan e não entender a letra, vá em frente; se você quiser sofrer ao ouvir a voz desafinada do Caetano Veloso, quem sou eu pra te impedir?; e se você quiser ir num show do João Gilberto e sair de lá maravilhado com a arrogância do sujeito, go ahead, delicie-se. Mas me deixa ser feliz cantando “E eu vou te esperaaar, aonde quer que eu váá, aonde quer que eu váá, te levo comigo”...

Lições de vida e de revistas

Ontem eu estava lendo umas revistas adolescentes que eu tenho (algumas desde 2004!) e acabei ficando muito irritada comigo mesma. Por quê? Bem, lendo umas crônicas da Liliane Prata e vendo umas dicas de como agir em determinadas situações, vi que eu tinha passado por boa parte daquelas circunstâncias sem aquelas dicas. E me dei mal. O pior é que, analisando hoje a maioria dos casos citados nas revistas, vi que eu aprendi todas aquelas dicas – não porque eu li e incorporei, mas porque a vida me ensinou. Eu odeio usar expressões como “A vida me ensinou”,mas, nesse caso, não tem outra melhor.

Eu amo ler outros blogs e acho que dá pra ver claramente o quanto eu amo escrever e o quão grande é o meu carinho pelo Pessoa Esdrúxula. Mas, apesar de babar em cima da grande maioria dos textos que eu leio em blogs alheios, dificilmente eu vou mudar algo que está interiorizado só porque li um texto, por mais que eu concorde com o que está escrito ali em gênero, número e degrau (como diziam Paulo Bonfá e Marco Bianchi). Assim como eu também não tenho pretensões de mudar a vida de ninguém aqui. Como eu já disse over and over again, eu escrevo, acima de tudo, pra mim, pra organizar meus pensamentos caóticos. Mas, se vocês gostam e se identificam, QUE BOM!!!

Por que não podemos aprender com os erros alheios? Por que temos que quebrar a cara para tirar uma lição? Por que assim damos mais valor? Por que cada um é cada um, cada situação é uma situação diferente e o que aconteceu comigo pode não acontecer igualzinho com você? Mas então por quê sempre que eu leio um texto da Liliane Prata parece que ela está falando comigo, de tão iguais que são os resultados que nós duas tiramos de determinadas situações?

Essas são perguntas retóricas. Mas, se você souber a resposta, me avise, ok?

Igualdade, Fraternidade e...

Particularmente, eu acho que a liberdade, assim como a Clarice Lispector, a Coca Cola e cães labradores, é superestimada. Sério mesmo. Ansiamos tanto pela liberdade, mas, no fundo, é algo totalmente utópico, que nem a paz mundial ou algo do gênero. Primeiro porque cada um tem uma ideia diferente de liberdade. E segundo porque é impossível ter uma liberdade total, em todas as áreas da vida. Apesar de achar os ideias anárquicos muito bonitos, acho que simplesmente não funcionaria. Precisamos de regras pra não enfiar o pé na jaca.

Imagina viver numa sociedade sem leis, numa suposta liberdade total. Conheço muitas pessoas que não roubam ou não matam porque passariam um bom tempo na cadeia se fossem pegas. Se tudo fosse permitido, tudo seria banalizado e tudo perderia a graça. Limites são necessários. É óbvio que, como tudo na vida, é necessário ter um equilíbrio: não se pode permitir tudo, mas também não se pode proibir tudo – literalmente, não dá pra viver em nenhum dos dois extremos. Assumo que eu adoraria poder sair e voltar a hora que eu quiser, mas entendo perfeitamente os meus pais por não me deixarem. Aliás – momento piegas do post –, só cheguei onde cheguei, academicamente falando, graças a algumas restrições da minha mãe. Hoje em dia eu vejo as meninas que iam pras festas todo fim de semana e, bem, na melhor das hipóteses, elas estão fazendo algum curso que requer muito intelecto (tipo engenharia ou direito) em alguma faculdade de quinta. Minhas duas BFF’s do colégio passaram pra boas faculdades – uma pra arquitetura na PUC e outra pra biologia na Unirio. E não éramos do grupo das meninas “baladeiras” – coloquei entre aspas porque eu acho que essa é uma gíria paulista. Enfim. Talvez, se a minha mãe ou se a Tia Rose ou a Tia Rosane (mães das minhas BFF’s) tivessem nos permitido tudo, não estivéssemos onde estamos hoje.

É claro que viver numa ditadura seria um inferno e que ser controlado o tempo todo é um saco. Mas falo daquelas pequenas “correntes” às quais você está preso: seu namorado, sua família, sua faculdade/escola, sua sociedade. Conheço alguns namoros que terminaram porque uma das partes se sentia presa – mas namoro, assim como amizade ou qualquer outra relação afetiva, é formado de correntes. Estar ligado a alguém é, de uma forma ou de outra, estar preso à pessoa. Tudo bem, com cada um mantendo a sua individualidade, mas é uma prisão de qualquer forma.

Lendo um texto da Martha Medeiros – acho que foi “Divã” –, lembro-me de um trecho em que ela fala: “O ser humano é solvente”. E é. Depois que estabelecemos relações com alguém, mesmo que não falemos nunca mais com o ser, é muito difícil separar a influência que aquela pessoa teve em nós. Acho que não estou conseguindo me expressar muito bem, mas espero que vocês tenham conseguido captar a ideia.
Ps.: eu acho que adultério deveria ser crime. Eu não tenho certeza, mas acho que há um tempo atrás era. E separação também deveria ser. Afinal, é quebra de contrato! Se você promete amar e respeitar, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe, tem que cumprir com a palavra...

Ps2: eu escrevo os meus textos no meu PC - que não tem internet - e tenho que postar no computador do meu pai. O problema é que o meu Windows é recente e o do meu pai é antigo, então, para postar, eu preciso mandar meus textos pra minha BFF pra ela me mandar os posts no corpo do email e só aí que eu posto. Ela geralmente dá sua opinião pelo email mesmo e gostei tanto dos seus comentários que vou publicá-los abaixo ;)

"Espírito natalino"

Natal é comer chester, tender, peru, panetone, castanhas de caju, damasco, nozes, avelãs, bolinho de bacalhau. É ouvir “Já é natal na Leader Magazine”, a musiquinha do Guanabara, “Jingle Bells”, “All I want for christmas is you”. É ver a Missa do Galo, “Esqueceram de mim”, “Meu papai é Noel”, “Milagre na rua 34”, “O Grinch”, os especiais de natal do Madagascar, do Shrek, dos “Padrinhos Mágicos”, do Jimmy Neutron, dos Simpsons e de qualquer programa que você imaginar. É comprar presentes sem se importar com o gosto alheio, só para não passar vergonha de receber sem dar. É montar uma árvore de plástico e pendurar bolas e bengalas de açúcar nela – aliás, alguém já viu uma bengala feita de açúcar de verdade? É usar uma roupa nova e se arrumar todo para, das duas uma: ou ver pessoas que você vê o ano todo ou ver pessoas que você só vê uma vez por ano.

O natal já deixou de ser a comemoração do nascimento de Jesus há muito tempo. As crianças devem achar que é o aniversário de Papai Noel – mas então, por que será que é ele que dá presentes pra gente, e não a gente pra ele? Os adultos tentam ignorar que foi a data criada por todas as áreas do comércio para lucrar mais. E o mais próximo da magia do Natal que experimentamos é ver os comerciais da Coca Cola, a cada ano mais bonitinhos e criativos.

O que será que aconteceria se a gente ficasse com quem a gente gosta de verdade no natal? Ou se a gente só desse presente para quem foi importante pra gente? Ou, ainda, se a gente parasse de hipocrisia e assumisse o natal como a data que ele é, como eu descrevi no primeiro parágrafo? Não estou dizendo de forma alguma que não sou hipócrita. Vivo o natal como qualquer outra pessoa. Mas e se a gente REALMENTE enfrentasse o natal como os comerciais fofos mostram? Com aquele espírito de solidariedade, com aquela atmosfera mágica, como o natal que a gente finge que é, mas não é? Particularmente, acho que seria muito mais divertido.

O meu natal desse ano até que foi legal – no dia 24 fui pra casa da minha vó e, depois de ver umas 3h de Discovery Kids com a minha prima de 2 anos e meio, fui ver “Shrek” pela quinquagésima vez. E, no dia 25, fui de novo pra casa da minha avó e fiquei conversando com a namorada do meu primo, que é muito gente boa. Quando saí da casa da vovó, fui visitar minha prima e isso foi legal, porque eu adoro ela, mas a gente quase nunca se vê. Uma data legal, mas sem magia, solidariedade ou algo do gênero. Uma das minhas resoluções de ano novo vai ser ter um natal menos hipócrita no ano que vem...

Ps.: ri muito com essa minha priminha de 2 anos, a Maria Carolina. A menina é um exemplo de autoestima. A pessoinha, com uma blusa rosa e branca, uma calça sarouel pink e sandálias brancas vira pro pai e diz: “Olha como eu estou linda!”. É, gente, vamos aprender com ela!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Sósias

Pessoas com quem já me compararam fisicamente:

Vera Farmiga - a mãe do "Menino do pijama listrado" e da "Órfã"














Michelle Trachtenberg - fez "Passaporte para confusão", "A pequena espiã" e ficou mega conhecida como a Georgina de "Gossip Girl"














Liv Tyler - fez "Armagedon" e "Os senhor dos anéis", mas ficou conhecida mesmo por ser filha do Steven Tyler, vocalista do Aerosmith.










Espero que as pessoas tenham sido sinceras na comparação!

sábado, 25 de dezembro de 2010

I'm going trhough changes... / Análise de 2010

Há uns 5 anos atrás, quando eu fazia aula de violão (ainda faço, mas em outro lugar), meu professor me dizia que minha música era “Metamorfose Ambulante”, do Raul Seixas. Eu realmente mudo bastante de opinião, e se hoje te odeio, dependendo do motivo pelo qual te odeio, é provável que eu lhe tenha amor amanhã. Ao contrário do que o Dr. Gregory House diz, as pessoas mudam, sim. O tempo todo. Cada experiência, cada pessoa que encontra, cada música que ouve, cada filme/programa que vê, cada livro que lê, cada minuto que passa, tudo te muda. Algumas coisas, por estarem mais interiorizadas, demoram mais a mudar, mas isso não é motivo para dizer que as pessoas não mudam.

Esse ano foi de mil mudanças. Que, convenhamos, foram um inferno. Terminar um namoro no 1º semestre e entrar em depressão no 2º não é exatamente um ideal de ano perfeito, né? Então, estou feliz que 2010 esteja FINALMENTE acabando. Ok, ok, tive muitas mudanças positivas também: ir pra PUC (mesmo que tenha chorado a 1ª semana inteira) e descobrir que Letras é realmente meu lugar; fazer novos amigos na faculdade, que salvaram meu ano; fazer meus blogs, que me ajudaram MUUUUUUUUITO. Além disso, tive umas mudanças internas positivas, como valorizar mais os meus amigos, virar uma pseudo nerd e me viciar em jogos (não levem isso pro lado negativo, pelamordedeus! Jogar é a única coisa que consegue esvaziar minha mente!), aprender, na marra, que não se deve viver em função de ninguém e, finalmente, descobrir que eu sou bonita, apesar de uma parte do mundo medizer o contrário. Minha perda de memória infelizmente não mudou, então não lembro de outras mudanças, apesar de saber que elas aconteceram. E outras várias estão acontecendo nesse exato segundo. Não sei mais qual é a minha posição sobre o amor – eu não faço ideia se acredito inteiramente, se acredito com restrições ou se não acredito at all -, não sei mais qual é meu conceito de felicidade, não sei muitas coisas agora.

Eu tava conversando com uma prima minha nessa semana – beeijo, Thaís! – e ela disse que 2010 não foi um ano bom pra ninguém, que ela não conhece ninguém que gostou de 2010. Tirando a Tüppÿ, eu também não conheço ninguém que não diria: “Esse foi o pior ano da minha vida”. Não entendo de numerologia, então não faço ideia do porquê de esse ano ter sido péssimo pra todo mundo, mas enfim. O fato é que esse maldito ano está sendo deixado pra trás e, como disse a Cosabella no blog dela, “A partir do dia 1º, nós temos 365 novas chances de ter fazer valer”. Admito que 2011 me parece extremamente promissor. Desde o fato de finalmente ter vontade de fazer uma faxina geral por dentro de mim mesma até uma visibilidade maior pra minha carreira acadêmica – talvez vocês entendam melhor do que eu esteja falando em fevereiro. Tenho uma surpresinha pra vocês, mas espero conseguir segurar minha língua – ou melhor, meu dedos – até tudo estar certo.

Desde que eu soltei a diva adormecida dentro de mim – há uns... pausa para contas... 4 dias atrás -, minha vida mudou pra melhor. Quando eu fiquei mais confiante em mim mesma, parece que minha vida começou a “andar pra frente”. Então, minha dica pra vocês é: em 2011, não adianta comer lentilha ou 12 uvas, pular ondinhas ou sei lá o que você faz na virada do ano, se você não tiver fé em si mesma(o) e acreditar que você pode realizar o que você quiser. Olha só, tem algumas coisas – tipo ressuscitar mortos ou namorar a Madonna – que você só consegue se for Jesus. Eu estou falando de sonhos complexos, mas possíveis – tipo passar num vestibular concorrido, arranjar um trabalho legal, conseguir fazer aquela viagem com a qual você sonha desde os 5 anos de idade... Coisas do gênero. É como no filme “A princesa e o sapo” (citado no último post): não adianta nada fazer um pedido com toda a sua força pra Evangeline, a estrela mais brilhante, e não mover um músculo. Se você acha que, sei lá, cantar Sidney Magal traz sorte pra você, cante “Sandra Rosa Madalena” a plenos pulmões. Mas ajude a sorte a ajudar você. Provavelmente vou passar minha virada de ano com uma blusa da Lady Gaga, uma míni jeans e lingerie rosa – apesar de saber que, quem me conhece, vai achar essa combinação mega esdrúxula pra mim. Nos melhores anos da minha vida (de 2005 a 2009) eu passei a virada toda de preto ou com uma saia xadrez vermelha com uma regata preta. Mas acredito que lingerie rosa e uma Lady Gaga em mim vão me ajudar em 2011 – o que não que dizer que eu espero que uma blusa de 9,99 e um sutiã de bolinhas façam tudo por mim. Só estou ajudando a sorte ;)

Ótimo 2011 pra vocês!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

It’s ALIVE!

Sabe aquela propaganda de uma marca de cosméticos que diz: “Você pode ser o que quiser”? Então. Esse é o meu novo lema, pelo menos nesse exato segundo. Eu não gosto muito de quem eu me tornei. Uma patética depressiva que sofre por um amor perdido e blábláblá. Eu não estou no século XIX. É hora de – finalmente! – seguir em frente. E não quero dizer ir direto pra outro relacionamento. Não. Apesar de adorar estar com alguém, eu quero ficar um pouco sozinha com meus jogos, meus livros, meus textos e meus 37 gatos. Mentira, eu não tenho 37 gatos e nem nunca vou ter. Morreria de crise alérgica antes. Não tem nada de errado em estar sozinha. A vida é MINHA e, embora eu ainda não possa fazer exatamente o que eu bem entendo dela enquanto morar sob o mesmo teto que os meus pais, ninguém pode, deve ou vai dividi-la comigo. EU sou a estrela, a protagonista da minha vida. E, por mais que existam pessoas muitíssimo importantes pra mim (meus pais, a Gi, a Carol, Line, Bella, Tüppÿ, etc etc etc...), elas nunca tirarão o MEU lugar na MINHA vida. Infelizmente, isso foi o que aconteceu comigo. Eu simplesmente parei de viver em minha função!

E agora, aproveitando essa coisa de ano novo, vida nova, quero deixar mesmo 2010 pra trás, com todas as partes ruins. Vou viver minha vida em 2011 com um sorriso no rosto, tentando ser mais PollyAnna e talz. Porque, como eu e a Line dizíamos de zoação, “eu sou linda e vou arrasar hoje!”. Eu tenho que deixar o meu lado “ALOKA” assumir, o meu lado “Serginho-do-Big-Brother” – e, para começar, provavelmente vou passar o ano novo com uma blusa azul linda demais da Lady Gaga em desenho, com os dizeres “Love the music” brilhando em baixo. Como já disseram grandes divas – ou pelo menos eu lembro da Madonna e da Carol, minha BFF, dizendo isso – “eu sou um gay preso num corpo de mulher”. Agora, nesse exato momento, eu tô me sentindo mega powerful e tô vendo a vida de um jeito pink e cheio de glitter – imagine a colisão entre o clipe “Check on it”, da Beyoncé (lembram? É trilha sonora de “A Pantera Cor-de-rosa”) com o “Take it off”, da Ke$ha. A Courtney Love disse uma vez que tem dias que a gente acorda e é a Barbra Streisand. Não gosto muito da Streisand, nem da Cher, nem da Celine Dion ou dessas consagradas divas da música – apesar de todas elas serem musas das playlists gays. Mas hoje eu sou uma diva. Mesmo com um shortinho laranja de dormir, mesmo com uma regata verde básica, mesmo com um chinelo branco encardido e com o meu cabelo preso num coque por uma piranha pink, mesmo com o meu delineador preto todo borrado, mesmo com tudo isso, eu sou uma diva. A diva da MINHA VIDA! E ai de quem disser o contrário!

Conversando com a Tüppÿ na semana passada, a gente tava discutindo a questão da auto-estima. Conhecemos várias meninas que não são nem um pouco bonitas pelas convenções sociais – ou por nenhuma convenção at all – e que se acham bonitas e, bem, isso acaba fazendo toda a diferença. Eu tava vendo um episódio antiquíssimo de “America’s Next Top Model”, da temporada que tinham as lendárias Jade, Furonda, Danielle – a dos dentes separados – e Joanie, e a Tyra disse algo muito importante: é importante mostrar confiança, mesmo que você não tenha e que você esteja fingindo. Porque, nesse caso, eu acho que uma mentira contada mil vezes se torna verdade. No começo, você até pode estar atuando, mas depois você REALMENTE será aquela menina poderosa e confiante. Hoje eu reencontrei uma menina que eu só conheço de vista e que há muito eu não via. Ok, ela era uma pré-adolescente na última vez que eu a encontrei e agora ela deve ter uns 13 anos. A menina incorporou uma aura que a transformou numa pessoa super atraente. E, fisicamente, ela nem mudou tanto. Só cortou uma franjinha e passou um gloss. Ela deve ter tido uma transformação interior muito grande, porque ela mudou muito! É como se a gente sofresse uma revolução por dentro e essa mudança interior se refletisse no exterior – ou, como diria o Guilherme, meu querido ex-professor de história, “a infra reflete na supra”. E, se a revolução não começa por ela mesma, eu vou começar. Se Maomé não vai até a montanha, eu levo a montanha até Maomé, apesar de ser o jeito mais difícil. Ainda na conversa com a Tüppÿ, ela disse que esse negócio da auto-estima funcionava. Eu disse que não, porque já havia tentado e não havia dado certo.

Mas eu estava com o objetivo errado. Praticamente desde que meu namoro acabou, meu objetivo principal era arranjar um novo namorado. Sim, sim, patético e eu me envergonho disso. Eu estava que nem a Lottie do filme “A princesa e o sapo” (esse novo desenho da Disney). Esperando meu príncipe encantado desde pequenininha e vivendo em função disso. Mais vale a pena se como a Tiana (a princesa do título): correr atrás de um sonho maior e que o amor venha a reboque. Okok, cada um é cada um e a Tiana é uma criação dos estúdios Disney, não quer dizer que vai acontecer o mesmo comigo. Mas todo mundo diz que o amor surge quando você menos espera, não é? Então eu vou me preocupar com meus mais de cem livros que me aguardam pacientemente na minha estante, com os meus jogos de PS2, que não vão ser jogados sozinhos, com o meu violão, que não será tocado sozinho, com as minhas ideias, com as minhas elucubrações, com as minhas epifanias, enfim, com a enorme porcentagem da minha vida que não inclui relacionamentos amorosos. Minhas músicas, de “I just need somebody to love”, “All by myself” e “I will survive”, foram pra “Livin’ la vida loca”, “Viva la Vida” e “It’s my life” (do Bon Jovi, não do No Doubt). Só não incluo “I gotta feeling” aí porque não me sinto muito à vontade com ela. Essa música é tão de todo mundo que eu acho que ela já perdeu a individualidade. Sei lá.
Já escrevi muito por hoje. Vou viver minha vida um pouquinho...

A Gostosa

Uma morena bronzeada andava pela rua, chamando a atenção por onde quer que passasse. Seu corpo era literalmente escultural – era uma escultura viva, esculpida diariamente com musculação, semanalmente com drenagem linfática e ocasionalmente com uma cirurgiazinha, só para não perder o costume. Já tinha silicone nos seios, seu nariz era plastificado, suas rugas magicamente desapareciam depois de sessões de botox, as lipos eram anuais. Seus cabelos, de um preto tão luzidio que provocaria inveja em Iracema, ficavam lisos depois das tantas escovas (progressiva, de chocolate, de chocolate branco, de morango, egípcia, marroquina...) que fazia quinzena ou mensalmente. As unhas, enormes, pintadas com um esmalte vermelho brilhante e decoradas com minúsculas florezinhas brancas, também eram siliconadas. Havia tentado usar lentes de contato coloridas, mas percebeu que ficaria altamente estranho; por isso – e apenas por isso –, deixava seus olhos castanhos sem nenhum retoque de artificialidade. Suas roupas, quase um uniforme, consistiam em uma legging de ginástica com estampas animais, um top frente única da academia onde malhava, meias de ginástica até o joelho e tênis de caminhada, da marca mais cara que você puder imaginar.

Tinha dois filhos adolescentes, criados meio no abandono. Seu marido, um cara gordo e rico que talvez, visualmente, não merecesse a mulher que tinha, exibia-a como um troféu para os amigos. “Cara, tua mulher é muito gostosa!”, eles repetiam quase como num mantra, numa esperança vaga de que suas mulheres se transformassem repentinamente naquela beldade. E era simplesmente isso: gostosa. Nem chegava a ser bonita. Não. Era gostosa, e carregava esse título como uma medalha sobre o peito (ou seria sobre a bunda rebolativa?). Odiava estudar qualquer coisa que fosse e só havia entrado na faculdade para encontrar um marido. Sua diversão era: ir à praia, malhar, ver novela. Seu sonho, no momento, era comprar mais uma Louis Vuitton.

Não podia dizer se era realizada pessoalmente ou não: elucubrações profundas não eram com ela. Ela só queria manter aquele corpão escultural e ostentar o título de gostosa. Pra quê? Talvez para lembrar ao marido rico que, se ele não quisesse aquela deusa, outros caras com certeza queriam.

Se por acaso a Gostosa lesse um pouquinho, talvez tivesse a sorte de pegar um livro, ou uma crônica mesmo, da Martha Medeiros. E ela poderia ler o seguinte parágrafo: “Não há nada de errado em lipoaspirar culotes e encomendar seios novos na cínica da esquina, mas que não se faça isso apenas por impulso do erotismo. Mulher não é boneca inflável, não foi feita só pro sexo. Vai parecer insanidade, e talvez seja, mas acho que ser elegante vale mais do que ser gostosa: todas temos no próprio corpo algo que é clássico e é nosso. É só valorizar e lançar como tendência para o próximo verão” (Martha Medeiros, Montanha Russa, p. 14. Crônica “A beleza que não se repara”).

Quanto mais eu conheço os homens...

Há umas duas semanas, mais ou menos, estou com um desejo fixo na mente: quero um cachorrinho. Eu já tenho uma Pinscher, mas ela fica no sítio da minha avó - ela é muito agitada e não se adapta a apartamentos. Eu quero um pug ou um buldogue francês pra ficar aqui em casa comigo, pra vir lamber meus dedos quando eu chegar exausta da faculdade, pra brincar comigo nos meus momentos de tédio, pra – principalmente – me animar nos momentos em que eu estiver pra baixo.

E o engraçado foi que, bem, que eu me lembre, eu nunca li contos ou crônicas sobre cachorros. E hoje, em menos de duas horas, ao pegar dois livros distintos pra ler (“Laços de Família”, da Clarice, e “Montanha Russa”, da Martha Medeiros), li um conto e uma crônica sobre o suposto melhor amigo do homem: “O crime do professor de matemática” e “Homens e cães”, respectivamente. Leiam um trechinho de cada um:

Clarice: “Ah, sim, eras irredutível: eu não queria que comesses carne para que não ficasse feroz, mas pulaste um dia sobre a mesa e, entre os gritos felizes das crianças, agarraste a carne e, com uma ferocidade que não vem do que se come, me olhaste mudo e irredutível com a carne na boca. Porque, embora meu, nunca me cedeste nem um pouco de teu passado e de tua natureza. E, inquieto, eu começava a compreender que não exigias de mim que eu cedesse nada da minha para te amar, e isso começava a me importunar.”

Martha: “O que é um amor puro? É o amor que não espera nada em troca, é o amor que não se projeta adiante, que nada constrói, ou seja, não é o amor entre o homem e a mulher que casam e formam família. Estes até são impulsionados pelo amor, mas o amor é apenas o ponto de partida para uma ambição maior: a articulação de um futuro. Já amar um cachorro é como amar um amante: o futuro inexiste, só o presente é que conta, não há intenções encobertas, apenas o dar e o receber gratuito, o prazer renovado a cada dia, sem interferências de qualquer espécie. [...] O amor aos cães costuma ser acompanhado por uma certa perda de confiança no homem”.

O cachorro te ama sem pedir nada em troca, nem mesmo comida, carinho ou abrigo. O cachorro não pede para você mudar por ele – e você também não se sente na obrigação de mudar por ele. Ele não vai te trair, nunca (eu já vi namorados traindo, amigas traindo, até mesmo pais traindo de uma forma ou de outra. Mas nunca vi um cachorro traindo o dono). É o amor realmente mais puro: é irracional – provavelmente de ambos os lados. Ele não fala com você, e você não sabe se ele te entende, mas vocês conversam enquanto ele deita de costas implorando um carinho na barriga, enquanto você dá uma bronca nele, enquanto ele olha pra você com aqueles olhinhos pidões. Ok, ele não substitui um namorado (pelo menos, biologicamente, não. A não ser que você tenha algum transtorno sexual) ou uma amiga (porque, por mais que o cachorro te dê amor, acho que ele não vai poder te aconselhar). Mas o contrário também é verdadeiro: nada pode substituir o amor de um cachorro.

(Ainda sonho com o dia que meu blog será famoso. Aí eu vou pedir um cachorro e um dos meus milhares de fãs irá me dar um filhotinho enrugado mega fofo, assim como aconteceu com o PC Siqueira. E, não, Carol. Muito obrigada, mas não quero a Milla. Pra quem não sabe, a Milla é a poodle anti-social da Carol que sempre tenta me morder...)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Livin’ on a prayer 2

Sempre ouvi dizer que Deus escreve certo por linhas tortas (ou melhor: por linhas tortuosas). Eu pedi pra ser feliz, tendo uma coisa específica em mente, como se essa tal coisa fosse a minha felicidade. Bem, aparentemente, o Ser Supremo não atendeu o meu pedido pra coisa específica, mas talvez ele só esteja atendendo o meu pedido maior: ser feliz.

Bom dia. São 4h30 da manhã e tá começando mais um DePrê Show...

A depressão é uma doença que, como qualquer outra, exige tratamento. “Muitas pessoas  pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.” É realmente complicado para quem não tem a doença entender como o deprimido se sente. “Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.” Não é questão de simplesmente desejar estar melhor – até mesmo porque os deprimidos NÃO querem ou gostam de se sentir pra baixo. Eles só querem que toda a dor pare. A questão é que o deprimido não tem forças suficientes pra lutar contra sua tristeza sozinho.

Sintomas

Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos, passando pelos pensamentos negativos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:

•Perda de energia ou interesse

•Humor deprimido

•Dificuldade de concentração

•Alterações do apetite e do sono

•Lentificação das atividades físicas e mentais

•Sentimento de pesar ou fracasso

Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.

Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são:

•Pessimismo

•Dificuldade de tomar decisões

•Dificuldade para começar a fazer suas tarefas

•Irritabilidade ou impaciência

•Inquietação

•Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer

•Chorar à toa

•Dificuldade para chorar

•Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança

•Dificuldade de terminar as coisas que começou

•Sentimento de pena de si mesmo

•Persistência de pensamentos negativos

•Queixas frequentes

•Sentimentos de culpa injustificáveis

•Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual


Diferentes tipo de depressão

Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas.

A identificação da depressão

Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.

Causa da Depressão

A causa exata da depressão permanece desconhecida. Provavelmente, a explicação mais correta é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos. O uso continuado da palavra pode levar a pessoa a obter uma compensação bioquímica. Apesar disso nunca ter sido provado, o contrário também nunca foi. Eventos desencadeantes são muito estudados e de fato encontra-se relação entre certos acontecimentos estressantes na vida das pessoas e o início de um episódio depressivo. Contudo tais eventos não podem ser responsabilizados pela manutenção da depressão. Na prática a maioria das pessoas que sofre um revés se recupera com o tempo. Se os reveses da vida causassem depressão todas as pessoas a eles submetidos estariam deprimidas e não é isto o que se observa. Os eventos estressantes provavelmente disparam a depressão nas pessoas predispostas, vulneráveis. Exemplos de eventos estressantes são perda de pessoa querida, perda de emprego, mudança de habitação contra vontade, doença grave, pequenas contrariedades não são consideradas como eventos fortes o suficiente para desencadear depressão. O que torna as pessoas vulneráveis ainda é objeto de estudos. A influência genética como em toda medicina é muito estudada.

Se você conhece alguém que talvez esteja em depressão, converse com ele(a) e aconselhe-o a procurar uma ajuda profissional. Mas não se esqueça também de ouvi-lo. Conversar com alguém é essencial para quem está em depressão.

Informações: Psicosite

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Cheio de Charme" - Promoção!

Eu não sei se mais alguém aí é tão fã da Marian Keyes quanto eu. Já li todos os livros dela e eu fico super feliz quando começa a chegar novembro, mês que sempre sai algum livro dela aqui no Brasil. Então, o livro da vez é "Cheio de Charme", que, infelizmente, não é a história da Helen Walsh, mas tenho certeza que é bom do mesmo jeito. Se por acaso você nunca ouviu falar dela, a Marian é a autora do aclamado "Melancia" - que certamente você já ouviu falar.

Enfim. Eu tô aqui pra divulgar uma promoção do blog Menina da Bahia, que vai sortear dois exemplares do "Cheio de Charme"! E é super fácil (mesmo!) de se cadastrar! Então, se você quiser ganhar, dá uma passadinha lá!!

Beijosss

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Hopelessness

Ir embora e arruinar o fim de ano da minha família ou ficar e me arruinar cada dia mais? Ah, eu só queria ter coragem... Por que eu fui abençoada com simpatia, doçura e pacificidade? Eu só queria ser blasé, não ligar pra nada disso, ser como todo mundo é. Engraçado, passei um bom tempo sem chorar. Agora, parece alguém colocou uma cebola perto dos meus olhos. APENAS FAÇA ISSO TUDO PARAR, por favor. Nunca achei que fosse dizer isso, mas eu só quero ser normal. Parar de sofrer esse sofrimento exagerado e literalmente insuportável, ter uma vidinha mediana como todo mundo. Como disse a Mercedes, personagem principal do livro “Divã”, eu queria dormir e acordar daqui a 10 anos: acordar dez anos mais burra e dez anos mais bela.

Eu não sou forte, eu não sou corajosa, “sometimes I wish I’ve never been born at all”*. Não sei o que eu espero, “I wait alone for what will never come”**. Eu queria só dormir 24h por dia, 365 dias por ano. Isso tudo não é pra mim. Pra ficar nesse mundo tem que ser forte e lutar, e eu não sei se tenho fôlego pra tanto.

Minha loucura eu acho que está se modificando. Eu não se ela está melhor – ou menos pior - agora ou antes. Antes eu não tinha esperanças de mais nada, já estava soterrada na lama e, mesmo que não estivesse feliz, estava me acostumando. Agora, é um misto de pseudo felicidade com medo, ansiedade e empolgação. Mas sinto que minhas esperanças não são cordas apenas puídas (como disse no post "Livin' on a Prayer"). É como se elas fossem cordas puídas holográficas. Elas são uma fraca mentira que eu me conto pra ficar bem por mais cinco minutos.

Eu não quero mais fazer nada e isso tá me preocupando. Perco o apetite a cada dia mais. Eu só quero desligar esse computador e deitar na cama e fechar os olhos, mesmo que eu não durma.

Fazer nada.

*”Bohemian Rhapsody” – Queen

** “Boys on the radio” – Hole

A luz

É como se eu fosse um daqueles bichinhos atraídos pela luz e minha esperança fosse a luz. Eu me atraio, inexoravelmente, a ela, mas ela me queima. Mas eu não consigo fugir dela. Ela é a luz no fim do túnel, e você tem noção do alívio que se sente quando você vê a luz depois de andar na escuridão completa por um tempão? É meio bizarro, às vezes eu acho que uma viela vai surgir no meio do nada e vai me levar pra longe da luz. Eu só espero não me queimar ao chegar à luz.

Prêmio Dardos =D

Duas pessoas me indicaram para o Prêmio Dardos, as fofas Lovesick Diva e a Karine Knust. Muito obrigada mesmo, meninas! Me sinto muito honrada!!

O que é o Prêmio Dardos?

"O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Esse selo foi criado com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros; uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web."

Regras:

- Exibir a imagem do Selo no Blog

- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação

- Indicar outros (sem número limite) para premiar.

-Avisar os escolhidos

Então, abaixo estão os blogs que eu gostaria de premiar:

http://www.obviouslymypointofview.blogspot.com/
http://www.narradorapersonagem.blogspot.com/
http://pensequalquercoisa.blogspot.com/
http://thebloomsburytuppy.blogspot.com/

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Livin’ on a prayer

Ser Supremo que governa o Universo, por favor, preste atenção em mim. São só cinco minutinhos, prometo.
Eu não sei se peço muitas coisas a você, mas acho que não. Peço pela minha saúde e pela dos meus amigos/parentes quando eles estão doentes; peço pelo meu sucesso estudantil e pelo dos meus amigos; peço que me guie em segurança por esses ônibus loucos da vida (e isso não é uma metáfora, oh Ser Supremo. Não sei se você pega ônibus, mas eles são uma loucura, mesmo!). Ou seja, eu peço o básico. Uma espécie de “arroz e feijão” dos desejos. Tudo bem que sempre fui atendida, a saúde de todos vai bem, a minha vida estudantil, junto com a dos meus amigos, é excelente, e, tirando umas batidinhas de leve, meus ônibus sempre foram tranquilos na medida do possível. Ganho arroz e feijão, mas nunca me falta e é o melhor arroz com feijão que eu poderia ter.

Mas hoje, Ser Supremo, eu gostaria de pedir uma extravagância. Uma lasanha da Sadia, deliciosa. Ou... um Big Tasty com suco de guaraná/abacaxi diet. Não leve isso literalmente. Não, o que eu quero mesmo é a chance de ser feliz. Ou melhor: a chance eu já tenho – mas não sei se eu vou jogá-la pela janela ou se alguém vai pegar das minhas mãos e vai sair correndo com ela até que eu não consiga mais alcançá-la. Eu quero ser feliz. Eu quero voltar a ser feliz. E, acredite, não é tão abstrato quanto se imagina.

Eu só quero que tudo dê certo dessa vez. Eu quero que os meus sofrimentos e minhas cicatrizes tenham me servido para alguma coisa. “Experiência é o nome que damos aos nossos erros”, disse Wilde. Não sei se considero algumas coisas que fiz erradas – outras, tenho certeza que foram –, mas sei que ganhei muita experiência. Não deixe que a minha pressa de ser feliz acabe com tudo o que eu aprendi. Que eu possa aprender a ser paciente, como era antes.

Por favor, Ser Supremo, ouça minha prece. Transforme minha esperança em vida real. Ela é tudo o que tenho. Apesar de ser feita de cordas puídas, minha esperança é a única saída que vejo para sair desse poço no qual me encontro. Lentamente, transforme minha escada capenga num elevador.

Eu acho que você manda sinais pra mim um pouco antes de satisfazer meus desejos mais profundos. Você meio que me conforta, você diz pra mim: “Espere um pouquinho que, logo, logo, será atendida”. Só senti isso duas vezes na vida: uma há uns anos atrás e uma na semana passada. E você me manda essa noção quando tudo parece perdido. Olho pra situação e penso: “Como? Como vou sair daqui?” e você sempre me mostra uma saída. Como diriam os irmãos Baudelaire, pra tudo tem um jeito.

Por favor, me prove que não existem manuais de instruções para os humanos e realize o meu desejo, a minha esperança. Me faça feliz.

Hábitos

Eu sou uma pessoa que vive de rotina e de hábitos. E, infelizmente, sou muito apegada à minha rotina e aos meus hábitos. Quando tenho que deixar alguma coisa pra trás, sofro muito. Sinto falta de qualquer coisa boa que fez parte da minha rotina por um tempo: desde ver “Tv Colosso” até a 1ª abertura do “15 minutos” (que eu via antes de dormir, comendo biscoitos cream cracker – o popular “cremecraque” – com geleia ou requeijão), passando por ir pra dentista de 15 em 15 dias ou ficar cantando com meus amigos nas aulas de física.

Dos 11 aos 14 anos, sempre que eu passava na frente da rua do meu primo (a quem eu dediquei o post “In memorian”), eu olhava pra ver se encontrava ele. Até hoje faço isso, inconscientemente. E talvez nunca deixe de fazer. As pessoas dizem que o tempo cura tudo, mas acho que algumas maneiras (que não necessariamente significam “maus hábitos”) nunca serão deixadas de lado.

Por quê?

Tem muitas coisas que eu não entendo. Por exemplo: por que eu estou numa fase de comprar hidratantes compulsivamente? É sério, tenho um de cereja e noz moscada que já está acabando, um de macadâmia que tem menos de um dedo de conteúdo, um de romã e manga que comprei há uns três meses, um Christian Lacroix Rouge, um U by Ungaro que comprei essa semana e no fim do mês chega o Make me Wonder, da coleção Color Scents da Avon. E tá muito quente, ou seja, não consigo usar esses 500 hidratantes quase nunca!

Outra coisa que não entendo: por que “chácara” se escreve com “ch” e “xícara” com “x”? Ou então porque você emBARCA no avião? Ou por que a Globo insiste em deixar no ar programas como o “Zorra Total”, “A turma do Didi” e “Malhação”? Acho que essas perguntas nunca terão resposta...

Mas eu queria falar sobre outra pergunta que me atormenta bastante e que é meio que uma continuação do último texto sobre Clarice Lispector que coloquei aqui. Você deve conhecer a música “Bohemian Rhapsody”, do Queen. Se você não conhece essa música, bem, o Glee também fez uma versão dessa música (que ficou bem parecida com a original, por acaso) e vale muito a pena escutar uma das duas versões para conhecer. Enfim. Eu não sei se o Freddie Mercury escreveu essa música quando estava quase morrendo devido à AIDS, mas o fato é que essa música é extremamente triste/depressiva. Eu ainda tenho que pesquisar em quais circunstâncias ela foi escrita, mas isso não diminui a tristeza da música. Um dos primeiros versos da música é: “Mamma, just killed a man, put a gun against his head, pull my trigger now he’s dead” (algo tipo: “Mamãe, matei um homem, pus a arma contra a cabe;a dele, puxei o gatilho e agora ele está morto” – desculpe se tem alguma parte errada, é que peguei a letra de ouvido e eu não sou muito eficiente com traduções). E TODO MUNDO ama essa música! E todo mundo ama Clarice! E todo mundo ama a Martha Medeiros! Se eu falasse essas coisas, eu seria a depressiva, a maníaca, a psicopata, a louca, a que precisa de tratamento. Mas não. Com o Freddie isso é lindo; com a Clarice é genial; com a Martha é a essência da mulher contemporânea.

A cada dia que eu vivo eu descubro que sou mais louca e mais normal. Não exatamente normal, acho que eu quis dizer “igual a todo mundo”. O que quer dizer que todo mundo é louco.

Ps.: Logo no início de “Bohemian Rhapsody”, Freddie Mercury canta: “Is this the real life? Is this Just fantasy?” Isso lembra alguém? Siiiim! “David goes to dentist”!!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O novo romantismo

Conversando com um grupo de amigos na faculdade (última semana de aula, um monte de horários vagos, nada melhor do que juntar um grupão na frente da Casa da Empada pra jogar conversa fora), um comentário de uma colega fez com que eu parasse pra refletir sobre uma coisa que parece evidente, mas nem é tanto: antigamente, havia toda uma tradição de UM amor “verdadeiro” na sua vida. Se seu marido te abandonasse, traísse, morresse ou se simplesmente o casamento não desse certo, problema. Você ia virar uma solteirona pro resto da vida. Hoje em dia, ao contrário, há muito mais uma ideia de experimentação. É uma coisa meio: “Ok, vamos nos casar pra ver se dá certo. Se não der, beleza, a gente se separa.” Hoje, ao invés de ter UM amor verdadeiro, você tem vários – “O que é uma coisa bem mais romântica, se você parar pra pensar”, disse a Júlia (eu não converso muito com a Júlia por incompatibilidade de horário, mas admiro-a muito e acho-a extremamente sábia).

E vocês, o que que acham?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Everything, everything's magic

Às vezes é preciso acreditar um pouquinho em magia...


Minha mãe recebeu um telefonema um tanto inusitado ontem. Uma mulher chamada Ângela ligou aqui pra casa querendo falar com uma Eliane que dava aula. Bem, minha mãe, que se chama Eliana (apesar de todo mundo chamar ela de ElianE), conhece uma Ângela e dá aula de artesanato. Só que a Ângela do telefone não era a mesma que ela conhecia! Bizarramente, elas ficaram conversando por mais ou menos uns 20 minutos (Isso me lembrou muito uma piada em que o cara fala: "Nossa, amor! Você só ficou meia hora conversando com a sua melhor amiga no telefone!" "Não, não era a fulana não; é que eu errei o número!"). Uma pegou o telefone da outra, a Ângela ensinou uma técnica nova de decoupage pra minha mãe e, antes de desligar, a Ângela disse: "Nossa, isso é coisa de Deus!".

Coisa de Deus, magia, destino, sorte, sei lá o que foi. Mas é preciso admitir a existência disso! E acreditar mais um pouquinho também. Curiosamente, enquanto estava pensando nisso, passou o clipe de "Everything's Magic", do Angel & Airwaves (você deve conhecer essa banda como "a-nova-banda-do-vocalista-do-Blink-182").

Será que isso é um sinal de que minha vida vai ter um pouquinho de mágica?

sábado, 27 de novembro de 2010

Novo blog!


 Eu tinha feito o (Pseudo) Viúva Negra inicialmente pra escrever um conto. Mas depois decidi colocar lá todos os meus textos ficcionais. Então, quem quiser dar uma olhada (e seguir :P) eu agradeço muito!!! E o texto mais recente que tá lá é esse aqui: Mundinho Colorido.

terça-feira, 23 de novembro de 2010




Às vezes eu acho que o amor é como um unicórnio: é muito bonito, mas não existe. E, se algum dia você achar que encontrou um unicórnio, vai descobrir que era um cavalo com uma casquinha de sorvete grudada na testa.

Clarice é superestimada...

"Então, nascida do ventre, de novo subiu, implorante, em onda vagarosa a vontade de matar."

"A fêmea rejeitada espiritualizara-se na grande esperança."

"Onde aprender a odiar para não morrer de amor?"

"Recomeçou então a andar, agora apequenada, dura, os punhos de novo fortificados nos bolsos, a assassina incógnita, e tudo estava preso no seu peito. No peito que só sabia resignar-se, que só sabia suportar, só sabia pedir perdão, só sabia perdoar, que só aprendera a ter a doçura da infelicidade, e só aprendera a amar, a amar, a amar."

Clarice Lispector em "O búfalo" (conto de "Laços de Família").


Às vezes eu acho que Clarice Lispector é meio superestimada.

(Pausa para ouvir reclamações dos leitores furiosos, que acham que ela é genial e nem um pouco superestimada.)

Eu não acho que ela seja superestimada por mim. Clarice me entende perfeitamente, ela traduz o que eu não sei pôr em palavras. Clarice é a essência do meu "dark side". A minha crítica é que TODO MUNDO ama Clarice. Pessoas de Letras e de outras áreas. Amantes da leitura e pessoas que nunca pegaram num livro "tomam sua dose diária de Clarice Lispector" no Facebook. Todo mundo tem frases de Clarice no perfil do Orkut e no nick do MSN. Nunca leram nenhum livro porém. Não sabem o que é "A hora da estrela" ou "A paixão segundo GH". Na verdade, acho que a maioria das pessoas não teria identificação suficiente com Clarice para CONSEGUIR ler seus livros.

Mas e se as pessoas lêem e gostam de Clarice por causa de uma identificação?

Então, essas pessoas não podem me chamar de louca, psicopata, paranóica e outros adjetivos que questionam minha sanidade mental. Então, todo mundo tem um "dark side". Então, isso só prova que eu sou humana.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Expecto Patronum!!!

Na 6a feira, fiz algo que há muito não fazia: chorei. O motivo que desencadeu meu pranto foi banal, estúpido mesmo, mas acabei pensando: bem, já que estou chorando, é melhor aproveitar e chorar por tudo logo de uma vez. Chorei pelo meu primo; pela minha pseudo-depressão; pelos meus estudos; por problemas que não me sinto à vontade em expor aqui. Chorei com todo o coração e com toda a alma. Fiquei sem ar e comecei a hiperventilar (sensação familiar, que deixa o desespero menos desesperador). Me senti aliviada, como se meu interior estivesse sendo lavado. Por incrível que pareça, me senti genuinamente bem.

Não sei se gostar de chorar é uma atitude depressiva - creio que não. Mas, já que estamos falando disso, não posso deixar de escrever sobre a depressão. E sobre dementadores.

Se por acaso você não viu ou não lembra da saga Harry Potter a partir de "O prisioneiro de Azkaban", terceiro volume da série, dementadores são os guardas da prisão de Azkaban, que sugam toda a felicidade das pessoas, deixando o cilma frio e escuro. Ao ficar perto de um dementador, você tem a sensação de que nunca mais será feliz de novo. Como se livrar de um dementador? Com o feitiço do Patrono (no qual você grita, apontando a varinha para o dementador: "EXPECTO PATRONUM"!!). Para conjurar um patrono, você tem que se concentrar numa lembrança muito feliz. Se você só quer se recuperar do efeito que os dementadores tiveram em você, comer chocolate ajuda.

Como vocês puderam perceber, os dementadores são uma metáfora para a depressão - e a própria J.K. Rowling já admitiu isso. Quando eu estava chorando copiosamente na 6a, tentei lembrar de momentos felizes. Primeiro, vieram os piores momentos da minha vida. Mas, depois, vieram as alegrias. Jogar Guitar Hero com o meu grupinho do colégio (saudades, Pentagrama!), todas as cartinhas que a minha irmã já me mandou, o pessoal aparecendo no hospital quando eu fiquei internada, eu vendo uma mensagem, às 03 da manhã, da Tüppÿ, toda preocupada querendo saber se eu estava bem, porque ela não tinha me visto na faculdade naquele dia, todas as viagens de ônibus com a Bella, imagens de filmes, aulas legais, passeios pelas ruas de Casimiro de Abreu com a Aline... Aí pude conjurar meu "Patrono" e, com um sorriso no rosto, parei de chorar.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bregaaaa

Estava eu folheando a revista da Avon Moda & Casa dessa campanha quando, de repente, minha mente se vê num momento “grito de ‘Psicose’”. Sabem o que eu vi, caros leitores? Primeiro transcreverei o texto que acompanha o produto: “É moda: Transparência nos calçados! Fique ligada: as transparências prometem sair do ambiente da praia e ir para as ruas”. Sim, leitores. Era um tamanco de acrílico.

Para mim, esse tipo de sapato, assim como as clogs, nunca deveriam voltar à moda. Depois desse verão, que promete ser o verão mais brega de todos os tempos, não me assustarei se a pochete voltar à moda. Misturar laranja e verde limão está na moda (nada contra as bandas coloridas quanto às suas músicas, só quanto a algumas combinações estilísticas), estampas florais estão na moda, calça cenoura está na moda, colete jeans está na moda, jeans com jeans (AI MEU DEUS!!!!) está na moda, clogs estão na moda e tamanco de acrílico está na moda.

Sinceramente, hoje em dia a moda é tão democrática que eu imagino que, num futuro próximo, tudo vai estar na moda. Você pode usar xadrez, bolinhas, listras, renda, lycra, helanca, qualquer comprimento que você quiser, lacinhos, babados, estampa de animal, roupas sem estampa, qualquer cor... Creio que estamos caminhando rumo à liberdade total em termos fashions.
Mesmo assim... tamanco de acrílico?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pequenos prazeres

Ao contário do que talvez possa parecer, esse texto não é propaganda do McDonalds.

Ontem eu estava na banca de jornal aqui da PUC esperando a minha aluna de monitoria (acho que não comentei com vocês, mas estou dando aula de monitoria de Português Padrão), quando, de repente, eu vi o álbum de figurinhas do "Toy Story 3". Eu vi esse filme há umas duas semanas e me apaixonei COMPLETAMENTE, principalmente pelo alienzinho falando "Rómeu, oh Rómeu" no final - mas isso vocês já puderam perceber, já que eu coloquei isso aqui no blog, ao lado dos textos. Enfim. Fiquei pensando: compro ou não compro? "Você não acha que está meio velha pra álbuns de figurinhas não?", sussurou o Grilo Falante na minha cabeça. "Meu pai comprou o álbum de figurinhas da copa nesse ano, assim como 3/4 da minha faculdade", rebateu a Ferds. Comentei com a Bella sobre o álbum e ela ficou super animada, dizendo que, se eu comprasse, ela compraria também e a gente trocaria figurinhas.

Acabei pensando nisso antes de dormir ontem. Álbuns de figurinhas não têm aparente finalidade, mas são um dos maiores pequenos prazeres que eu conheço (que nem plástico bolha). É indescritível o prazer da expectativa que você tem ao comprar um pacote de figurinhas, onde você não sabe o que vai vir; é muito divertido tirar a figurinha daquele papelzinho e colar no álbum; trocar com os amigos então, nem se fala. Por isso, acabei decidindo comprar o álbum do "Toy Story 3". E o divertido é que eu tenho o álbum do 1o "Toy Story", lançado no final de 1995. E detalhe: eu aprendi a contar por causa desse álbum (tá, e do álbum do "101 dálmatas" também...). Aos 4 anos, já sabia contar até 398...

Viva os pequenos prazeres (seu metrossexual de plástico)!!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

In memorian


Talvez eu estivesse melhor se você ainda estivesse por aqui. Sinto terrivelmente a sua falta, e queria que você soubesse disso, onde quer que você esteja, se é que você está em algum lugar. Pelo que você acreditava, você está simplesmente embaixo da terra, há menos de quinze minutos da minha casa. Mas onde foi parar o verdadeiro você? Acho que ninguém jamais saberá.

Tivemos pouquíssimos encontros, uns três ou quatro creio eu. Mesmo assim, me apaixonei pelo seu jeito extremamente singular - e acho que nunca vou encontrar alguém tão magnífico quanto você foi. Os 10 anos de diferença não importavam pra mim. Quando você se foi, eu tinha quase 15 anos. Você não faz ideia do quão traumatizante foi pra mim. Num momento eu estava planejando minha festa, me certificando que teria frango pra você, que era vegetariano, comer no meu churrasco; duas horas depois, minha mãe me disse o que tinha acontecido com você. Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente. Alguma coisa se alterou profundamente no meu interior naquele momento. 3 meses depois, eu me descobri diabética. "O seu tipo de diabetes é gerado por uma predisposição genética aliada a algum trauma". Te perder sem nunca te ter tido foi um enorme trauma pra mim. E eu nunca vou te esquecer - como poderia, aplicando insulina 4x por dia?

Você faria aniversário nessa sexta feira, 27 ou 28 anos, não tenho certeza. Pode parecer ingênuo, infantil e platônico acreditar que eu teria alguma chance com você se ainda estivesse vivo, mas eu acredito nisso. Não consigo nem acreditar que você não está mais vivo. Parece que é questão de tempo até eu te ver de novo - porque eu tenho uma certeza inabalável que a gente ainda vai se ver. "Cedo ou tarde a gente vai se encontrar" Será que o fato de eu citar NX Zero toda hora faz de mim uma emo? Eu sei que você não se importa com rótulos, então ignore a pergunta. E eu deveria falar com você no pretérito ou no presente? Sua ausência física me incomoda, mas em algum canto você está - e sempre estará - vivo para mim.

Beijos da sua prima, que, infelizmente, não teve tempo de ter mais contato com você.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"Eu não sei mais pra onde ir / E no meu céu não tem mais estrelas"


Meus leitores dizem que é importante existir a dualidade no ser humano. Concordo plenamente com eles, e diria até que não só é importante como é essencial e inerente a nós. Caros, sei que ser feliz o tempo todo é impossível, e nem anseio atingir tal façanha. Mas o meu lado mais dark é uma espécie de exagero da tristeza. Como dizer isso sem alarmar vocês? Ahn, eu acho que o meu nível de tristeza quando a BB assume atinge níveis patológicos. Eu receio que esse meu lado tenha mesmo depressão.

Pode parecer totalmente paradoxal, mas o que me segura é a esperança. Aí talvez vocês pensem: "Ué, mas acho que uma deprimida não teria esperança em mais nada..." Poisé, eu tenho esperança, mas ao mesmo tempo não tenho. É complicado explicar, então deixa eu ir por partes: eu espero que um dia fique tudo bem, que eu pare de ter crises no ônibus, que eu consiga ficar sozinha numa boa. Eu espero que isso aconteça, mas não acredito muito que isso vá, de fato, acontecer... Momento karaokê: é como a música do NXZero, "Só rezo": "Eu só rezo pra ficar bem/ eu sei que vai , acredito que vai ficar tudo bem", ou como "Forever Young": "Hoping for the best, but expecting the worst". E aí eu tenho que escutar "Hold on", do Good Charlotte pra reunir forças e ficar relativamente bem (Para quem quiser ler a letra de "Hold on": http://minhasepifaniasalheias.blogspot.com/2010/11/this-world-this-world-is-cold-but-you.html)

Ao mesmo tempo que pretendo procurar ajuda, não sei como... Fico com um pé atrás de contar isso pra algumas pessoas (e é nessas horas que eu dou graças a Deus porque ninguém lê meu blog), morro de medo dos meus amigos pensarem que eu sou só uma pseudo emo tentando aparecer ou algo do gênero, não tenho dinheiro para pagar um psicólogo então, resumindo, eu não sei o que fazer!

Desculpem-me se assustei vocês. Mas o desabafo era necessário...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Scarlett O'Hara

Às vezes, quando a Baby Blue (meu heterônimo deprimido) decide vir à tona, a Ferds (meu heterônimo feliz) tenta se manter no lugar. O problema é que, apesar de querer que a Ferds domine o tempo todo, quando a BB assume eu tenho que fazer um esforço hercúleo para sentir vontade de fazer qualquer coisa – inclusive para querer que a Ferds volte.


Eu queria ser como a Scarlett O’Hara (Vivien Leigh) – se por acaso você não sabe quem ela é, é a personagem principal de “... E o vento levou” (se você não teve oportunidade ou paciência de ver o filme, eu sugiro que procure ver, pelo menos a nível cultural). Enfim. Tem uma cena, a mais marcante depois do beijo entre ela e o Rhett Butler (Clark Gable), em que Scarlett, que está sofrendo a perda na guerra civil americana, diz: “Deus é testemunha de que nunca mais passarei fome”. Com uma enxada na mão (ela tá trabalhando na lavoura de algodão) e um olhar firme, Scarlett está simplesmente demais e super inspiradora.

Ainda sobre “... E o vento Levou”, tem uma música do novo cd da Hole, o “Nobody’s Daughter”, chamada “Never go hungry again” que eu creio que tenha sido inspirada no filme: “And I don’t care what it takes, my friend / I will never go hungry, go hungry again / And I don’t care what I have to pretend / I will never go hungry, go hungry again”. Sempre que eu escuto essa música, me dá muita vontade de olhar decididamente dentro dos meus olhos no espelho e dizer: “Eu me recuso a ficar deprimida!!” – se bem que dá vontade de falar qualquer frase dessa forma: “Eu vou conseguir conquistar o Felipe Neto!” “Eu vou ser uma escritora que nem a Clarice Lispector!!” “Eu vou virar a noite estudando!” Sei lá, às vezes força de vontade não é suficiente para realizar as coisas... O maior exemplo que eu vejo disso é cozinhar. Quando minha mãe ainda tava na casa da minha avó, eu fui tentar fazer um arroz, que ficou a coisa mais feiosa que eu já vi na vida. Meu pai disse que eu tinha que ter “boa vontade” pra fazer a comida. Nesse caso, nem toda a boa vontade do mundo seria capaz de fazer com que meu arroz ficasse bom, já que eu não sabia como fazer o arroz. Eu posso ter boa vontade para sentar e decidir: não, agora eu vou aprender a fazer o melhor arroz da minha vida! Entenderam a diferença?

Tudo isso pra dizer que eu vou tentar dar uma de Scarlett quando a BB aparecer. Eu tenho que arranjar um modo de manter esse heterônimo afastado de mim...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Reasons to be beautiful

Desculpem-me pela falta de postagens, é a faculdade. Esse post deveria ir pro "Pensamentos Emprestados", mas decidi colocar aqui mesmo, porque é muito o que eu estou sentindo - Baby Blue está querendo assumir de novo... Enfim, essa é uma música da Hole (a banda da Courtney Love) chamada "Reasons to be beautiful". Enjoy it!

ps: eu fiz um novo blog, um conto. Depois falo mais sobre ele: www.pseudoviuvanegra.blogspot.com

Love hangs herself
With the bed sheets in her cell
Threw myself on the fires for you
Ten good reasons to stay alive
Oh ten good reasons that I can't find

Oh give me a reason to be beautiful
So sick in his body, so sick in his soul
Oh give me one reason to be beautiful
Oh and everything I am

Love hates you
I live my life in ruins for you
And for all your secrets kept
I squashed the blossom and the blossom's dead

Oh give me a reason to be beautiful
So sick in his body so sick in his soul
Oh and I will make myself so beautiful
Oh and everything I am

Miles and miles of perfect skin
I swear, I do, I fit right in
My love burns through everything
I can not pray

Miles and miles of perfect sin
I swear, I said, I fit right in
I fit right in your perfect skin
I can not pray

Hey baby, take it all the way down
Hey baby, taste me anyway
Oh you were born
So pretty oh summer babe
We'll never know
And fading like a rose....

Give me a reason to be beautiful
So sick in his body, so sick in his soul
I'll give you my body, just sell me your soul
Oh and everything I am will be bought and sold
Oh and everything I am will turn hard and cold

And they say in the end you'll get bitter just like them
And they steal you heart away
When the fire goes out you better learn to fake
It's better to rise than fade away

Hey, you were right
Named a star for your eyes
Did you freeze? Did you weep?
Turn to gold baby, sleep
Hey, honey mine
I was there all the time
And I weep at your feet
And it rains and rains

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A obra-prima e a piriguete

Nessa semana, eu estava analisando uma coisa que há muito tempo me intriga: algumas meninas que eu conheço não são tão bonitas, mas nunca estão solteiras – ou, mesmo se solteiras, sempre estão com algum peguete. Acho que vocês devem conhecer algum caso assim também. A menina tá do seu lado, você pode estar com a mesma roupa que ela, você pode ter um rosto mais bonito que o dela, um corpo mais bonito que o dela, mas sempre será ela que será cantada. E aí você pára e se pergunta: o que essas meninas têm que eu não tenho?

Conheço meninas lindíssimas que têm filas e mais filas de pretendentes correndo atrás delas. Mas tudo bem, elas são lindíssimas – e supersimpáticas, na maioria das vezes. Mas e as feias (eu estava tentando amenizar a coisa chamando de “meninas não tão bonitas”, mas tenho que se sincera: algumas são feias mesmo!) que estão na mesma situação? Detalhe: eu conheço feias antipáticas e metidas que têm pretendentes e mais pretendentes!

Então vamos às alternativas:

a) Elas são vagabundas :)

b) Elas têm dinheiro;

c) Elas, tal como uma obra de arte, têm uma aura (conceito de Walter Benjamin) ou um je ne sais quoi (como diria Balzac) que as envolvem e as transformam em modelos de comercial de absorvente/shampoo/perfume/sabonete, onde todos quebram o pescoço para olhar a tal modelo.

Os dois primeiros tópicos são auto-explicativos e geralmente essas meninas conseguem um tipo de homem que costumo chamar de “homem gafanhoto” (lembra do filme da Disney “Vida de Inseto”? Então, lembra a frase que as formigas costumavam repetir para si mesmas quando chegavam os gafanhotos para comer o que elas tinham juntado no verão todo? Não? Bem, é uma coisa meio vulgar, então não vou dizer explicitamente. Mas procure um amigo fanático por Disney – todo mundo tem um amigo meio fanático por Disney – e peça pra ele te lembrar a frase das formigas sobre os gafanhotos). O terceiro tipo de menina, no entanto, às vezes tem namorado e, mesmo assim, continua atraindo fãs por todos os lados!

O que é essa aura? O que é esse je ne sais quoi? Vamos às alternativas:

a) Autoestima (duvido, já que conheço pessoas super de bem com a autoestima e não são assim. A maioria das minhas melhores amigas tem uma autoestima no lugar e não têm uma legião de seguidores atrás delas. Até mesmo porque existe uma diferença entre autoestima, se aceitar como é e se achar a gostosa do pedaço – ainda mais se você NÃO for a gostosa do pedaço! Nesse caso, você geralmente é vista como uma criatura ridícula pela maioria das meninas e como gostosa pela maioria dos meninos. Ou o contrário, se você for a Betty Ditto);

b) Determinismo social - Sabe aquela coisa “Diga-me com quem andas e direi quem és”? É assim. Às vezes a menina é feia, mas anda com lindas populares. Automaticamente, passa a ser encarada como linda. E o oposto também acontece: a pessoa é linda, mas anda com “losers”. Ela passa a se encarada como loser/feia. É bem como a Tina Fey colocou tão perfeitamente no “Meninas Malvadas”. Cady Heron (Lindsay Lohan) chega da África, se entrosa com losers – e é vista como loser – e depois vai pro grupinho de Regina George (Rachel McAddams) e passa a ser vista como uma das mais gostosas da escola. Aiai, o ser humano é podre...

Eu não consigo ver outra coisa para explicar essa aura misteriosa que envolve essas piriguetes como uma obra de arte. Se vocês tiverem ideias sobre o que é esse invólucro, por favor, me avisem!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Convite para todos =D

Coisas esdrúxulas: a playlist do pedreiro

Eu tô na casa da minha avó porque meus pais foram pescar ): Tô conseguindo resistir ao meu PlayStation 2 e, como uma boa menina, estou lendo "Os Maias" há horas. Mas tive que fazer uma pausa para escrever isso.

Um dos banheiros daqui está em obra, e o Pedro, o pedreiro (parece coisa de Clarice Medeiros, mas isso não é invenção, apesar de ser extremamente irônico o pedreiro se chamar Pedro) está aqui desde cedo - ele e o seu celular/rádio potente. Ao contrário do que vocês possam imaginar, porém, não tá tocando Calypso, nem funk, nem axé ou pagode. Tá, tocou "Asa Branca", mas essa música é boa! Enfim. Veja a INCRÍVEL playslist do pedreiro:

* Love me do / I wanna hold your hand - Beatles
* I'll be there for you - Bon Jovi
* Is this love? - Whitesnake
* It's a heartache - Bonnie Tyler
* Immortality - Celine Dion e Bee Gees

As duas piores músicas que tocaram - "Se eu não te amasse tanto assim" (Ivete) e "I wanna know what love is" (na versão da Mariah Carey) - nem são músicas ruins!

Então, se vocês não quiserem sofrer com músicas de gosto duvidoso enquanto fazem obras em suas respectivas casas, me contatem rsrsrsrs

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

You can get it if you really want it

De repente você descobre que quer muito algo. Algo talvez inatingível, ou quase impossível de se obter. Mas você quer mesmo assim. Você se imagina com aquilo. Você é então um vencedor, no melhor estilo Rocky Balboa subindo as escadas. Já sonha com tudo de positivo que aquilo vai te trazer.

Aí você se lembra que tem um looongo caminho a percorrer.

Eu estou no começo da minha vida nerd, e jogar é uma coisa tão divertida pra mim que pretendo trabalhar em alguma coisa relacionada a isso – mas relacionada a Letras também. Pensei em começar como revisora de revista de jogos, o que seria extremamente útil: acho que não são muitas as pessoas que gostam de jogos e de encontrar erros em textos alheios. Conversando com um amigo nerd, ele falou que eu poderia tentar ser roteirista de jogos, e acho que a faculdade de formação do escritor possa ajudar. Pensei em como começar, já que a minha carreira de escritora ficcional se resume a 3 contos – “A solidariedade do brasileiro”, “O ladrão da felicidade” e “Édipo moderno”, um conto de terror psicológico que é meio impublicável (se alguém quiser, me siga no Twitter - @ju_liana_lopes - e me mande uma direct message com o seu email que eu mando o conto). Conversando com a Bella, pensei em começar por fan-fictions, mas não tenho nenhuma ideia de fanfic boa pra escrever.

Aí eu me lembro que tenho um longo caminho a percorrer.

Não sei nada de jogos. Resumidamente, sei o que aprendi com a Bella nas inúmeras viagens de ônibus, sei um pouco do que lia nas revistas do meu pai e... é isso. Mas eu tô me esforçando para aprender mais. Indo pra casa da Bella ontem para – adivinha! – jogar “Kingdom Hearts - Re: Chains of Memories”, encontrei um colega – também nerd – que há muito não via. Conversando sobre jogos, eu disse: “Ah, eu acho que eu já tô meio velha pra começar a jogar...”. Ele respondeu: “O tio de um amigo meu se viciou por jogos aos 60 anos e ele joga bem pra caramba!”

Então é isso. Me vejo jogando o dia inteiro - ou lendo sobre jogos o dia inteiro - e ganhando dinheiro pra isso. Me vejo tal como Rocky Balboa comemorando no topo da escadaria, mas vai demorar pra chegar lá. Bem, não tenho pressa...

O "Oi" que mudou minha vida - parte 1

Eu me lembro nitidamente dos meus pensamentos naquele momento, naquele nosso primeiro contato. Era minha segunda semana de aula no primeiro período da faculdade e quase dava pra sentir fisicamente meu desespero por fazer alguma amizade. Havia chorado a primeira semana inteira. “Minha turma é muito fechada, ninguém fala com ninguém”, dizia a quem quisesse ouvir. Hoje, sei que não fui a única e que boa parte das minhas colegas de turma também se esvaiu em lágrimas no começo do semestre.

Eu estava no ponto de ônibus, ao lado de uma senhora negra com trancinhas e de uma jovem loura. Perguntei à senhora que horas eram. 11h20, ela me respondeu. O ônibus estava atrasado. Minha memória falha em algum momento, e eu não lembro por que nós três começamos a conversar; o fato é que começamos. Como conversa de elevador. A quantidade de palavras não importa, o conteúdo era vazio. Mera função fática, mero desejo de estabelecer contato.

Ela então chegou ao ponto, mas não dei muita atenção. Continuei minha troca de palavras vazias, até que o ônibus finalmente chegou. Despedi-me da senhora e da jovem; eu e ela entramos no ônibus.

Pela sua aparência, diria que tinha entre 18 e 20 anos. Pelas roupas (All Star, jeans e camiseta), que tinha uma possibilidade de ela estar indo para a mesma faculdade que eu. O medo de abordar uma total desconhecida era grande, mas a cara de pau era maior ainda. Estava no momento “Sim, senhor”, no momento “Não deixe que o medo de perder impeça você de jogar”. Por causa desse pensamento, perdi inúmeras coisas que nunca voltarão, mas, nesse caso, ganhei de forma imensurável. Pensei, antes de dar o oi que mudaria a minha vida: “Eu não a conheço. O que você tem a perder? Vá em frente.” E eu fui.

- Oi, você tá indo pra PUC? – perguntei, ao cutucar o seu ombro.

- Ahn-hã.

Ela tirou sua bolsa do banco ao lado e eu me sentei.

Perguntei seu nome (Isabella), idade (19), curso (Design – mídia digital), em qual período ela estava (3º). Ela me perguntou isso de volta (Juliana, 17, Letras, 1º período). A conversa fluiu de forma impressionante para duas pessoas que nunca tinham se visto. Ela me falou da sua vida no colégio, na faculdade, discutimos religião (um assunto que eu não discuto nem com pessoas que eu já conheço há anos), falamos de tudo um pouco.

Aquele foi o último dia que chorei por causa da faculdade.