quinta-feira, 31 de março de 2011

Os bons são a maioria

Hoje eu fiquei muito chocada, triste, decepcionada e indignada. Vi um vídeo, que vocês provavelmente vão adivinhar qual é, onde me estarreci com os comentários preconceituosos feitos por uma pessoa de poder no Brasil. Eu poderia ficar aqui o resto da minha tarde e a minha noite inteira criticando esse vídeo, mas isso definitivamente não me faria bem. Quando estava voltando pra casa hoje, estava quase tendo um dos meus surtos no ônibus (quem começou há me seguir há pouco tempo leia os meus textos de agosto do ano passado para descobrir mais dos meus surtos). Enquanto digitava uma mensagem pra Carol Barra, ela me mandou uma mensagem de volta (nossa conexão me assusta demais! Ela sempre me manda uma mensagem quando eu vou mandar uma mensagem pra ela!!!) e eu acabei falando com ela que esse vídeo que eu tinha visto tinha me deixado muito mal mesmo. Ela me respondeu: "Mas te deixou mal por quê? Por ver que ainda tem gente que pensa assim? Tenta olhar pelo outro lado. Pensa que tem gente ainda que pensa isso, mas hoje já tem muita gente que acha isso um absurdo. As manifestações contra ele estão gigantes e são a maioria!"

Depois de ficar ainda pior por causa de uma discussão acerca do vídeo e por ver que existem pessoas perto de mim que pensam daquela forma, eu decidi catar no YouTube um comercial da Coca-Cola que eu ouvi dizer que era bem legal. Bem, vejam vocês mesmos (é só um minutinho, vê aí!)


Às vezes a gente precisa se lembrar de que tem muita coisa bacana no mundo. De que tem muita gente que te machuca e que te faz chorar, mas que tem muita gente que se preocupa de verdade com você e que te faz chorar de tanta fofura. E que é o amor (não no sentido "relação amorosa", mas no sentido "amor pelo próximo") que faz o mundo andar. É de amor que o mundo precisa. Lembremos do Profeta: gentileza gera gentileza.

Carol B., MUITO OBRIGADA por tudo. Meeeeeesmo. Eu não tenho palavras pra te agradecer por toda a sua atenciosidade quando eu estou mal. Obrigada por ser a pessoa fofa que você é. E saiba que você SEMPRE pode contar comigo pro que quiser!

Para terminar no ritmo "fofura", segue abaixo um link que vocês TÊM QUE acessar (eu prometo que vocês não vão se arrepender) e um vídeo mega fofo de dois bebês gêmeos "conversando".

http://www.yahelite.org/lol/screenclean.swf


quarta-feira, 30 de março de 2011

Necessário confuso desabafo

Acho que pela primeira vez na minha vida eu tô parando realmente para analisar e assimilar as coisas. "Racionalmente". Talvez porque o amor ainda não tenha entrado em cena... Talvez porque eu (talvez) tenha conseguido me transformar no que eu tanto ansiava: numa pedra.

Eu tenho medo de amar de novo. Sei que cada caso é um caso, sei que amar é sofrer - porque quem nunca sofreu por amor nunca amou e talz. Mas não adianta. Não adianta vocês tentarem me convencer do contrário. Eu tenho medo de amar. Uma herança cultural misturada a uma herança astrológica - sou pisciana - me fez sofrer patologicamente por amor. Sei que não posso ser determinista ("Sofro por amor porque sou pisciana"), mas acredito que existam influências sim. E quem não acredita por favor não tente me provar que eu sou uma babaca por acreditar nisso. Todos nós somos imbecis em algum nível; esse foi o nível de imbecilidade que eu decidi adotar.

Quando leio uma cantiga de amor ou um poema romântico, me vejo ali. O pior é que sei que aquilo é ultrapassado e, de certa forma, equivocado. Sei que agir daquela forma só vai me trazer mais dor. Mas eu continuo agindo. Ou pelo menos continuava. Não sei como vai ser, pela primeira vez na vida estou pensando que talvez não seja uma boa hora para ter um relacionamento. Eu estou confusa demais em relação a tudo e pela primeira vez estou pensando que talvez possa magoar alguém (Eu?! Magoando alguém?! Nããão, conta outra! Eu sempre sou a magoada, nunca magoo ninguém... Bem, pra tudo na vida tem a sua primeira vez. Ou não, né...).

Às vezes quero um relacionamento duradouro, quero poder me casar e ser feliz com a mesma pessoa para sempre. Mas às vezes me pergunto sobre o quanto dessa ideia não é meio surreal e utópica. No momento, me separo entre um lado que quer namorar eternamente uma pessoa e entre um lado Shane McCutcheon, um lado "I don't do relationships" que simplesmente não quer estar preso a ninguém por... na verdade ainda não descobri qual é o motivo. Eu sempre fui a romântica, a fofa, a que quer flores e bichinhos de pelúcia. De repente, renego isso tudo por falta de paciência, por falta de esperanças e por falta de expectativas. E, talvez, por medo de amar.

E, se por um milagre, alguém surgir na minha vida? Porque a minha vida seria bem capaz de me sacanear desse jeito, me mandando alguém super legal logo assim que eu decidir: não, agora eu não quero ficar com ninguém a sério... Eu vou recusar? Vou dizer: "Olha, você é o máximo, mas eu não quero te magoar, então acho melhor não acontecer nada entre a gente"? Acho essa frase terrível, mas agora realmente entendo quem a diz.

Esse texto não tem valor literário, é um desabafo que precisava fazer para ordenar meus pensamentos. Então, por favor, eu espero que vocês não me julguem. Eu estou muito confusa no momento e, acreditem, essa coisa de não querer namorar é algo inteiramente novo na minha vida - e, como tudo o que é novo, é assustador. Não me recriminem. E talvez isso possa parecer meio contrário ao que eu disse no último post, mas não é. Não acho que ficar seja errado. Foi como eu disse: eu sei que atração - pura e forte atração - existe. E algo pode surgir daí sim. Minha reflexão do último post foi sobre a rapidez com que as coisas acontecem, não sobre o ficar em si.



Sei lá, estou no espírito "Só sei que nada sei"...

terça-feira, 29 de março de 2011

Se o cara não te ama até agora...

Ouvindo outro dia, por acaso, a música "Never Ever", da Ciara, parei para analisar a letra e vi como eu discordo do refrão: "If that boy don't love you by now / He will never ever, never ever love you" (algo como: "Se aquele cara até agora não te ama / Ele nunca vai, jamais vai te amar").

Ok, primeiramente uma pequena explicação sobre o meu gosto músical: eu não ouço Ciara (por sinal, acho essa música um porre) e dificilmente ouço essas músicas de hip hop pop que eu nunca sei como classificar. Mas é inevitável que a gente acabe ouvindo essas músicas no rádio ou na TV... Anyway.

Voltando à minha reflexão: eu acho que esse refrão simboliza bem uma das noções de amor existentes hoje. A gente quer um(a) namorado(a) AGORA, ou melhor, pra ontem!! A gente quer conhecer num dia, ficar no mesmo dia, namorar um mês depois, se casar em um ano (SE demorar tudo isso) e se divorciar menos de um ano depois (SE durar isso tudo também...). É como se tivessem colocado um catalisador nas nossas relações amorosas.

Cupido catalisador XD

Eu sinto falta do início da minha adolescência, quando havia todo um processo relativamente lento para ficar/namorar com alguém. Não quero dar uma de vovó nostálgica e dizer: "Ah, no meu tempo não era assim!" - até mesmo porque eu estaria mentindo descaradamente. É claro que existiam adolescentes há 6, 7 anos atrás que conheciam uma pessoa e no mesmo dia ficavam com ela. E também não estou recriminando ferrenhamente quem faz isso: atração forte existe e eu tenho plena consciência disso. Mas é que é tão bom você ir conhecendo aos poucos aquele garoto ou aquela garota especial, ir estabelecendo amizade, deixar as coisas aconteceram naturalmente (como diz o pagode rs), sem pressa ou compromisso. Hoje em dia, com raríssimas exceções, o que eu mais vejo são pessoas que começam a namorar do nada.

Na minha opinião, é justamente devido a essa falta de conhecimento que os relacionamentos hoje em dia não duram muito tempo (por favor, é óbvio que existem outros fatores, mas esse eu acho que é o principal). As pessoas começam a namorar sem se conhecer, e, quando o(a) fulano(a) tem uma atitude inesperada e imprevista, o relacionamento acaba. Se as pessoas se conhecessem um pouco mais antes de estabelecerem um relacionamento amoroso, estes durariam bem mais...

Eu sempre acabo oscilando entre "AAAAAH, EU QUERO ALGUÉM!" e "Tô tranquila, uma hora chega uma Shane pra mim" (que é como eu estou agora). Mas estou REALMENTE disposta a esperar, a deixar as coisas progredirem sem pressa, sem catalisadores, sem tempo.

Um dia ela ainda será minha hahaha
Então, bees, se o cara não te ama até agora, ele talvez só esteja dando tempo ao tempo. Talvez ele só queira te conhecer melhor e estabelecer amizade com você antes de tentar qualquer coisa. You may say I'm a dreamer (momento "pausa-para-cantar-Imagine"), mas, por incrível que pareça, ainda existem pessoas assim no mundo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Felicidade Clandestina

Vivemos no país do Carnaval, do samba, do futebol. Coisas aparentemente felizes, certo? Porque o brasileiro é feliz, né? O brasileiro é carismático, alegre, pra cima e tudo o mais. Não, leitores, não. O Brasil é o país dos ônibus lotados, da corrupção comendo solta, das impunidades, do compadrismo e da falta de educação (educação aqui num sentido de escola, de escolaridade). É claro que tem o carnaval, o samba e o futebol, mas o Brasil não se reduz a isso. Então por que mostrar só a face feliz?




Temos uma obrigação implícita de sermos felizes, porque “o brasileiro é um povo feliz”. Como eu DETESTO generalizações. “Baianos são preguiçosos”, “Cariocas são vagabundos”, “Paulistas são workaholics”, “gaúchos são preconceituosos” e “o brasileiro é feliz”. Há uma NECESSIDADE de ser feliz. Não estou dizendo que temos de buscar a infelicidade e andar tristes e taciturnos, mas essa ditadura da felicidade é algo insuportável! Como já diz uma música do Ira!, eu não consigo ser alegre o tempo inteiro.

Temos muitos demônios interiores a serem exorcizados (por favor, isso é uma metáfora! Não levem para o lado religioso!). Temos dúvidas, questionamentos, falhas, erramos, fazemos besteira, nos arrependemos... Não somos perfeitos e, sinceramente, eu nem desejo ser. Num conto da Clarice Lispector (que não lembro agora qual é), vemos que tentar manter a vida arrumadinha é inútil. Nós não somos arrumadinhos! No conto, uma mulher passa pelo Jardim Botânico e se espanta com a putrefação e a vida do local – e com a putrefação que faz com que a vida exista (é só com a morte das coisas que novas coisas podem surgir). Poisé, leitores. A vida não é cheirosinha e feliz. A vida pode ser (e é) muito boa sim, mas não é 24h por dia, 365 dias por ano. Então vamos parar de mostrar apenas esse lado da vida, ok? Vamos parar com essa coisa de placa de “Sorria, você está na Barra da Tijuca”. O brasileiro é chutado eternamente, tem que pegar 500 meios de transportes para chegar ao trabalho, recebe um salário indigno, não temos acesso a boas escolas ou a bons hospitais gratuitamente... E TEMOS QUE SER FELIZES? WHAT THE FUCK? Nãããããão!

Além disso, há um padrão para sermos felizes. Seremos felizes se tivermos um carro X., um homem Y., uma casa Z. e por aí vai. Não podemos fugir do padrão. Se você quiser andar de ônibus, não quiser um homem e sim outra mulher e se não quiser uma cobertura na Zona Sul, então que tipo de pessoa é você? A nossa cultura nos diz tudo isso porque, bem, a cultura é o controle da sociedade.

A nossa cultura estabelece um discurso moralista de controlar o outro. Controlar seus desejos, o que ele veste, o que ele tem, com quem ele dorme, o que ele pensa sobre determinados aspectos sobre a vida. E controlar aqui significa “vigiar e punir”, numa perfeita sociedade do “Big Brother”, não do reality show da Globo, mas sim da, ahn... Instituição do livro “1984”, do George Orwell.

E mais: hábitos culturais não  necessariamente devem ser entendidos/aceitos por todos. Como a Freak Girl disse em seu primeiro post: "É muito difícil morar no Brasil e não gostar dessas coisas (futebol, carnaval e álcool), mas eu acho que do mesmo jeito que os que gostam têm o direito de gostar, eu tenho o direito de não gostar." Não gosto de futebol, não gosto de carnaval, não gosto de álcool, não gosto de funk, axé ou pagode e acho que o brasileiro é muito mais que essa noção estereotipada de felicidade. 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Rainbows...


E quando é pela iminência de um arco-íris aparecer no céu que as nuvens negras começam a surgir na sua vida?

quinta-feira, 17 de março de 2011

Que tipo de irmãos estamos sendo para Jesus??

Antes do texto propriamente dito, eu quero dizer - antes que alguém me chame de "idiotinha" - que expressarei aqui a minha OPINIÃO, que não é melhor ou pior que a de ninguém, mas é o que EU acredito. Vocês têm todo o direito do mundo de não concordar com os meus textos e vocês podem e devem expor suas opiniões nos cometários, sejam elas contrárias ou não. Mas não custa lembrar: sejam SEMPRE educados nos comentários.

Agora sim, vou começar o post com 2 exemplos:

* Lady Gaga doou $ 16 milhões para o Japão; Justin Bieber, $ 1 milhão. O papa Bento XVI foi lá, rezou e não doou nada.

* Ontem, no ônibus, uma "jovem senhora" parou ao meu lado com uma bolsa e um guarda-chuva enorme. Como estava sentada, eu perguntei se ela queria que eu segurasse seus pertences. Ela me entregou o guarda-chuva. Depois de alguns minutos, um lugar na minha frente ficou vago e ela simplesmente pegou o guarda-chuva e, sem dizer uma palavra, sem dizer um "obrigada" ou ao menos me dar um sorriso, se sentou no banco. Seu celular tocou e ela começou a falar que uma fulana tinha que "pedir a Deus pra que Ele colocasse alguém na sua vida" e talz. Presumi que ela fosse cristã e me perguntei: que tipo de cristã não é nem educada o suficiente para dizer um obrigada?

Um dos meus livros preferidos, "O pássaro e a serpente", do José Carlos Leal, trata exatamente sobre essa sociedade cristã que liga pra Deus sem ligar para o próximo. Uma sociedade hipócrita que insiste em condenar eternamente o próximo, seja ele condenado por ser gay, por ser pobre, por ser o que for. Aí vem o clássico: "Mas tá na bíblia que você não pode ser gay!". Sim, eu já li isso lá em alguma parte do antigo testamento. Mas lê a bíblia inteira, filho. Lá tá dizendo que você não deve comer carne de porco e que você deve tirar o seu sábado pra adorar a Deus. Ahn, eu acho que vocês comem salsicha, presunto e que no sábado vocês vão para a praia/cinema/boate/ficar em casa vendo "Zorra Total" (UGH!). "Ah, mas hoje a gente vai domingo". Tá, mesmo que você vá na igreja todo domingo, você tira o dia INTEIRO pra adorar a Deus?

Mateus, capítulo 5
29 – Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
30 – E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.


Então, tá na bíblia. Imagina quantas pessoas estariam cegas e mutiladas se a nossa sociedade colocasse em voga esse versículo! O problema todo é que a sociedade e as igrejas (principalmente a Católica, por toda a sua importância histórica) meio que escolhem o que vai ser proibido ou não... Algumas coisas são interpretadas literalmente, outras não. Umas coisas hoje são consideradas impensáveis (comer carne de porco é pecado) e outras ainda vogam.

Que fique bem claro: não tenho NENHUM problema com Deus ou com Jesus. Pelo contrário! Como já diz a linda música: "God is great!". Meu problema é com esse abismo entre a teoria e a prática do Cristianismo, PRINCIPALMENTE no que diz respeito aos ensinamentos do próprio Cristo! As igrejas insistem em defender coisas bizarras do Antigo Testamento e não ligam na prática pros ensinamentos de Jesus, que foi infinitamente mais pacífico e revolucionário que Gandhi. De acordo com o que vejo na maioria esmagadora das igrejas, você tem que ir à igreja todo domingo, você tem que dar o dízimo, você não pode ser gay, você não pode usar camisinha (?!?!?!) etc., mas você não precisa dar um pão àquele mendigo que está ali morrendo de fome que muitas vezes só está bebendo para fugir daquela realidade insuportável à qual ele está preso.

E, para terminar, alguns versículos que devem sempre ser considerados:

Mateus - Capítulo 7 

1. Não julgueis, para que não sejais julgados.   
2.  Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
3. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?  
4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
5. Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.  

terça-feira, 15 de março de 2011

E cadê a educação?

Eu recebi o seguinte comentário no meu post mPb?

Anônimo disse...

"Você é uma idiotinha sabia, você como brasileira não deveria falar assim da musica do seu país e sim aprender a ouvir e a gostar, você não gosta de Chico Buarque? Caetano Veloso? você não merece nem ser brasileira, desculpa, mas isso é muito pra minha cabeça, sugiro que em vez de colocar suas porcarias na internet, vá ler um livro pra se tornar mais intelectual e suficientemente inteligente pra falar e julgar o melhor estilo de musica que o brasil tem. Assim que você superar qualquer um que você citou vc fala o q quiser. Agora tenha o MINIMO de bom senso e guarda só pra você seus pensamentos, nao difame seu pais, por pessoas como voce que o Brasil nao é levado a sério."

Depois do choque inicial devido à falta de respeito (não chamo NINGUÉM de "idiotinha" e não aceito ser tratada dessa forma), consegui elaborar uma resposta.

Caro anônimo,


eu não gosto de mpb não por ser música brasileira, mas porque as letras e o ritmo não me agradam. Eu adoro Pitty, Cazuza, Legião Urbana, Ultraje a Rigor... Tudo banda brasileira. Eu não tenho a obrigação de gostar de alguma coisa só porque é brasileiro e porque eu também sou brasileira. Você gosta de Calypso? De Bonde do Tigrão? Porque eles também são brasileiros.

E quem não gosta de Beatles não tem o direito de ser inglês? E quem não gosta de Bruce Springsteen não tem o direito de ser estadunidense? Quem não gosta de fado não tem o direito de ser português? Todo mundo tem o direito de ser gostar ou não gostar do que quiser, independente do país onde nasceu.

E para sua informação, antes de começar a postar aqui, eu já tinha lido mais de 200 livros e já estou chegando perto dos 300 (não que quantidade signifique alguma coisa, mas já que você tá falando que eu tenho que ler mais, né...). Além disso, faço faculdade de Letras na PUC-Rio.

Não estou difamando o Brasil. Só estou expondo a minha opinião. Eu adoro bandas brasileiras, boa parte dos meus escritores preferidos, como Luís Fernando Veríssimo, Clarice Lispector e Martha Medeiros, é brasileira (e se você disser que Clarice não entra na lista porque é ucraniana eu desisto de você...). Não é porque eu não gosto de um tipo de música que eu não amo o meu país. Temos que parar de bater palma pra uma coisa X ou Y só porque essa coisa é feita no Brasil. Vamos exaltar o que é bom, criticar o que é ruim, mas SEMPRE COM RESPEITO, que é o que DEFINITVAMENTE faltou no seu comentário.

E, cara, isso aqui é o MEU blog, eu tenho direito de falar O QUE EU QUISER aqui. Se meus leitores vão concordar ou não é outra história. E todos têm o direito de discordar sim, mas, repito, COM RESPEITO. Se eu te ofendi com o texto, peço desculpas, mas não acho que tenha ofendido ninguém como pessoa, talvez apenas como músico. Se você quiser criticar o modo como eu escrevo, se você quiser corrigir a minha pontuação ou acentuação (praticamente inexistentes no seu comentário...), sinta-se à vontade. Mas NÃO me chame de idiotinha ou diga que eu não tenho o direito de ser brasileira; isso ofende e machuca.

Para encerrar, já que você disse que eu deveria me tornar mais intelectual, eu gostaria de citar aqui duas frases de dois nomes importantíssimos do mundo intelectual: Friedrich Nietzsche, filósofo, e Ferdinand de Saussure, considerado o pai da linguística (será que isso é intelectual o suficiente para você?). A do Nietzsche é que "não existem fatos, apenas interpretações". Ou seja, todo o seu comentário, dito com a convicção de um fato, nada passa de uma interpretação (assim como o meu próprio texto). A de Saussure é que "bem longe de dizer que o objeto precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o objeto". Isto é: a música popular brasileira, assim como qualquer outro objeto que queira se colocar em questão, não é boa ou ruim a priori. A sua interpretação que vai dizer se, pra você, ela vai ser agradável ou não.

Passar bem.

sábado, 12 de março de 2011

True Colors

“But I have to be sure when I walk out that door
Oh how I want to be free, baby
Oh how I want to be free
Oh how I want to break free”

“I want to break free” - Queen

Ganhei de aniversário de 18 anos da minha mãe o livro “Monster High”, cujas personagens principais são Melody Carver, uma menina normal que vive um pouco à sombra da irmã linda, e Frankie Stein, bisneta do monstro Frankenstein, criada em laboratório pelos pais Vik e Viv. O pai de Melody, um cirurgião plástico, conseguiu transformar o nariz da filha, que tinha o “simpático” apelido de “Tromba”, num nariz perfeitinho, retinho e talz. Melody queria que as pessoas pudessem gostar dela sem que ela precisasse mudar de rosto. Frankie queria poder se mostrar ao mundo tal como era: verde-menta, com suturas e eletrodos, sem a maquiagem rosada ou as echarpes que os pais a obrigavam a usar.


Frankie não podia se mostrar ao mundo tal como era para a sua própria segurança. As pessoas não viam que, por trás das suas características físicas diferentes, existia uma menina normal, que gostava de Lady Gaga, lia Seventeen e gostava de estar na moda. Se decidisse mostrar sua real identidade, o que de fato chega a acontecer em determinadas partes do livro, Frankie seria reduzida a um monstro verde-menta com suturas e eletrodos. Iria assustar os normies, que sentiriam medo pela aparência de Frankie, associada a coisas ruins pela sociedade.

Melody também é um caso interessantíssimo para se estudar, mas prefiro ficar presa apenas ao caso de Frankie nesse post. Quantas vezes vemos alguém escondendo o seu verdadeiro eu por medo do que a sociedade pode falar? Se você é negro, índio, japonês ou árabe e é discriminado por isso, não tem muito como esconder esse fato para fugir dos julgamentos da sociedade. É uma característica física, é muito mais difícil de fugir. Mas e quando vemos pessoas escondendo sua orientação sexual? Sua religião? Falando rapidamente desse segundo caso, é meio complicado pensarmos em perseguições religiosas, porque, pelo menos em teoria, vivemos num país que nos deixa ter qualquer religião que desejarmos. Talvez você seja olhado meio tortamente se tiver uma religião diferente do catolicismo (porque o que a gente mais vê é preconceito contra evangélicos, que também são cristãos e são reduzidos sempre a uma ou outra denominação meio extremista e, ahn, duvidosa). Mas você dificilmente será morto pela sua opção religiosa.

O que nos leva ao primeiro ponto: as opções sexuais diferentes da heterossexualidade. Quantas vezes já vimos notícias de casais homossexuais que foram expulsos de recintos fechados? Quantas vezes lemos em algum lugar que mais um gay foi morto apenas pelo fato de ser gay? E quantas vezes vemos pessoas que, como uma amiga minha disse, dizem não ter preconceito, mas, na verdade, têm? Ser diferente nessa sociedade preconceituosa e massificada é complicado e perigoso. Eu ADORARIA levantar a bandeira “saia do armário e seja feliz”, mas sei que muitas pessoas teriam suas vidas transformadas num verdadeiro inferno se decidissem assumir sua sexualidade. Eu faço como John Lennon e imagino todas as pessoas vivendo num mundo de paz, mas já desisti há muito tempo de acreditar que esse mundo possa um dia se tornar realidade. É simplesmente impossível fazer com que mais de 6 bilhões de pessoas com culturas tão diferentes pensem exatamente da mesma forma ou “tolerem” o mesmo tipo de atitudes.


Se você está lendo esse post e tem algum tipo de preconceito contra quem não é heterossexual, pare e pense, sério. Qual o mal que os não-héteros trazem pra sociedade? Eles estão matando? Eles estão roubando? Eles estão vendendo TriBala e amendoim no ônibus? Eles estão financiando o tráfico de drogas? Garanto que se um homossexual, bissexual, transexual etc. fizer alguma dessas coisas, não será porque ele é homossexual, bissexual, transexual etc. Fala sério, gente. A opção sexual de um indivíduo deveria ser um assunto a interessar apenas as pessoas mais próximas do indivíduo em questão. Se X gosta de homem ou mulher ou os dois, o que eu tenho a ver com isso? Por que algumas pessoas se sentem tão... ultrajadas quando vêem um casal de pessoas do mesmo sexo se beijando? Por que não é natural? TVs, celulares, tintas de cabelo, esmaltes, computadores e McDonald’s também não são naturais. E aí? Vai parar de ir ao salão e defenestrar sua TV por isso? Vai voltar a viver na Idade Média? Porque, quando você usa esse argumento – “não é natural” – num mundo tão artificial como o nosso é hoje em dia, você acaba mostrando que ou você é um ser totalmente contraditório ou que você tem uma mentalidade medieval – ou os dois, né?

Para terminar, gostaria de transcrever um diálogo das páginas 258 e 259 do “Monster High”:

“Por que foi que você simplesmente não fez de mim uma normie?

Viktor deu um suspiro. – Porque não é o que somos. Somos especiais. E temos muito orgulho disso. Você deveria sentir a mesma coisa.

- Orgulho?! – Frankie pronunciou aquilo de um jeito cuspido, como se a palavra estivesse encharcada de removedor de esmalte. – Como é que posso ter orgulho quando todo o mundo me manda ficar escondida?

- Eu a mando esconder-se para que você fique segura. Mas, apesar disso, você ainda pode sentir orgulho do que é – explicou ele, como se as coisas fossem realmente simples assim. – O orgulho precisa vir de dentro e ficar com você, não importando o que as pessoas digam.”

Acho que essa conversa dispensa qualquer tipo de comentário da minha parte =D

quinta-feira, 3 de março de 2011

Pra quê faculdade?

O meu avô materno é um homem bem simples, que viveu na roça por toda a sua vida. Uma das frases que ele disse uma vez pra minha mãe e me marcou profundamente foi "Pra quê faculdade se não sabe...?". Ok, confesso que não lembro como a frase terminava, porque eu e a minha mãe já criamos tantas versões diferentes pra esse finalzinho que não lembro qual era o original. Anyway. As versões da minha mãe incluem coisas tipo: "Pra quê faculdade se não sabe nem cozinhar um arroz? Pra quê faculdade se não sabe nem ligar pra algum lugar pra encomendar alguma coisa? Pra quê faculdade se não sabe nem ir ao banco fazer o depósito desses livros que você compra pela internet?" e por aí vai. O "Pra quê faculdade...?" já virou uma espécie de piada interna nossa.

A questão que pretendo levantar aqui hoje não é sobre o "Pra quê faculdade...?", porque acho que todos temos uma noção da importância de um curso de ensino superior hoje em dia. Não. A minha questão é como as pessoas conseguem ser tão ignorantes estando na faculdade. E não me refiro a falar "seje" ou "menas" ou "nós foi". Como vemos em matérias de linguística, o "erro" gramatical deve ser posto entre muitas aspas e, o que a gente chama de erro, os linguistas chamam de inadequação. Não, eu quero falar sobre outra coisa.

Pra quê faculdade se você discrimina os gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e afins?
Pra quê faculdade se você discrimina quem estuda em colégio público?
Pra quê faculdade se você discrimina negros, índios e estrangeiros que não sejam europeus ou estadunidenses?
Pra quê faculdade se você se acha bom demais para dizer um "bom dia" para o motorista do ônibus, para o cobrador, para o pessoal da limpeza, para o ascensorista, para os vendedores, etc.?
Pra quê faculdade se você faz tudo isso? Por que, se você tem essas atitudes, acaba mostrando que tem uma ignorância que não vai ser tirada nem em 10 anos de faculdade de medicina na UFRJ.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ah, eu era feliz...

Quando entramos na escola, dificilmente proferimos a frase "Eu era feliz e não sabia". Muito provavelmente porque ainda não temos muito essa noção do que é felicidade e talz. Mas aí, lá pela segunda metade do Ensino Fundamental, começamos a dizer a cada ano que passa: eu era feliz e não sabia.

Eu falei isso quando fui pra oitava série, porque a minha 7a série tinha sido incrível. Quando fui para o primeiro ano, porque metade da minha turma saiu do colégio. Quando fui para o segundo ano, porque a minha turma, de 20 pessoas, foi para 42. Quando fui para o terceiro ano, quando seria o último ano com a minha turma de 42 pessoas. Quando fui pra faculdade, porque tinha acabado toda a magia do Ensino Médio, porque eu ia ficar longe do meu (ex) namorado, porque eu ia ter que pegar ônibus lotado, porque eu não ia ter mais algumas aulas tão legais no colégio.

Ok, eu realmente fui muito feliz até o 3o ano do Ensino Médio e, apesar de adorar muito a faculdade e os amigos que fiz aqui, não reviveria o ano passado nem que me pagassem muito. Eu não vou dizer esse ano: eu era feliz (no ano passado) e não sabia, porque, apesar de a PUC ser tudo de bom, eu não estava feliz. Mas hoje eu acabei pensando: quando eu sair da faculdade e começar a trabalhar, provavelmente vou pensar "eu era feliz na faculdade e não sabia". Quando me aposentar, vou pensar "nossa, eu era tão feliz trabalhando... Hoje estou aqui no maior tédio sem nada pra fazer". E quando estiver bem velhinha, talvez até no meu leito de morte, vou pensar: "Ah, minha vida! Eu vivi. Eu fui muito feliz sempre e nunca soube".

Então eu vou é aproveitar o lotadíssimo Expresso do Tião (o ônibus que eu pego rs), o lotadíssimo bandejão, o acordar às 5h30 da manhã totalmente zonza, as roupas bizarras que ponho pra vir pra faculdade... Eu vou é aproveitar e ser feliz, pra quando chegar a minha hora de ir embora desse mundo eu poder olhar pra trás e dizer: eu era feliz e sabia.

Meme Literário: vale a pena ler de novo

A Helaina_One me, ahn, "marcou" (mandou? Deu? Não sei qual é o verbo correto nesse caso...) num Meme (que eu sei o que é mas não sei explicar :P). Muito obrigada, Helainaaa!


1 - Provavelmente Harry Potter :)

2 - Ficaria na dúvida entre "O retrato de Dorian Gray" e "A Hora da Estrela". Mas acho que escolheria "A hora da Estrela".

3 - Ahn... Ai, são tantos... Pausa para olhar meus livros favoritos no Skoob... Tá, escolhi: "1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil". Esse livro é super engraçado, não porque o autor escreva de maneira divertida, mas porque os próprios fatos da história são hilários! Eu recomendo a todos - não só àqueles que gostam de história!

4 - You're too late, A little freak, Obviously My Point Of View, Me faça pensar, Narradora Personagem, The Bloomsbury Tüppÿ, Cherry up!, Very Jess, Para não gritar, Borboleta em metamorfose

5 - http://universo-invisivel.blogspot.com/