domingo, 30 de janeiro de 2011

Não estamos imunes a sofrimentos amorosos :(

Ao ler um livro de auto-ajuda há algumas semanas atrás, ingenuamente eu achei que, depois de interiorizar os ensinamentos daquelas páginas, nunca mais sofreria por amor. Deixe-me explicar: o meu problema principal em relacionamentos sempre foi a baixa auto-estima, o que acabou gerando inúmeras outras questões menores (que se tornavam maiores com o tempo). Eu imaginei o livro como um produto das Organizações Tabajara e escutei uma voz falando na minha cabeça: “Seus problemas acabaram! Se tudo que dava errado girava em torno da sua baixa auto-estima, ao aprender a aumentar seu amor próprio (que é o que o livro propõe), você vai acabar com todos os seus problemas amorosos num passe de mágica!”. É. Como diriam meus amigos Marco e John, “little fool”.

Não que eu esteja sofrendo por amor, não estou nem perto. Mas parei para perceber como algumas amigas minhas, com a cabeça, a auto-estima e tudo no lugar, também sofreram e ainda sofrem por causa de ficantes, namorados e casos. Não tem jeito: aquele seu alguém especial pode parecer a reencarnação do Jack (Leo DiCaprio em “Titanic”), mas, mais cedo ou mais tarde, você vai ter alguma dorzinha por causa dele. Duvida?

Primeiramente, não tem como adivinhar ações humanas. Ele pode ser uma cara bacana e te trair do nada ou pode ser um galinha total e decidir ficar com você – e só com você. Aí você pensa na filosofia do House e me diz: “People don’t change”. Antes que você diga “Everybody lies” e “It’s not lupus” (a maior lição que aprendemos com House é que nunca é lúpus), eu vou confessar que acredito, sim, que as pessoas mudam. O tempo todo, inclusive. As pessoas evoluem e regridem e, como já disse meu psicopata favorito, o Dexter, evoluir é a única forma de sobreviver. Evolução, adaptação ao meio, mudanças, chame como quiser. O fato é que as pessoas NÃO ficam eternamente iguais. Fala sério, sofremos influências 24h/dia, é IMPOSSÍVEL você ser a mesma pessoa pro resto da sua vida.

Em segundo, se você REALMENTE gostar da pessoa, mesmo que vocês terminem de forma pacífica, vai ser muito difícil não sofrer. E isso não tem nada a ver com a sua auto-estima ou com o fato de o cara ser um babaca ou não. Como diz o meu divo Axl Rose em “November Rain”, “’cause nothing lasts forever / and we both know hearts can change” (algo como “porque nada dura pra sempre / e nós dois sabemos que corações podem mudar”). Não adianta, corações mudam e muitas vezes namoros acabam sem vilões.

Juntando a instabilidade dos sentimentos à imprevisibilidade da mente humana (o que vai determinar o comportamento do seu boyfriend/girlfriend), descobrimos que nunca estamos nem estaremos imunes a sofrimentos amorosos. Como diz a Avril em seu novo hit, “What the hell!”, “Love hurts whether it’s right or wrong”. E, infelizmente, se quisermos sentir todas as felicidades de estarmos apaixonadas(os) por alguém, temos que encarar tudo de ruim que vem junto no pacote.

Refletindo com "Crepúsculo"


Eu li “Crepúsculo” um pouco antes de a saga virar febre mundial. Eu não lembro exatamente quando foi isso, mas acho que foi no 2º semestre de 2008. Gostei bastante da história, apesar de ter achado meio mal-escrito, parado demais. Convenhamos, a Stephenie Meyer não sabe escrever cenas de ação. Mas, como tinha lido “O apanhador no campo de centeio” – um dos livros mais parados EVER – e tinha amado, decidi continuar lendo a saga “Twilight”. Fui me fascinando cada vez mais com a história. Não liguei para as alterações feitas nas características de vampiros e lobisomens, criaturas consagradas pelo imaginário popular há décadas. Foi meio estranho tentar encontrar lógica num lobisomem que não tem pelos na forma humana (seria o mesmo que achar normal ver um filme sobre o Abominável Homem das Neves passando férias nas praias ensolaradas do Caribe). Mas precisamos de inovações de vez em quando, né?

Na verdade, tudo isso fica meio de lado e os detalhes bizarros acabam sendo ofuscados pelo amor de Edward e Bella. Particularmente, acho que o fato de ele ser um vampiro e ela ser humana não importa muito para despertar o interesse nos leitores. O que importa é o amor que cada um sente pelo outro e o modo como Edward trata Bella. É meio impossível não desejar, por um milésimo de segundo que seja, um Edward Cullen só pra você. Mas, caros leitores, sejamos sinceros: Edward é um VAMPIRO VEGETARIANO que BRILHA NO SOL e tem MAIS DE CEM ANOS. É, nunca encontraremos ninguém como ele... É fácil esquecer que ele é um vampiro bonzinho (o que é quase tão sem noção quanto o homem-lobo sem pêlos. Conde Drácula é um dos maiores expoentes do Romantismo e sofria horrivelmente a perda da amada, mas bonzinho ele nunca foi!). É fácil esquecer que ele parece aquelas pregadeiras de plástico de camelô – as populares “piranhas” – que mudam de cor no sol. Mas não dá pra esquecer de duas coisas: primeiro, ele é um personagem, e isso quer dizer que ele não existe (desculpe-me por acabar com os seus sonhos). Em segundo, Edward pertence a outra época, a outro século. Eu não lembro exatamente em que ano ele foi transformado em vampiro, mas, em qualquer século que tenha sido, podemos imaginar que Edward teria que ralar um pouco mais para conseguir alguma menina que ele quisesse – ou não, já que as mulheres eram desvalorizadas e submissas. Ou talvez isso fosse só depois do casamento. Talvez durante o namoro os homens tivessem que ser fofos, pacientes e respeitosos. A questão é: Edward teve outra criação. Homens hoje em dia nascem para serem pegadores, não cavalheiros. Homens acham que ser cavalheiro é sinônimo de ser “viadinho” (pode perguntar pra qualquer cara que acredita ser o macho alfa o que ele acha de Edward Cullen. Provavelmente 10 entre 10 responderão “viadinho” e sinônimos). NÃÃÃÃÃÃÃO, babaquinha! Tratar bem a sua namorada não vai te fazer menos macho, caramba!!!

O Igor, meu professor de violão e terapeuta por acaso, me disse algo que eu acredito ser verdadeiro e, que de uma certa forma, conversa com o parágrafo anterior: se as mulheres fossem mais exigentes, os homens seriam obrigados a serem melhores. Se na época de Edward as mulheres eram desvalorizadas, hoje as mulheres se desvalorizam. 1º caso: voz passiva analítica. As mulheres (sujeito paciente que sofre a ação do agente da passiva) eram desvalorizadas pelos homens (agente da passiva, quem pratica a ação de desvalorizar). 2º caso: voz reflexiva. As mulheres praticam (são agentes) e sofrem (são pacientes) a ação de desvalorizar. É como Tina Fey disse tão brilhantemente em “Meninas Malvadas”: “Se vocês ficarem se chamando de vadias e vagabundas, isso só vai dar aos homens o direito de chamarem vocês de vadias e vagabundas”. Ou seja, se você se desvalorizar, só vai dar aos homens o direito de te desvalorizar também.

Acho que todas nós, mulheres, meninas, pessoas que gostam de homens, merecem um Edward Cullen (tá, todas não, existe muita vaca por aí que merecia um Norman Bates como namorado – se você não sabe quem é Norman Bates, veja “Psicose”, clássico do diretor e mestre do suspense, Alfred Hitchcock). Enfim. Merecemos um Edward Cullen, mas ele não existe. Injusto, não?? Totalmente. Mas, por mais que sonhemos em ter um Edward Cullen, não dá pra bancar a Bella Swan. Por quê? Bem, se o Edward não existe, não faz sentido agir como a Bella na esperança de um menino fofo qualquer se transformar no Edward. AAAH, CONFUSÃO! Meus neurônios se enrolaram todos. Vou por partes. A Bella faz tudo pelo Edward, sua vida É o Edward e ela estava disposta a nunca mais ver sua família para passar a eternidade ao lado do cara que ela ama. Vááários erros aí:
*Bella faz tudo por Edward, que faz tudo por ela. Você NÃO vai encontrar um cara que vai fazer TUDO por você. Então você NÃO vai fazer tudo por ele, combinado?

*A vida de Bella é Edward e vice-versa. Se você acha que seu namorado é sua vida, você tem sérios probleminhas. Falo por experiência própria. O centro da sua vida é você, não o seu namorado, sua mãe ou o Justin Bieber. E se você não se colocar no centro da sua vida, acredite, você vai sofrer muito lá na frente.

*Bella estava disposta a nunca mais ver sua família para passar a eternidade ao lado do cara que ela ama. Eu conheço pessoas que abandonaram a família pra casar. Depois de alguns anos, elas foram abandonadas pelas pessoas com quem casaram. NUNCA abandone as coisas que você gosta de fazer ou as pessoas de quem você gosta por causa de um relacionamento. A não ser que você goste de beber e fumar, aí você pode e deve abandonar o cigarro e o álcool, porque isso pode te matar =D

Olha, amor é muito importante, sim, mas não deve ser tratado como o ponto principal da sua vida. Aí você deve estar pensando: “Nossa, coitada! Deve ter levado um pé na bunda muito feio”. Sim, leitor, levei um pé na bunda muito feio. Quando estava no Ensino Médio, sentia muita pena de um cara que eu conhecia que sempre falava sobre como o amor não era nada daquilo que a gente achava. Além disso, ele falava muito mal das mulheres. Eu e minhas amigas sempre falávamos: “Nossa, ele deve ter levado um fora horrível”. Hoje eu vejo que ele é quem tinha motivos para sentir pena de nós.

Todas essas ações da Bella fazem sentido dentro do contexto do livro. Mas não vivemos num livro da Stephenie Meyer, ou numa comédia romântica, ou numa tragédia shakespeariana (leia-se “Romeu e Julieta”). Sugiro que não se deixem levar tanto pelas emoções. Antes de tomar alguma decisão levada pelo seu coração, pense com o outro órgão que, literalmente, é tão importante quanto o coração: o cérebro. Acho que é isso: coração e cérebro não devem ser rivais, mas sim aliados. Se você conseguir equilibrar os dois, sua vida provavelmente vai ser bem menos problemática!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Firework" censurado

 
Um dos clipes mais lindos que já vi na vida foi o de “Firework”, da Katy Perry. Assim, fiquei chocada ao saber que, na Inglaterra, o vídeo tinha sido censurado e a cena do beijo gay tinha sido cortada. Na verdade, eles queriam proibir o clipe, alegando que colocar uma criança com câncer era uma cena muito forte. Na moral, pra quê tudo isso?! Eles censuraram os últimos 20 clipes da Britney Spears? Os da Lady Gaga? Os do 50 Cent? Será que “O Segredo de Brockeback Mountain”, vencedor do Oscar, foi impedido de passar lá?

“Firework”, assim como “Beautiful” (Christina Aguilera) e “Raise your glass” (Pink), é uma música que me deixa pra cima, porque tem uma letra que nos inspira a sermos nós mesmos. Por falar em “Raise your glass”, será que o clipe da Pink também foi censurado? Afinal, também aparecem homens se beijando (e cenas insinuando que a Pink tinha acabado de fazer sexo com alguns líderes religiosos...). Enfim. Eu acho a censura algo TOTALMENTE lamentável, ainda mais nesse caso – a censura de um clipe tão inspirador quanto “Firework”. Imagina você ouvir a Katy Perry dizendo que não tem problema ser magrelo, gordinha ou gay e depois o seu país censurar o clipe. Aí mesmo que você vai achar que tem algum problema em ser magrelo, gordinha ou gay.
 

Lily Allen é inglesa. Elthon John é inglês. Os Sex Pistols eram ingleses e eu imagino que a Vivienne Westwood também seja. Tanta gente transgressora. Pra quê um retrocesso desses??

Resoluções de ano novo

Talvez esteja meio tarde, mas esse post já tava no meu computador há um tempão, eu só tinha esquecido de postar hsuhsuhaushauahaus...

* Manter minha auto-estima lá em cima - Uma auto-estima elevada significa ficar fora da depressão. E pro fundo desse poço eu não volto nunca mais.

* Ir a um show de alguém MUITO diva – Tipo a Gaga. Ou a Ivete. Ou o Mika.

* Eu em primeiro lugar – Se eu quiser ir a algum lugar, eu vou (desde que não implique permissão dos meus pais). Se eu quero ir ao cinema, mas ninguém quer ir comigo, vou sozinha!

* Fuja de pessoas nocivas – Se condicione a não gostar de pessoas que você sabe que não vão lhe fazer bem e que você pode vir a gostar;

* Ler mais - PELO MENOS 2 livros por mês. É baixo para os meus padrões, mas a faculdade não me deixa ler mais (mesmo fazendo faculdade de LETRAS).

* Tentar ser menos ansiosa – e parar de estragar tudo...

* Dar mais presentes a quem merece – tipo a minha mãe, que praticamente nunca ganha nada de mim.

Acho que é basicamente isso. Também tem as mesmas de todo ano: ser mais paciente, manter minhas notas altas etc etc etc... Que 2011 seja um ano excelente para todos (ou quase todos... meu lado Carrie White assumindo aqui husahushsua)

Church on sunday

Eu nunca gostei muito de ir à igreja, principalmente porque vejo uma discrepância enorme entre o que eu ouço e o que eu vejo. Sinceramente, sempre achei muito mais importante tratar bem os motoristas de ônibus, ser gentil e procurar ajudar do que ir à igreja todo domingo. Conheço vááárias pessoas (e muitos desses exemplos estão na minha família) que todo domingo (e terça, e quarta e quinta...) estão na igreja, mas passam o tempo todo falando mal dos outros, fazendo fofocas maldosas e nunca movem um dedo pra ajudar quem quer que seja. E elas não ligam se você é professor comunitário, dono de ONG ou o Profeta Gentileza em pessoa: esquece, se você não for à igreja, você não tem valor.

É ÓBVIO que falo de uma parcela da igreja que é assim. Na minha igreja tem várias pessoas super simpáticas, educadas e que querem sim ajudar. Mas como eu conheço poucas pessoas que são assim – a maioria, como eu, entra, senta, escuta e vai embora –, acabei pegando “trauminha” de religiosos. Tenho HORROR ao RR Soares, ao Silas Malafaia, ao Edir Macedo e àqueles bispos da antiga igreja do Kaká. Pode até ser que não, mas só consigo vê-los como empresários. Sabe como é, pequenas igrejas, grandes negócios... Enfim. De uns tempos pra cá, com toda essa coisa das minhas epifanias, comecei a perceber que não concordava com muitas coisas que eu ouvia na igreja. Pode estar na bíblia, mas eu não acho que ser gay seja algo errado. Como já disse em algum post lá atrás, acho que as pessoas não escolhem ser gays – fala sério, por que você escolheria ser perseguido por toda a sociedade? Se existe “ex-gay” eu não sei, acho que héteros podem ter fases de experimentações homossexuais, mas de uma coisa eu tenho certeza: ser gay NÃO É uma doença. Aaaanyway, poderia defender o direito dos gays aqui o dia inteiro, mas o meu post não é sobre isso.

Quando eu comecei a perceber que eu não concordava com as pessoas nem com alguns ensinamentos, fui me afastando cada vez mais (isso tem mais ou menos um ano e meio). Com a correria da faculdade, o único dia que eu tinha para estudar era domingo e aí mesmo que me afastei. Quando eu ia pra igreja, só conseguia ouvir coisas com as quais não concordava. Até que no finzinho do ano passado eu fui na EBD (Escola Bíblica Dominical, onde há um estudo dirigido da bíblia, separado em classes de acordo com a idade das pessoas) e comecei a concordar com o que o rapaz, meio novo na igreja, estava falando. Ele estava citando pensadores importantes, e não falava de um jeito hipócrita como todos os outros que eu ouvia. Eu entendia, e, mais ainda, compartilhava o pensamento com ele. A partir daí, vi que a igreja não é um lugar para pessoas inocentes que caem nas mãos de pastores com boa lábia. Algumas até podem ser, mas vi que, mesmo não concordando com tudo, a igreja me traz alguns esclarecimentos intelectuais e espirituais. Se eu vou pra igreja hoje, vou pra crescer, não por medo de ir pro inferno ou pra minha vida melhorar – acho deprimente ganhar as pessoas na base do medo ou do interesse.

Não quero ofender ninguém com esse texto – religião é sempre um assunto mega delicado – e eu respeito as opiniões alheias. Eu respeito a diversidade, por isso que acho meio errado também essas missões evangelizadoras. Cada um é livre pra ter a fé que quiser e, bem, Alá, o Deus cristão e o Deus judeu são o mesmo Deus. No fundo, por mais diferentes que as religiões sejam, acho que a maioria delas tem um mesmo propósito e doutrinas semelhantes. E se você não tiver religião, tranquilo também, sinal que, pelo menos por enquanto, não está te fazendo falta.

O Igor, meu professor de violão (cara, é muito estranho chamar ele de professor...), me dá mais “ensinamentos para a vida”, mesmo sendo só 4 ou 5 anos mais velho que eu, do que ensinamentos sobre cifras de música. Não que ele não dê aula bem, pelo contrário, mas sinto às vezes que os conselhos que ele me dá valem mais que as aulas de violão. Depois de ler isso talvez ele comece a cobrar pelos conselhos... Enfim. Ele me disse, talvez não necessariamente com essas palavras, que temos que ser sinceros com nós mesmos. Temos que ser nós mesmos. Então, puts, se tu não se sente à vontade numa igreja, não vá só por medo de sofrer a ira divina (pergunta básica que não consigo entender: a ira é um dos sete pecados capitais, certo? E se uma das expressões que mais ouvimos é “a ira divina”, como Deus se ira se a ira é pecado? Deus peca? Isso não é heresia, é apenas uma linha de raciocínio lógica). Se você acredita em tudo o que está na bíblia, beleza, mas que seja porque você acredita mesmo, não porque o pastor disse que você tem que acreditar senão você vai pro inferno. Deus pode ser fiel a você, e eu acredito mesmo que ele seja – experiência pessoal –, mas seja você também fiel a si mesmo.

Pré-conceitos

As pessoas geralmente dizem que não devemos julgar uma pessoa antes de conhecê-la, mas, na minha opinião, é impossível fazer isso. Você vê um garoto indo pra academia 4 vezes por semana e pensa: nossa, ele deve ser um galinha totalmente sem conteúdo. Você vê uma menina que só tira notas boas e que não é popular e automaticamente seu cérebro envia pra você uma mensagem do tipo: ela não tem vida e passa o dia inteiro na frente dos livros. Acho que ter uma imagem de determinada pessoa na sua mente, mesmo que essa imagem não possa estar mais distante da realidade, não é um problema tão grande. É meio inevitável achar que a pessoa é um jeito e depois descobrir que ela é totalmente diferente. Acho que o problema é que as pessoas confundem pré-conceitos com discriminação.

Eu creio que pré-conceitos são essas imagens que fazemos de alguém antes de conhecê-lo. Discriminação seria excluir, zoar, maltratar de qualquer forma alguém por um determinado aspecto: ser gay, negro, mulher, idoso, emo, colorido, fã de Justin Bieber ou qualquer outra coisa. Pré-conceitos são inevitáveis, mas devem ser derrubados com o tempo e conforme o nível de intimidade com a pessoa vai aumentando. Discriminação é evitável e deve ser evitada, pois você reduz a pessoa a um único aspecto da sua vida e acaba juntando no mesmo saco pessoas totalmente diferentes. Dessa forma, você pode perder a oportunidade de conhecer alguém muito interessante por causa de UM único fator dentre tantos outros presentes na vida dela.

Não é porque uma menina prefere sair a ficar em casa lendo um livro que ela tem menos ou mais valor. Caráter a gente vê em determinadas atitudes, não em determinados hobbies. Pense nisso na próxima vez que torcer o nariz para uma pessoa só porque ela é diferente de você.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Welcome back, my dear strange: rock'n'roll!!

E lá me sinto eu como uma garotinha desamparada de novo...

Relaxem, dessa vez não tem nada a ver com depressão. Deve ser a TPM. Ou as músicas que eu ando escutando. Acho que já comentei aqui que me viciei recentemente em The Pretty Reckless. O visual dos clipes é totalmente gótico, o ar das músicas é sombrio e, apesar de eu já ter passado da minha fase gótica há muito tempo, eu adoro a banda mesmo assim. Vejo a Taylor Momsen como uma Avril dark e mais revoltada que tem a voz da Courtney Love (quando a voz da Courtney é editada em estúdio) e a atitude da Joan Jett. Tá, foi uma PÉSSIMA descrição, mas é como eu a vejo. E, como a Taylor é exatamente 5 meses mais nova que eu - ela nasceu em 26 de julho de 1993 - eu não posso deixar de ME ver um pouco nela.


O engraçado é que dificilmente eu me vejo como eu sou. Eu sou palhaça - o que não quer dizer "engraçada" -, política, não sou barraqueira, odeio confusão e geralmente levo desaforo pra casa (mehor desaforo que um olho roxo). Sem trocadilhos com a minha diabetes, eu sou um doce. Sei lá, acho que poucas pessoas diriam o contrário de mim nesse aspecto. Se o seja você mesmo se aplica ao vestuário, eu deveria andar por aí vestida como a Katy Perry em "California Gurls". Mas eu ultimamente tenho sentido falta das unhas pretas, do lápis de olho e das baby-looks de banda (OMG, eu não tenho mais NENHUMA! Minhas 3 do Nirvana ficaram apertadas, a do Guns tá manchada de água sanitária e as da Avril e do Blink eu não faço ideia de que fim levaram...). Enfim. Sinto falta do rock'n'roll na minha vida.

Nunca tive ATITUDES rock'n'roll - a não ser, talvez, xingar ex-namorados com todo o meu ódio. Mas quando eu me vestia com aquelas roupas e acessórios, eu me sentia "poderosa" (e bote 20 aspas aí). É aquela coisa meio "você pode ser o que quiser". O rock sempre foi a música dos excluídos e, pra uma garotinha feia de 11 anos, o rock era tudo o que eu queria ser - excluída com estilo. Mas e hoje, com quase 18 anos, bonita, com a auto-estima no lugar e tudo o mais, por que sinto tanta falta do rock? Necessidade de mostrar meu lado agressivo para que as pessoas parem de me sacanear? Talvez, faz sentido. Mas eu não preciso aumentar a dose de preto no meu visual para que as pessoas parem de me sacanear. Talvez sejam as músicas que estou escutando e a voz da Taylor Momsen cantando as coisas que eu sinto. Talvez sejam as aulas de violão, que fazem com que eu me conecte mais à música - passei as duas últimas horas tocando The Pretty Reckless... Não, mentira, passei a última hora vendo "O Bem Amado" (2a minissérie que eu assisto na vida...). Eu passei então uma hora só tocando violão, e minha garganta está doendo de tanto forçar minha voz pra ficar igual à da Taylor. Não ficou, mas decobri que sei cantar razoavelmente bem com uma voz grossa - o meu problema foi que a vida toda cantei em falsete, então achava que era a pior pessoa do mundo cantando.

Ok, whatever. Sei lá por qual motivo você voltou, mas bem vindo de volta, dear rock'n'roll =D

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

mPb??

Quando saí de Casimiro e voltei pra casa ontem tive que enfrentar 2 horas de um programa de rádio que eu acredito se chamar "JB do Brasil", onde só toca "MPB". Não gosto de MPB. Não gosto de Marisa Monte, Gilberto Gil, Caetano, Chico (NÃO, eu NÃO gosto de Chico Buarque!), Ana Carolina... Acho a Maria Gadú uma fofa, mas não curto as músicas dela. Ok, depois dessas confissões, eu terei sorte se sobreviver a volta às aulas, porque o pessoal da faculdade é meio amante de MPB.


Várias coisas me irritam na MPB. 1o: a voz dos cantores. A voz é calminha e cheia e "uuuuuhs" e "aaaaaaahs", e eu gosto de vocais rasgados (recentemente, me viciei em The Pretty Reckless, a banda da Taylor Momsen, a Jenny Humphrey de "Gossip Girl"). 2o: Fúria, gente! Cadê a animação? Sei lá, parece que TODAS as músicas de MPB são acústicas. E isso é um saco! Olha, um dos meus cds favoritos é o "Unplugged MTV Nirvava" (que eu comprei por R$ 4 num brechó) e eu geralmente gosto de acústico. O problema é que TODAS as músicas são assim, então parece que é sempre a mesma música... 3o: as letras sem pé nem cabeça. Gente, eu faço Letras e estou acostumada a decifrar sentidos ocultos. Mas tem músicas em que tentar desvendar o sentido seria o mesmo que tirar leite de pedra (nesse caso em especial, não falo do Chico). É sério, tem poemas do Sousândrade que são mais fáceis de entender. 4o: Popular? MPB já deixou de ser popular há muito tempo. MPB hoje é Ivete, é funk, é pagode... Padre Fábio de Melo é mais MPB que Marisa Monte. Calypso é mais MPB que Maria Gadú. Ou vai dizer que não é?

Aproveitando o gancho doas artistas populares, eu sempre me pergunto como alguns artistas conseguem sempre se manter na mídia, fazendo shows e etc... Sabemos que o Daniel lança discos regularmente. Mas qual é a música mais nova dele que você conhece? "Hoje a jiripoca vai piar, vai". E do Zezé di Camargo e Luciano? "É o amoooor...". O Leonardo nem se fala, só lembramos dele cantando "Aniversário Guanabara ninguém fica parado / É novidade todo dia e promoção pra todo lado" e outros jingles do Guanabara. A Daniela Mércury está na ativa há uns 18 anos e todo mundo só conhece "O canto dessa cidade sou eeeeu"... Agora, tem uns artistas que eu não sei MESMO como sobrevivem. Eu não conheço NENHUMA música da Elba Ramalho, do Elymar Santos, da Sula Miranda ou do Fagner (e, muito provavelmente, não sou a única...).

Recapitulando: acho que se as vozes sussurrativas fossem deixadas de lado, se um pouquinho mais de vida fosse colocado nos instrumentos, se as letras fossem compreensíveis e se o nome do estilo fosse mudado, talvez eu pudesse gostar de MPB. Mas, como isso não vai acontecer...

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ainda existe esperança para todas nós =D

Você se acha feia hoje em dia? Bem, fique feliz! Existem grandes chances de você melhorar com o tempo. Duvida? Veja as fotos abaixo e tire suas próprias conclusões...


E o meu favorito:

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Be stupid

6a é dia de quê???


DOOOOOOORGAS MANOOOOOOOOOOOOOOO!!!

Se você não conhece essa história do "Dorgas", bem, nem eu sei como isso começou, mas conheci pelo site Ñintendo. Se você quiser saber um pouco mais, pode ver o assunto pela Desciclopédia, já que não existe na Wikipedia... Enfim. O "6a é dia de quê? DOOOOORGAS MANOOOOO!!" é um dos vários bordões que eu e a Aline adotamos nessas férias e a gente REALMENTE parece às vezes que está "dorgada". Tipo na 6a passada, quando estávamos esperando para começar "Harry Potter e a Pedra Filosofal" no SBT e eu peguei um saco de açúcar e comecei, 1o, a brincar com ele. Depois, comecei a socá-lo. Por fim, dancei com o saco, rodando com ele em câmera lenta, tipo aquela cena do "Titanic" em que o Jack e a Rose dão as mãos e começam a rodar, e a câmera foca no rosto dos dois rodando. Idiota, imbecil, boba, infantil? Totalmente. Mas, como diz meu divo Felipe Neto, não se deve levar a si mesmo tão a sério. Então, palmas para quem não tem vergonha de ser estúpido de vez em quando e para quem paga mico e manda o vídeo para os amigos verem.

Eu geralmente sou meio contra alguns programas que acho de idiotice extrema. Não, não estou falando de coisas tipo "A casa é sua", "Casos de família", "Bia vs. Branca" e "Programa Silvio Santos"... Não, esquece, "Programa Silvio Santos" entra nessa categoria sim. Mas tava pensando em coisas tipo "Drake e Josh", "Hannah Montana e, o supremo dos supremos, "iCarly".  Porém, na 3a feira, como eu não estava passando muito bem, fiquei deitada no sofá e - já que estou passando 2 semanas numa casa com 1 outra adolescente, 3 pré-adolescentes e 1 criança, todas meninas - fui ver "iCarly". É idiota? Sem dúvida alguma. Mas a Carly só é um é um exagero dos momentos estúpidos pelos quais passamos. Pra ver TODO DIA é meio tenso, mas se você estiver meio "dorgada", veja "iCarly" ;)

Essas duas semanas que passei aqui em Casimiro de Abreu foram DORGAS total! Só para vocês terem uma noção, os nossos bordões são proferidos de maneira TOTALMENTE aleatória. É sério: do nada eu olho pra Aline, ela olha pra mim, e falamos uma das pérolas abaixo:

  • “STEVE”, “YELLOW”, “AAAAAH” – frases do Steve, macaquinho fofo do Flint, do “Tá chovendo hambúrguer”. É pra ser bem aleatório mesmo, então eu e a Aline viramos uma pra outra DO NADA e soltamos uma das frases. Obs: o “YELLOW” e o “AAAAAH” são acompanhados de gestos. O 1º é uma espécie de tchauzinho com as duas mãos e o 2º é como se você quisesse agarrar alguma coisa na pessoa que está na sua frente.
  • “NÃO, O FILHO DO MILTON NÃO!” – Tem um comercial de rádio hilário no qual a menina termina com o namorado e está chorando no quarto. Aí o pai vira e fala: “Eu vou te apresentar o filho do Milton” (quer dizer, eu ACHO que o nome do cara é Milton), e a menina responde o nosso bordão. Nem sei por que isso virou bordão, acho que foi só porque o modo desesperado como ela falou foi muito engraçado.
  • “Ih, olha lá o Fiuk!” “Nãããão, é um leão marinho, dã!” – Aline estava vendo alguma coisa na TV quando apareceu o Fiuk. Aí ela virou pra Any e disse a 1ª frase. Só que quando a Any olhou pra televisão, estava aparecendo um leão marinho, o que fez ela soltar a 2ª frase.
  • “Ooooooi, meu amoooooor” – A Any é uma pessoa super doce e fofa e ela sempre fala de uma forma suave, o que irrita a Aline (que é doce como um saco de sal. Nas próprias palavras, se fosse um doce, a Aline seria aqueles chicletes Baba de Bruxa, que faz você fazer caretas, de tão azedas). E quando a Any vai acordar a Aline, ela fala com a voz mais doce do mundo: “Oooooi, Aline, você tem que acordar...”
  • “Foca! Focando!” – Eu e a Aline decidimos fazer um vídeo sobre pré-adolescentes com o ritmo de “California Gurls”, da Katy Perry. Só que, quando estávamos fazendo a letra, a Aline ficava se distraindo toda hora. Aí veio o bordão: “Aline, foca!” Só que parece que a gente tá falando do animal, não do verbo no imperativo. Então, a cada vez que alguma de nós fala “foca!”, a outra começa a imitar uma foca...
  • “Olha, a loja da mãe do Maike!” – SEMPRE que a gente passa na frente de uma lojinha, a Aline fala isso... Desde as férias de julho ¬¬
  • “Papai está aqui convosco” – frase dita pelo Marcelo Adnet no quadro “Nossa Senhora do Offline”, do “Comédia MTV”. Aí a cada vez que alguém fica triste, desanimado ou com medo, falamos a frase ;)
  • “Ahn face” – sabe quando você descobre alguma coisa que você nunca soube mas sempre quis saber? Aí você faz um prolongado "aaaaaaahn" acompanhado de uma cara de esclarecimento total? "Ahn face"!
  • “Finn Finn Finn Finn!” - sempre que aparece o Finn Hudson, de "Glee", na série, eu e a Aline começamos a gritar o nome dele ensandecidamente... Ou a cada vez que vemos o adoçante, que tem a marca Finn também. Ou a cada vez que alguém fala "fim".
  • “Qual o defeito dessa criatura?” - eu mostrei o vídeo de "More than Words", do Extreme, pra Aline com a intenção de mostrá-la o Nuno, o carinha bonitinho de cabelo liso. A uma certa altura do vídeo, Aline vira e pergunta: "Meu Deus, qual é o defeito dessa criatura?? Ele deve feder. Ou ter um pé estranho." Mas depois descobrimos o seu defeito é que ele não tem nenhum senso fashion... Esse bordão, aliás, tem outras versões: eu e Aline vendo "Paradise City", do Guns N' Roses, viro e falo "Ah, eu quero esse cabelo". Aline vira pra mim e diz: "Eu queria ele!!", o que também aconteceu quando vimos "18 and life", do... Skid Row, eu acho.
  • "É muito sorriso do Koba" - a Aline tem uma revista aqui na qual o Koba, do Restart, tá com um sorriso muuuuuuuito bizarro, bem ... pobre. Aí a cada vez que a gente vê alguma coisa "capenga" (gíria by Aline), falamos: "Nossa, que sorriso do Koba!"
  • "Quem foi o retardado que pisou no cimento fresco? Ih, acho que fui eu mesma" - o vizinho da frente passou cimento numa parte da calçada aqui. Voltando de noite pra casa, numa escuridão danada, Aline não viu o cimento fresco e meteu o sapato com tudo. No dia seguinte, ao ver que tinha uma marca de pé no cimento, Aline vira pra mim e diz: "Quem foi o retardado que pisou no cimento fresco?" Aí ela colocou o pé na marca e disse: "Ih, acho que fui eu mesma..."
  • "Minha maior conquista foi ser Mr. Paraná!" - um dos bonitões do "BBB 11" disse a pérola e nós a repetimos =D

  • PLEEEEEEEEASE" - a Lottie, do "A princesa e o sapo", faz uma cara e uma voz muito engraçada quando pede pra que Evangeline realize seu pedido. A foto abaixo capta bem o momento hahahahaha

  • "Lulinha sapecaaaa!" - esse é o maior exemplar do "DOOOOOOORGAS MANOOOOOO!" que alguém pode ver na vida. Vendo "Monstros vs. Alienígenas", rimos muito com uma parte no final em que o Galaxar fala da sua vida quando ele era apenas uma "lulinha sapeca". Aí, um tempo depois, Aline estava lembrando dessa parte, rindo pra caramba, e, do nada, pegou minha cara e começou a apertar falando "lulinha sapeca!". Dooooorgas!!
Ainda tiveram outras coisas bizarras e aleatórias, tipo a bicicleta de som - é tipo um carro de som, só que não é um carro, é uma bicicleta! - e a placa do meteorito et de Casimiro de Abreu. Como caiu um meteorito aqui em Casimiro na 1a metade do século passado, e como ele, obviamente, veio de fora da Terra, ele é um meteorito extraterrestre. O bizarro é que na placa está escrito algo como "O et de Casimiro de Abreu". Enfim. No mesmo dia em que vimos essa placa, estávamos voltando pra casa e vimos uma placa anunciando que o Luan Santana vai fazer um show aqui na região dos Lagos e, embaixo da data dos shows, estava escrito: "O meteoro está chegando!". Virei pra Aline e disse: "Aline, Luan Santana é um et!!"

Aiai, definitivamente vou sentir falta dessas férias dorgadas. E eu sempre penso: caraca, eu sou loca assim sem beber ou tomar nada. Imagina se eu tomasse?! Não, estou feliz assim =D

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O homem dos meus sonhos (literalmente)

O homem dos meus sonhos na verdade é um garoto, só um pouquinho mais velho que eu, um ou dois anos, talvez. É branquinho, tem cabelos pretos lisos, usa um All Star bem podrinho. Mesmo nunca o tendo encontrado antes, quando eu sento pra conversar com ele, parece que já o conheço há anos. Ele é inteligente, divertido e tem um ar meio blasé que me fez sentir algo diferente. Conversamos, e, quando vejo, nos beijamos. Um beijo que se encaixa perfeitamente.

E eu acordo.

O homem dos meus sonhos me proporcionou uma noite agradável (ou pelo menos até eu sonhar, na mesma noite, que estava sendo mordida por uma equidna), mas, mais que isso, me ensinou, através do sonho mesmo, que eu ainda posso me apaixonar e sentir algo a mais por alguém. Sem o desespero de precisar ficar com alguém. É só deixar rolar.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Glee, Hairspray e se sentir bem consigo mesmo

Eu quero muito escrever sobre vários assuntos nesse post, o que talvez fique confuso, mas vamos torcer para que eu vá me organizando ao longo do texto...

Ontem eu estava vendo o 2o episódio da 2a temporada do "Glee", o especial da Britney Spears, e, assim como aconteceu no episódio especial da Madonna, vi como a música e o artista podem dar forças a nós meros mortais. O caso com quem mais me identifiquei foi o Artie cantando "Stronger", música que faz parte da minha trilha sonora: a Tina o troca por um asiático sarado e ele, depois de ficar mal, tem uma alucinação e vê que não precisa mais dela. "Now I'm stronger than yesterday/ Now it's nothing but my way/ My loneliness ain't killing me no more". Talvez algumas pessoas não tenham percebido, mas essa parte sublinhada é uma mostra de evolução da Britney - ou vocês não lembram do refrão chiclete de "Baby one more time"? "My loneliness is killing me / I must confess, I still believe...". E, tal como Britney e como o Artie, ficar sozinha - ou solteira, já que estou sempre com amigos demais pra ficar sozinha - já não está me matando como matava (literalmente) antes. E I must confess não que I still believe, mas sim que eu tô amando essa coisa de ser feliz comigo mesma.


E por falar em ser feliz consigo mesma, ontem eu estava vendo "Hairspray" no SBT e, particularmente, gostei muito. Por ter aquela coisa de "dane-se o tamanho que você veste, dane-se a cor da sua pele, o que importa é quem você é por dentro" e talz. Tudo bem que boa parte dos filmes é meio assim, apesar de a vida real ser diferente... Não, não, na verdade, a maioria dos filmes teria a Tracy, personagem principal, emagracendo no final e a Amanda Bynes com certeza não ficaria com o negro. Provavelmente ele arranjaria uma namorada negra também. Cara, por que NUNCA vemos um negro com uma branca nas novelas e nos filmes? Tá, teve "Bastardos Inglórios" e "Hairspray" (ironicamente filmes atuais que retratam décadas passadas). Mais algum?? Talvez vocês me digam alguma novela onde tenha um casal assim (acabei de lembrar uma novela que tinha uma menina negra, Dayane, eu acho, que tinha um irmão chamado Michael Jackson, que ficava com um menino branco), mas a novela provavelmente cuidou da relação como algo muito revolucionário, né? NÃÃÃÃO, cara! Minha tia loira é revolucionária por ser casada com um negro? Não. Ela é um ser humano normal, pelo amor de Deus! Cor da pele é uma característica genética assim como altura, cor dos olhos e saber dobrar a língua ou não. Você vai discriminar alguém pela cor da pele? Discrimina alguém que tem o lóbulo das orelhas preso também. Não faz sentido discriminar alguém por causa do lóbulo das orelhas? É, pela cor da pele também não...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Auto-ajudada


Confesso a vocês que sempre tive muito preconceito com livros de auto-ajuda. Achava que era apenas uma maneira de enriquecer autores que não tinham capacidade suficiente para escrever histórias ficcionais. Então, quando eu disse pra Carol que estava lendo uma obra dessa “espécie”, nada mais normal que o espanto dela e o comentário subsequente: ué, eu achava que as pessoas que faziam Letras detestavam livros de auto-ajuda. Bem, pelo valor literário, pode até ser... Mas acho que, como qualquer assunto que possa ser dividido em categorias, existe a boa e a má literatura de auto-ajuda. Como só li dois livros dessa categoria até agora e gostei dos dois, não posso dar um exemplo de má literatura. Parando para analisar, a má literatura de auto-ajuda deve ser aquela que não cumpre seu objetivo maior: ajudar quem lê.

O fato de eu começar a gostar desse tipo de literatura, que nem é considerado direito literatura, me fez pensar em duas coisas interligadas: a primeira é a questão das fases pelas quais passamos e a segunda é a metamorfose que sofremos ao longo da vida. Quando eu era pequena, amava axé, Xuxa, Sandy & Junior, minha cor preferida era rosa e eu vivia de vestidinhos e saiotes. Aos 11 anos, era fã de Avril Lavigne, Guns n’ Roses e Nirvana, só andava de preto, aposentei minhas saias e vestidos e não vestia NADA rosa. Hoje, aos 17, visto preto e rosa (geralmente combinando), uso saias e bermudas e ainda amo a Avril. Eu odiava Lady Gaga, Restart, literatura auto-ajuda, sair sozinha, RPG e coisas que eu adoro hoje em dia.

Se eu não tivesse passado por maus bocados (adoooooro essa expressão!) no ano passado, talvez não tivesse dado valor à literatura de auto-ajuda. Gente, as circunstâncias mudam, nós mudamos, as circunstâncias nos mudam, nós mudamos as circunstâncias. Fases são naturais, metamorfoses são naturais. Quem sabe daqui a 5 anos eu não goste de funk? Quem sabe daqui a 6 meses eu não vire fã de comida japonesa? Quem sabe se eu vou continuar gostando da Avril quando o novo cd dela sair? Porque eu tenho que admitir pra vocês: a cada vez que a Avril lança um cd é uma decepção pra mim, eu que tenho ela mais como ícone de estilo que como cantora preferida. Mas depois eu me acostumo com as músicas e volto a ser fã dela ;)

Porque, como a Martha Medeiros disse, parafraseando o livro Quando Nietzsche chorou, “Os inimigos da verdade não são as mentiras, mas as convicções”. A gente diz que tem certeza que nunca vai fazer X ou Y e depois acaba fazendo – e se decepcionando consigo mesmo.  Então vou continuar fazendo o que eu já estou fazendo há um tempo: sem convicções, sem decepções. Se eu virar funkeira, fazer o quê? Pobre de mim, mas não duvido de mais nada...


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

De Susan a Ginórmica

 

Um dos meus filmes preferidos de todos os tempos é "Monstros Vs. Alienígenas". A grande maioria das pessoas não dá nada pelo filme até ver - aí depois se apaixona perdidamente. Ao contrário do que possa parecer, NÃO é um filme exclusivamente para crianças, muito pelo contrário: acho que um adulto vai gostar e entender muito mais o filme. "Monstros Vs. Alienígenas" é da DreamWorks, estúdio que fez obras primas  como "Shrek", "Madagascar" e "Kung fu Panda", e trata de assuntos sérios como aceitação, política e, principalmente, como sair de um relacionamento prejudicial.

Eu já tinha reparado há muito tempo na evolução que a Susan sofre, mas nunca tinha ficado inspirada para fazer um texto sobre ela, pelo menos não até ontem à noite, quando estava vendo o filme com a Line pela 6a ou 7a vez. Em resumo, Susan Murphy é uma mulher normal que, no dia do seu casamento com Derek, é atingida por um meteorito cheio de quantônio e fica gigante. Derek é o repórter do tempo e vai virar âncora do jornal local da cidadezinha de Fresno, o que faria com que eles fossem na lua de mel não para Paris, mas para Fresno ¬¬. Enfim. Quando Susan vira uma criatura gigante, é presa pelo governo dos Estados Unidos, tem seu nome mudado para Ginórmica e conhece o Dr. Barata, o Elo Perdido, o Insectossauro e, o meu preferido, o B.O.B., os outros monstros com quem divide a cela. Quando um alien megalomaníaco decide dominar a Terra, o governo decide chamar esses monstros para tentar acabar com o et.

Susan fica o tempo todo falando de Derek, dizendo que que vão pra Fresno, depois pra Paris e blablablá. Até que eles saem da prisão, Susan destrói um robô alienígena gigante praticamente sozinha e depois ela se encontra com o seu noivo, que se mostra um perfeito idiota e diz que não pode continuar com ela porque isso iria acabar com sua reputação. Primeiramente, Susan fica mal, mas depois se revolta, assume o lado Ginórmica, arrasa o alien e depois ainda humilha Derek em rede nacional. Como ela se revolta? Percebe todas as coisas maravilhosas que fez SEM o noivo: além de destruir um robô gigante, pensa nos amigos novos que fez e o quão incríveis eles são. E ela vê que não precisa do Derek. Vê que deve ficar perto de quem a apoia do jeito que ela é (sendo Susan OU Ginórmica), ou seja, seus pais e seus amigos monstros. O mais legal é que, apesar de passar boa parte do tempo desejando voltar a ter sua altura normal, no fim ela decide continuar gigante, porque percebe que sua "nova eu" é melhor que a antiga. Além disso, achei muito interessante Susan terminar o filme sozinha. Mostra para as crianças - e para os adultos, por quê não? - que não há NADA de errado em não ter um noivo/marido/namorado se essa criatura te prejudica e não te dá o devido respeito. 

E, assim como a personagem principal de "Monstros Vs. Alienígenas", acho que a minha versão atual - Ginórmica - é bem melhor que a versão antiga e sem graça - Susan. Gigante, com amigos bizarros e geniais, realizando feitos incríveis e, o mais importante e legal, sem nenhum Derek para me importunar =D 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Loser?


Ontem eu tava vendo "A fantástica fábrica de chocolate" no SBT e comecei a achar que aquilo era quase um "Jogos Mortais" para crianças. Tem toda aquela coisa da "eliminação" de cada um até só sobrar o melhor. E aí eu comecei a pensar mais e vi que quase tudo na vida é assim. Semana que vem volta o "Big Brother" - e por mais que eu deteeeeste admitir, eu vejo, vibro e sempre tenho os meus favoritos, que nunca ganham - e voltam as eliminações. Quem vai ganhar? O mais forte psicologicamente, o mais sincero, o mais bonito, o mais simpático, o mais inteligente...? Ninguém sabe. Mas o fato é que pra cada situação/lugar diferente, um tipo diferente vai sobreviver por último.

Em "A fantástica fábrica de chocolate" o Charlie restou porque não era guloso, nem arrogante, nem competitivo, nem mimado, nem desobediente. Em "Jogos Mortais", sobra quem tem mais sangue frio. Num vestibular, passa quem está melhor preparado. No "Big Brother", quem cair no gosto popular. Logo, como dá pra perceber, não tem como ser um loser total ou uma super vencedora em todas as áreas da vida. Como não ser uma loser? Ver quais são suas qualidades e ver onde você será o máximo com elas ;)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

10 coisas que eu fiz e você provavelmente não

Inspirada por: http://thebloomsburytuppy.blogspot.com/2010/12/dez-coisas-que-eu-fiz-e-voce.html

1 - Chorei litros vendo "Capote", principalmente na hora em que os assassinos são condenados à morte (e isso NÃO é spoiler). Em contrapartida, não me senti nem um pouco abalada emocionalmente com "Um amor para recordar".

2 - Nunca fiquei de prova final ou recuperação. E a média do meu colégio foi 8 até o 1o ano do Ensino Médio e 7,5 no 2o e 3o anos.

3 - Li "Os Maias".

4 - Comi ovinhos de polvilho e amendoim com calda de chocolate. E gostei!

5 - Sapateei para desconhecidos em postos de saúde.

6 - Esqueci a letra de "Parabéns pra você".

7 - Fui pra Barra de São João não para ir pra praia, mas para visitar o túmulo de Casimiro de Abreu...

8 - Vi "A Lagoa Azul" pela primeira vez aos 15 anos.

9 - Fiz amizade com uma desconhecida no ônibus.

10 - Serei publicada na revista Atrevida *________*

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

La diva latina!

Gente, eu fiz um vídeo no 2o ou no 3o ano do Ensino Médio, não lembro direito quando foi, onde tínhamos que fazer a "tradução visual" de uma música, ou seja, tínhamos que contar a história da música através de um vídeo. Meu grupo escolheu "I will survive" e, modéstia à parte, achei que nosso vídeo ficou muito bom. Se você não conhece a letra da música e quiser entender melhor o clipe, clique aqui.

Resumindo: eu sou a diva latina que aparece dançando de vestido roxo com glitter...

Vejam, por favor! É bem engraçado!

De deprimida a diva!


Você pode pegar:

  • a magreza da Victoria Beckham + o rosto comprido da MariMoon + o cabelo disforme da Ashlee Simpson + as orelhas élficas da Audrey Hepburn + a falta de busto da Avril Lavigne = uma pessoa não tão bonita.
  • o ar de diva da Victoria + a originalidade e a simpatia da Mari + o bom gosto para roupas da Ashlee + o encanto da Audrey + a atitude da Avril = uma menina incrível.
  • a paixão pelo Beckham da Victoria + o desejo de se reinventar da Mari + os cabelos castanhos da Ashlee + a timidez da Audrey + os caninos meio tortinhos da Avril = uma garota normal.

Você que escolhe o que vai destacar em cada pessoa.

Lendo uma revista nessa semana, acabei parando numa reportagem sobre autoestima. Uma das dicas principais de qualquer reportagem ou dica para melhorar sua autoestima é se aceitar como você é, reconhecer seus erros – apesar de não poder se preocupar muito com eles -, e, principalmente, focar no que há de melhor em você. Pra quê focar nas manchas roxas nas minhas pernas - que me acompanham desde que eu aprendi a andar, já que eu uso minhas canelas como dispositivos para encontrar coisas no escuro – se eu posso focar na minha cinturinha de adolescente dos anos 50? Ou pra quê exaltar meus lábios normais se eu tenho bonitos olhos “castanherdes” (castanhos em volta da pupila e verdes em volta do castanho)? Ou, sei lá, pra que fazer questão de me desvalorizar dizendo que eu não entendo nada de esportes se eu manjo pra caramba de literatura?

Pode ver que as divas que idolatramos, desde a Brigitte Bardot até a Demi Lovato – para quem acha que ela é uma diva -, passando pela Joan Jett, pela Ke$ha e sei lá mais quem você acha que é uma diva, cada uma delas tem uma coisa meio diferente que a faz única, tanto na personalidade como na aparência. A Brigitte, apesar de sex symbol, não era propriamente bonita. A Joan não tava nem aí pro que pensavam dela e foi tocar numa época em que garotas simplesmente NÃO TOCAVAM! A Ke$ha detesta saltos e é um mulherão mesmo assim. O que mais todas elas têm em comum? Ignoram os pontos negativos e se valorizam do jeito que são.

Eu conheço uma menina que era bem normal e tímida até... posso estar enganada, mas acho que ela foi assim até a 6ª ou 7ª série. Depois ela deu uma alopradinha e virou uma diva total. Aposentou os óculos, cortou o cabelo de um jeito super cool e começou a se soltar! Nessa minha transição de depressiva a diva eu me inspiro muito nessa menina. E acho que, se ela conseguiu, por que outras pessoas – inclusive eu – não conseguiriam?


Pra encerrar esse texto de motivação/superação, eu queria dar o exemplo da MariMoon. Na mesma revista da matéria da autoestima tinha uma reportagem com a VJ e eu me identifiquei muito com a Mari quando ela era adolescente. Ela disse que namorou um cara muito loser por 5 anos e que tinha ficado dependente dele. Ela achava que ele seria a única pessoa que realmente iria amá-la e, quando ele terminou com ela, Mari entrou em uma megadepressão. “Foi difícil, mas superei. [...] Tem que ter mais pé no chão. Tem muitas coisas mágicas na vida real, mas a vida não é um conto de fadas. Ou é, só que um conto mais moderno com mais girl power! Tipo Shrek ou Encantada. [...] Temos que ser protagonistas da nossa história.” Ler essa entrevista só me deu mais motivação pra continuar mudando. Mari foi de mega deprimida a diva na internet, na TV e nas revistas. Quando me der conta, já terei passado de Aurora, esperando o príncipe encantado dormindo por 100 anos, a Fiona, arrebentando a cara do Robin Hood na floresta ;)

Perfeccionista?


Antes de ontem, vendo o documentário “This is it”, do Michael Jackson, comecei a pensar uma coisa totalmente óbvia, mas que nunca tinha me ocorrido. E, pelo que eu já conversei do assunto com meus amigos, parece que também nunca ocorreu a nenhuma outra pessoa que eu conheça. É a diferença entre ser perfeccionista e dar tudo de si.

Ser perfeccionista não é algo a ser valorizado. Quem é perfeccionista geralmente é estressado e meio frustrado, porque, bem, ninguém é perfeito, então a pessoa fica decepcionada com os outros e, principalmente, consigo mesma, já que não consegue ser perfeita. Já a pessoa que dá tudo de si, mesmo que não consiga o objetivo principal, dificilmente ficará muito frustrada, porque ela sabe que fez o melhor que pode.

Claro que ressalvas existem. Ao falar “dar TUDO de si” não queremos dizer realmente “TUDO”, mas sim o máximo possível. E também existem horas e horas, áreas e áreas: horas e áreas em que dar o máximo de si não é uma boa atitude, horas e áreas nas quais, se você quiser sobreviver, é essencial dar o máximo de si. Num relacionamento, por exemplo, tem que haver reciprocidade – ou seja, só dê o máximo de si se a outra parte envolvida também der o máximo de si (e não falo só de relacionamentos amorosos não, tá?). Já num emprego, num hobby ou em outras atividades o ideal seria, sim, dar o máximo de si, fazer tudo o que está no seu alcance para que a coisa saia bem feita. Sem jamais ser perfeccionista.


Bizarramente, como minha prima Line bem observou, o Michael Jackson era perfeccionista, mas não dava tudo de si. Parece contraditório, não? Pelo que vimos no filme, Michael era muito perfeccionista com os bailarinos, com os músicos, com os efeitos especiais e tudo o mais. Mas, na hora de cantar e dançar, pelo menos nos ensaios, não dava tudo de si. Fiquei mega decepcionada ao vê-lo fazendo a lendária coreografia de “Thriller” – os bailarinos estavam muito mais empolgados e estavam ahazando muito mais que ele. Se colocasse minha mãe lá no palco, ela faria muito melhor. Ok, isso é injusto, já que a minha mãe incorpora mesmo o personagem e vira um super monstro quando aquela voz sinistra começa a falar na música. Enfim. Talvez Michael soubesse que era divo e que qualquer coisa que fizesse iria arrastar multidões ensandecidas. Talvez ele não desse o máximo que podia porque era apenas um ensaio. Talvez Michael já estivesse virando, como disse a Line, um senhor de idade. De qualquer maneira, não aprendam com Michael – ele foi o maior exemplo do que acontece com quem é perfeccionista.