domingo, 2 de setembro de 2012

Além do indispensável


Quando entro, quase não consigo cumprimentar os presentes. Geralmente, estou mais preocupada em jogar minha mochila em qualquer lugar e encontrar um pequeno espaço para ficar pela próxima hora. Só depois disso que olho ao redor para ver quem se encontra. Hoje, Marcinha, Lana, a gorda da enfermagem e um moreno que já vi por aqui antes; conduzindo tudo, Tim. É claro que tem muito mais gente, mas esses são os rostos conhecidos.
            Não sei o nome verdadeiro do Tim. Ele ganhou o apelido por se parecer – mas só de longe – com o Tim Maia. Como o ser humano sempre se atrai pelo horrendo de uma forma quase mística e hipnótica, não conseguia tirar os olhos do seu rosto bexiguento. Parecia que tinha sido deformado por um enxame de abelhas. Seus olhos quase somem por trás das sobrancelhas, inchadas como todo o resto. Sua boca até seria um ponto de normalidade naquela catástrofe, se não fosse sombreada por um bigode que não diz a que veio.
            Apesar da cara assustadora, Tim parece ser bom. Meio sacana, mas bom. É justamente o que Paulinha está dizendo quando tiro, por alguns segundos, os fones de ouvido. Marcinha por sua vez, é bem mais atraente que Tim, apesar de não ser propriamente bonita. Deve ter uns 40 anos. Morena clara, cabelos pretos encharcados de creme para pentear, sempre tilintando as numerosas bijuterias descombinando entre si. Tinha o olhar da Brigitte Bardot, mas não sabia disso. Provavelmente, só eu sabia. As outras pessoas dali não pareciam o tipo de gente que sabia quem tinha sido a musa francesa.
            Quanto aos outros, Lana tinha um formato roliço e cara de safada. Ia sempre de bermuda, para mostrar a tatuagem mal feita na panturrilha. A gorda da enfermagem me lembra aquela personagem de Clarice que mata a amiga com um garfo – a gordura sendo mais marcante que o nome em si, já que não lembrava como nenhuma das duas se chamava. O moreno era novo ali, e não tinha nada de especial, além de se parecer com aquele rapper/ator, o LL Cool J.
            Tem gente faltando aqui, mas nunca dá pra encontrar todo mundo junto. Andreia, quarenta e poucos anos, jeans e blusa decotada de helanca, cabelos arruivados, longos e cacheados, piercing no dente (sim! No dente!), uma verruga no meio do nariz. Vascaína. Da Baiana não sei dizer muita coisa. Tem ainda uma velhinha com cara de tartaruga. Ouvi “Ai se eu te pego” pela primeira vez da boca do Branco, um rapaz novo de olhos claros e orelhas de duende. Mirela sumiu. Acho que dava em cima do João, e, depois que o marido descobriu e bateu nela, nunca mais a vi.
            O lanche geralmente ficava por conta da Edna, de voz estridentemente insuportável, mãe do pequeno desvairado Kevin. Hoje, apesar de Edna não ter vindo, tem lanchinho do mesmo jeito: pão de queijo, coca cola e um sanduíche de maionese, acho que foi Lana quem trouxe. Lembro que fiquei meio assustada na primeira vez que vi todo mundo comendo naquele lugar lotado, às 7 da manhã. Mais assustada ainda quando Edna, sem querer, meteu bolo de fubá no meu cabelo e, logo em seguida, foi servir um café extremamente quente para alguém que estava atrás de mim. Agora, depois de inúmeros lanches coletivos e até mini festas de aniversário, já tinha me acostumado.
            Tentava ouvir as conversas, mesmo com os fones de ouvido. Nunca era nada profundo. Geralmente, alguma coisa sobre as obras que estavam sendo feitas, sobre a novela, algum bordão da “Zorra Total” soltado aqui e ali. Zoações internas também eram frequentes. Desde que todos falassem o tempo todo, valia qualquer coisa, qualquer assunto. Raramente eu falava alguma coisa, só sorria às vezes. Ou, se falava, raramente era com Tim, João, Fernando, Alípio e todos os outros que comandavam o lugar. Ao contrário dos meus colegas de viagem, tentava respeitar minimamente a pequena placa localizada acima de Tim e falava ao motorista somente o indispensável.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011





The closer you get to light, the greater your shadows become.
Kingdom hearts

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Alô, Galisteu!



- Alô, Galisteu!

- Bom dia, a senhora Lurdes Maria de Souza está?

- É eu, Galisteu! Sou sua fã, viu? Você é uma moça muito bonita e talentosa! Mas tá com um sotaque mais carregado do que aparece na TV...

- Ahn, senhora, aqui é do banco Santander, estamos ligando para saber se há um interesse de sua parte em adquirir um cartão de crédito Santander Universitário.

- Ih, tá trabalhando no banco, é, Galisteu? O Silvio não paga direito, não? Olha, não se avexe, porque eu também tenho que ter dois serviços pra poder botar pão dentro de casa. Trabalho na casa de duas madame na Zona Sul. Ah, eu também vendo Avon. Quer comprar um batonzinho, Galisteu?

- Senhora...

- Ó, se você estiver sem dinheiro não tem problema! Tem uns batons na promoção! Dez reais, de alta qualidade! Tem uns que deixa a boca maior, tem uns de brilho de diamante, tem uns até de ouro!

- Senhora...

- Precisa chamar de senhora não! Todo mundo só me chama de Dinha. Pode chamar de Dinha também!

- Minha senhora...

- Tá bom, sua mãe ensinou que gente mais velha é senhor ou senhora, né? Pode chamar de senhora, sim. Galisteu? Galisteu? Tá ainda aí, menina? Galisteu? Agora vê se pode... A menina se faz de educada, me chama de senhora e desliga na minha cara... Mas vai ver que a ligação caiu e ela vai me ligar de novo... Ih, já tá ligando! Alô, Galisteu!

- Mãe, sou eu!

- Ih, Galisteu, você ligou errado! Num é a sua mãe, não! É a senhora Dinha...

- Não, mãe, não liguei errado, não! Você que tá vendo demais esses programas de fofoca que passam de tarde na TV e fica aí toda estranha, achando que a Adriane Galisteu vai te ligar pra te dar prêmio e que você tem que atender o telefone falando “Alô, Galisteu” pra ganhar alguma coisa...

- Quem é que tá falando?

- Katyellen, mãe.

- Ah, oi, filha! E a Kristyellen? Como tá?

- Tá bem, tá aqui do lado. Tá mandando um oi. Disse que não pode falar agora porque tá pintando as unha da mão. Mãe, vê lá, hein! Para de atender o telefone assim! O que os outros vão pensar? Eu, hein...

- Mas a Galisteu acabou de ligar! Tá trabalhando num banco aí, acredita? Me ofereceu um cartão, aí eu ofereci um batom da Avon pra ela. Mas a ligação caiu antes de ela me dizer qual era o prêmio... vai ver que era esse cartão, né, Katyellen?

- Ô meu Deus! Não, mãe! Era alguém do banco querendo empurrar cartão de crédito pra você! Deve estar rindo de você até agora...

- Ixi, será, minha filha? Acho que não, hein...

- Tô falando, mãe! Não era a Galisteu. Para de atender o telefone assim. Quer que todo mundo que te ligar fique rindo de você? Ela não vai te ligar. Isso só acontece com os outros. Você conhece alguém que recebeu um telefonema da Galisteu?

- Não...

- Então pronto. Para com isso. Weskley tá chorando no berço, tenho que desligar. Beijo, mãe.

- Beijo, minha fi... Ih, também já desligou. Tá todo mundo desligando na minha cara hoje. Eu vou é ficar longe desse telefone... Ai, meu Deus, tá tocando de novo. Não posso falar Galisteu, não posso falar Galisteu, não posso falar Galisteu. Alô?

- Ah, que pena! Não ganhou a casa no valor de quarenta mil reais! Aqui é a Adriane Galisteu, com quem eu falo?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Turnê Alyson Noël Brasil - EU FUI!

Eu não me lembro exatamente do momento em que descobri que a Alyson Noël viria pra Bienal desse ano, só sei que surtei muito. No dia da sessão de autógrafos, acordei às 05 da manhã pra buscar a Alice (minha companheira de eventos exaustivos, porém mega importantes). Saí de casa às 06h, encontrei com a Alice às 07h e chegamos na Bienal às 08h30 – isso porque os portões só abriam às 10h. Quando a entrada finalmente foi autorizada (com uma pontualidade britânica que eu estranhei muito), o bando de adolescentes ensandecidos pareciam a manada de gnus que quase mataram Simba em “O rei leão”. Sério. Corremos um pavilhão e meio, fomos contidos por seguranças-armários e depois tivemos que andar o resto do caminho. Chegando no (já lotado) estande da Intrínseca, conseguimos pegar a senha para a sessão de autógrafos. Aproveitei para comprar logo o “Infinito”, para ganhar o bottom correspondente àquele livro e para pegar TODOS os marcadores fofos e livretos que eu visse pela frente.

Das 300 senhas, consegui pegar a 028!!!
Depois do momento de desespero inicial, fomos andar para procurar onde seria a "palestra" com ela. Rodamos os três pavilhões desesperadamente para descobrir que seria praticamente DO LADO do estande da Intrínseca ¬ ¬. Anyway. Lá fomos nós pra fila da senha. Pegamos a senha e fomos rodar pela Bienal. Um pouco antes de meio dia, voltamos pro auditório pra ver a Alyson pela primeira vez.
Eu nunca vi uma famosa tão simpática quanto a Alyson Noël. Sério! Depois de um tempinho no auditório, percebemos que ela estava perto do palco. O problema foi que todas as 400 pessoas perceberam ao mesmo tempo... Algumas pessoas mais rápidas pediram para tirar foto com ela (que, super fofa, aceitou sorrindo) e as outras pessoas só ficaram lá tirando foto dela.
Tirada da minha máquina! Não peguei do Google não, tá? hahaha
Quando o bate-papo começou, ela falou sobre uma nova série que está escrevendo, ambientada em New Mexico, de uma menina também paranormal. Falou sobre sua adolescência, sobre o ato de escrever, sobre não desistir dos sonhos, sobre as pesquisas que ela fez para escrever a série "Os Imortais", entre muitas outras coisas. Acho que a parte que todo mundo mais gostou foi quando ela elogiou o Rio e disse que estava gostando de tudo: das pessoas, da cidade e da comida (ela disse que não conseguia parar de beber o nosso café!).
Quando saímos da palestra, eu fiquei meio perdida, porque a Alice estava num estande comprando um livro, minha irmã e minha mãe estavam devolvendo os fones de tradução simlutânea (by the way, achei muito incrível o fato de eu ter conseguido entender tudo sem ter pego o fone!!). Estava meio sem saber onde ficar, até que a Alyson Noël passa por mim, escoltada por seguranças, OLHA PRA MIM, SORRI PRA MIM e eu fico lá com cara de babaca sorrindo de volta pra ela!
Até aí, nosso dia tava tranquilo. O problema todo foi que quando a palestra acabou, por volta das 13h, a gente teve que ir pra fila da sessão de autógrafos. E a nossa dor começou (mas pouparei vocês dos detalhes enfadonhos. Basta saber que fiquei com muita dor de cabeça, fiquei enjoada e tive que sair da fila por algumas horas, deixando minha mãe mofando lá por mim). Às 17h30, finalmente, recebi meu autógrafo, mas só demorei tanto para ser "atendida" porque a Alyson é uma fofa e estava conversando com todo mundo. Assim que cheguei, ela perguntou como eu estava e agradeceu por eu ter ido. Eu disse que era aniversário da minha irmã (que era a próxima da fila, e que eu tinha certeza que era tímida demais para dizer que estava fazendo aniversário), aí a Alyson acenou entusiasmadamente para ela. Ela perguntou, enquanto autografava o "Para Sempre", "Lua Azul" e "Terra de Sombras", se eu era do Rio. Disse que sim e que tinha acordado às 5h pra poder vê-la. Ela ficou meio "Oh, really? Thanks!!", e agradeceu por eu ter esperado tanto tempo, porque ela tinha visto que a fila estava muito grande. Then, tirei a foto (a abaixo foi a minha mãe que tirou. A oficial acho que só vai sair dia 07) e me despedi da autora mais fofa EVER!
EU E A ALYSON NOËL!!!!
Aqui estão algumas fotos dos meus livros autografados e de algumas lembrancinhas da Bienal (esqueci de tirar foto da tulipa que a Intrínseca deu...). Ainda faltou o "Infinito", que está com um "Happy Birthday" para a minha irmã, mas depois posto a foto :)

Adesivo da turnê da Alyson, entrada para a palestra e bottom do Infinito *__*



Livro que a Alice pediu pra Alyson autografar pra mim

Ainda tem mais! 4a tem Laurentino Gomes e sábado tem Martha Medeiros! Até lá :)


segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Os livros no Brasil são caros"

Certamente vocês já ouviram a frase que tá título a esse post. Eu já ouvi em todos os contextos possíveis e imagináveis: desde salas de aula até discursos pseudo políticos. Sempre tomei isso por verdade, mas um dia eu parei para analisar se isso realmente acontecia. E mais: se as pessoas realmente não lêem porque os livros são (supostamente) caros.
Gente, eu comecei a montar a minha biblioteca com uns 10 anos. Na minha casa tinham pouquíssimos livros, que se resumiam a uma coleção de clássicos dados pelo jornal O Globo, um exemplar carcomido de "Pollyanna moça", um livrinho infanto juvenil do Sidney Sheldon e uns livros perdidos da Agatha Chistie. Ou seja, comecei meu acervo de livros praticamente do nada. E hoje, apenas oito anos depois, tenho cerca de trezentos livros.
Partindo do pressuposto de que livros são caros, vocês devem estar achando agora que eu sou multimilionária por ter adquirido 300 livros em 8 anos. Na verdade, eu conto nos dedos das mãos do livros em que eu gastei mais de 30 reais (e ainda sobra dedo!).Como eu consegui essa façanha? Sebos, brechós, feiras de trocas, trocas pelo Skoob... Fora os livros que ganhei de aniversário/natal e que ganho quando pessoas que eu conheço querem se desfazer dos seus livros. Aí vocês devem pensar que só tenho livros clássicos; de fato, tenho muitos clássicos, mas tenho a coleção completa de Harry Potter, de Crepúsculo ("Amanhecer" me custou apenas R$10!), "Orgulho e preconceito e zumbis", "Feios", "Quem é você, Alasca?", "Monster High", 'A menina que roubava livros" e por aí vai.
Aí partimos para outra questão: será que o livro é caro mesmo? Na verdade, tudo no Brasil tem um preço um pouquinho mais salgado por causa dos impostos, mas isso não é privilégio dos pobres livros! Um livro na livraria é o preço de uma blusa numa loja tipo Leader/Renner. É o preço de uma dobradinha cinema+lanche no McDonald's. É a metade do preço de um sapato. É bem mais barato que um celular, iPod, notebook, câmera digital e por aí vai. Ok, um livro pode não ser tão utilizado quanto um celular, que, em teoria, você só paga uma vez e usa pra sempre (ou até a tecnologia evoluir mais); mas é tudo questão de prioridades. Eu assumo que comprei pouquíssimas roupas e sapatos com o meu dinheiro durante a adolescência, porque gastava tudo com livros. Mas nunca deixei de comprar meus exemplares alegando falta de dinheiro.

Não acho que possamos reclamar tanto assim. Podemos reclamar que no Brasil não tem livraria (em Jacarepaguá, só conheço um, que fica no shopping, e é relativamente pequena), mas não que os livros são caros. Com os pocket books, com as Lojas Americanas e com a Avon, além dos lugares que vendem livros usados, não tem como dizer que os livros ainda são caros.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

I’m sorrry, I can’t be perfect. Mas quem disse que eu queria ser?

E quando eu achei que todas as epifanias tinham ido embora...

Ontem eu tava vendo “A princesa e o plebeu”, primeiro filme da Audrey Hepburn e único pelo qual ela ganhou o Oscar de melhor atriz, e, com uns 15 minutos de filme, eu já tava morrendo de vergonha alheia pela Audrey. Olha, eu ADOOOORO ela, ela é minha atriz preferida, ela é diva, linda, incrível, era engajada e tudo o mais... Mas convenhamos: ela não sabe fazer uma cena de choro!!! Tá, eu não sou atriz e não sei se, no lugar dela, eu conseguiria fazer algo melhor. Mas é justamente por esse motivo que eu não me atrevo a ser atriz rs.

Eu não acho que isso – não saber fazer cenas de choro – seja um daqueles defeitinhos charmosos, tipo a miopia do Cameron Mitchell (o participante fooooofo de “The Glee Project”) ou o olho maior que o outro do Kurt Cobain (o que, aliás, eu acho que só funciona pro Kurt Cobain hahahaha). Mas isso mostra que a Audrey era bem como as personagens que ela interpretava: imperfeita. Eu vejo muito dela nessa princesa que ela interpretou no seu primeiro filme. Ambas tinham que ser perfeitas e regradas e não podiam ter um bad day. Imagina se você acorda com uma TPM tensa e só tá com vontade de ficar trancada no quarto vendo filmes baseados em livros do Nicholas Sparks enquanto devora uma tigela de pipocas, duas barras de chocolate, Trakinas, alguns pacotinhos de amendoim e uma garrafa de 2,75l de Coca. Se você for perfeita, these days are gone, honey. Nada de TPM, nada de reclamar que aquela Melissa di-vi-na tá massacrando o seu pé e que o seu maior desejo naquele segundo é brincar de “arremesso de Melissa à distância”, nada de deixar o esmalte descascar, nada de frizz nos dias chuvosos, nada de chegar com a cara inchada na escola/faculdade/trabalho de tanto que chorou na noite anterior vendo o penúltimo episódio da segunda temporada de “Glee” – aliás, quando se é perfeita, para quê perder tempo com uma série que retrata a vida dos losers? É, amiga, ser perfeita deve ser muuuuito boring...
Eu não tenho paciência para grandes divas da música – tipo Mariah Carey, Whitney Houston, Beyoncé, a própria Amy Winehouse, Celine Dion etc etc etc. Eu não gosto das vozes delas. Todo mundo elogia demais a Joss Stone e a Alicia Keyes, mas eu detesto as vozes delas (eu tenho a sensação que tem algo preso na garganta delas quando elas cantam). Mas as minhas cantoras e bandas preferidas não são as melhores do mundo e eu tenho plena consciência disso. Eu tenho vergonha alheia pela Avril algumas vezes – tipo, eu a venero muito, mas acho que ela deveria parar de fazer voz fina... A voz dela nos primeiros CDs tava tão legal... O que aconteceu do “The Best Damn Thing” pra cá? Anyway. A questão é que, aparentemente, o que me incomoda é justamente a perfeição. Eu não ligo pra Brad e Angelina, sou mais Johnny Depp e Winona Ryder (pra quem não sabe, eles namoraram no início dos anos 90).
Lendo uma reportagem na Monet desse mês, vi que os perfeitos não estão com nada. Pegue os filmes “infantis” da última década e veja o que eu estou dizendo. Shrek, Meu Malvado Favorito, Tá Chovendo Hambúrguer, Monstros VS. Alienígenas, Enrolados (onde o “príncipe” é o ladrão Flinn Ryder – ou José Bezerra, se preferir), Kung Fu Panda, Madagascar (não tem mais loser que o Melman!) entre muuuuitos outros. Tudo isso só mostra que talvez finalmente tenhamos parado de tentar o impossível – sermos perfeitos – e decidimos ser felizes com o que temos, com menos princesas e príncipes dançando em bailes entediantes e com mais ogros e ogras brincando na lama.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

The Black Star Tour – EU FUI!

Minha cabeça está estourando. Estou morrendo de dor nos ombros e nos joelhos. Minha voz voltou por enquanto, mas acredito que minha garganta estará super inflamada amanhã. Meu cabelo está um horror e minha maquiagem... Tá uma coisa meio “Taylor-Momsen-depois-de-chorar-e-suar-num-show”. Mesmo assim, today could be the best day of my life.

Eu (com cara de criança feliz) e minha mãe

Alice e eu
Cheguei no Via Parque por volta de uma hora da tarde e, meia hora depois, a Alice – uma das minhas BFFs mais especiais – chegou. A cada passo dado para frente, um gritinho histérico de nossa parte. Eu juro que não pareceu que ficamos esperando numa fila por mais de sete horas, mas a minha mãe e a Ally dizem que pareceu sim rs. Não sei que horas os portões abriram, não sei que horas cheguei lá dentro, não sei que horas a Avril começou a cantar... Eu só sei que os minutos em que eu estava lá, na pista Premium, esperando o show começar... Aqueles foram os minutos mais longos da minha vida! Tipo, foi pseudo tranquilo esperar cerca de 40 dias – ou 8 anos hehe – pelo show da Avril, mas aqueles minutinhos estavam me matando! Mas okey, músicas muito legais estavam tocando (“Sing”, do My Chemical Romance, “Faint”, do Linkin Park, “Nothin’ on you”, do Bruno Mars com o B.O.B., “Closer to the Edge”, do 30 seconds to mars, e, a minha favorita, “Mr. Brightside”, do The Killers – que a Alice só identificou quando a música tava acabando ¬¬).
Quando as luzes se apagaram e se ouviu um “I don’t give a damn about my reputation”, eu fui à loucura! Tipo, cês têm noção? A Avril começou o show dela, o meu primeiro show, com um cover de Runaways! Okey que o cover era gravado, but who cares? Depois ela cantou “Black Star” e eu chorei mooooooooooooooooito! Obviamente, não foi pela letra “profunda”, mas porque eu fiquei tipo: “OH MY GOD, EU TÔ VENDO A AVRIL DE PERTINHOOOOOOOO!!!”
A set list tá aí (não na ordem porque eu tenho memória de Dory :D). Essa set list, aliás, ficou PERFEITA! Eu gostaria mais se ela tocasse “Get over it”, “Anything but ordinary” ou “Who knows”, mas foi muito bom mesmo sem essas três!
01-   Black Star
02-   What the hell!
03-   Skater boi
04-   Cover de banda que não lembro qual é ;)
05-   Fix You (cover do Coldplay. Alice chorou muuuito nessa música!!!)
06-   My happy ending
07-   Don’t tell me
08-   He wasn’t
09-   Push
10-   Everybody Hurts (chorei na primeira vez que ouvi no cd e chorei assistindo a Avril cantando. A gente pediu e ela cantou!)
11-   Smile
12-   Alice (chorei demaaaaaaaaais! Essa música sempre me deu forças quando eu achava que não tinha mais nenhuma, e ela surgiu na mídia justamente no momento em que eu precisava).
13-   I love you (linda linda linda linda demais!!! Pedimos – a Alice tava quase tendo uma síncope nervosa do meu lado gritando “SING I LOVE YOU!!!” – e ela tocou!)
14-   Nobody’s Home (mais uma das pedidas da plateia)
15-   I’m with you
16-   Complicated (foi a última música, também a pedidos)
17-   Wish you were here (Alice também chorou demais!)
18-   Stop Standing there (minha mãe tinha feito uma coreografia toda especial pra essa música. Pena que a gente mal conseguia se mexer e que ela não pode executar com perfeição sua dancinha hahaha)
19-   When you’re gone
20-   Girlfriend (fiquei muito exausta! Pulei e gritei muito!)
21-   Hot
Ah, no início de “My happy ending” – eu acho – ela começou a cantar... “Airplanes”, da Hayley Williams, do B.O.B. e do Eminem!! Só a parte da Hayley, óbvio, mas foi liiiiindo!
Eu já tinha visto alguns shows ao vivo da Avril e achei que ela fosse desafinar ou ficar sem fôlego – até estranhei quando ela começou a cantar super parecido com o cd. Por um instante achei que ela estivesse dublando, mas percebi que era ao vivo quando ela errou a letra de “Nobody’s home” ;D E ela é super simpática e fofa e linda!! Ela mandou beijinhos, desceu pra falar com o pessoal que tava na grade, deu aquele sorrisinho lindo de “sou uma garota sapeca”, disse que amava a gente, agradeceu... FOI AMAAAAAZING!!
Eu queria agradecer a três pessoas: meu pai, que comprou os ingressos da pista Premium pra mim e pra minha mãe; minha mãe, que pagou mico, se “fantasiou” de adolescente e passou uma semana inteira ouvindo o “Goodbye Lullaby” pra aprender a cantar as músicas; e a Alice, que também comprou Premium pra me fazer companhia, segurou minha mão quando eu chorei, secou minhas lágrimas e já disse que vai ao show do Restart comigo! Não, não, essa última parte é mentira hahhaha (e ela vai me matar quando vir isso aqui ;D)
Foi muito incrível e eu não tenho como descrever em palavras o que eu senti. Eu acho que valeu muito a pena esperar pelo meu primeiro show, porque ele COM CERTEZA foi inesquecível e o melhor “primeiro show” que alguém pode ter.
Ps: Alice, I DON’T CARE! Da próxima vez VOU COMPRAR UMA ESTRELINHA!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

New Directions!

Olá, pessoas!

Eu confesso que estou meio perdida no meu blog. Quem me acompanha há um tempinho sabe que a frequência com que eu costumava postar era bem grande (às vezes eu chegava a postar 3 vezes no mesmo dia!) e agora cá estou eu, fazendo três posts por mês.

Meu momento "escritora compulsiva" acabou porque eu só consigo escrever bem na desgraça. Yeah, it's sad, but it's true. Eu só consigo fazer bons textos quando tenho epifanias, e já faz uns meses que não tenho nenhuma. Eu sou do tipo que evolui quando está destroçada e, agora que estou feliz de novo, estou meio estagnada na evolução, sabe? Portanto, ao invés de me forçar a escrever textos que vão ficar ruins só para ter alguma coisa para postar para vocês, eu vou mudar um pouco o rumo do blog. Gostaria muito de falar sobre livros ou moda, mas não sei se terei paciência. Talvez o Pessoa Esdrúxula vire um amontoado heterogêneo de coisas bizarras, sei lá. Só sei que não vou abandonar vocês não, tá? Continuarei a escrever, mas menos reflexões e mais coisas aleatórias.

Assim que eu decidir o que farei com o blog aviso vocês!
Beijo-me-liga ;)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sebo solidário!!

Gente, eu estou trabalhando voluntariamente no blog de um sebo solidário. O que é um sebo solidário?, você me pergunta. Eu te respondo: um sebo é um lugar onde vende livros usados, e ele é solidário porque TODO o dinheiro arrecadado vai para ajudar famílias carentes! Tem vários livros legais lá, tipo o "Caçador de Pipas", "O diário de Bridget Jones" e "O senhor dos anéis" por preços de 5 a 10 reais!!! A sede do sebo fica no Rio, mas quem mora em outros estados pode comprar também! Quem se interessou, visite aí: http://sebosolidariocelpi.blogspot.com/2011/07/novidades-da-semana.html

Ah, e quem quiser comprar algum livro, manda um email pra malbuquerque@econ.puc-rio.br :)



segunda-feira, 11 de julho de 2011

Suposta evolução

Eu assumo que tenho muito medo de ter andado muito e, no final, ter parado no mesmo lugar. De achar que eu mudei muito, amadureci tanto, pra, repentinamente, descobrir que sou a mesma garota de um ano atrás. Não, meneio a cabeça, dizendo pra mim mesma que isso não é possível. Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio porque eu não sou mais a mesma e o rio também já mudou. Né? 

Mas e se o House estiver certo? E se as pessoas realmente não mudarem? Aí tudo foi em vão... Passei por tanta coisa à toa, não aprendi nada e estou about to make the same mistakes again. Será? Tudo isso é uma grande incógnita pra mim. Eu acho que cresci, acho que evoluí, acho que sou uma pessoa melhor agora. Mais madura, mais atenta.Talvez só o tempo me diga o que eu sou agora. Se é que eu sou alguma coisa fixa.