Antes de ontem, vendo o documentário “This is it”, do Michael Jackson, comecei a pensar uma coisa totalmente óbvia, mas que nunca tinha me ocorrido. E, pelo que eu já conversei do assunto com meus amigos, parece que também nunca ocorreu a nenhuma outra pessoa que eu conheça. É a diferença entre ser perfeccionista e dar tudo de si.
Ser perfeccionista não é algo a ser valorizado. Quem é perfeccionista geralmente é estressado e meio frustrado, porque, bem, ninguém é perfeito, então a pessoa fica decepcionada com os outros e, principalmente, consigo mesma, já que não consegue ser perfeita. Já a pessoa que dá tudo de si, mesmo que não consiga o objetivo principal, dificilmente ficará muito frustrada, porque ela sabe que fez o melhor que pode.
Claro que ressalvas existem. Ao falar “dar TUDO de si” não queremos dizer realmente “TUDO”, mas sim o máximo possível. E também existem horas e horas, áreas e áreas: horas e áreas em que dar o máximo de si não é uma boa atitude, horas e áreas nas quais, se você quiser sobreviver, é essencial dar o máximo de si. Num relacionamento, por exemplo, tem que haver reciprocidade – ou seja, só dê o máximo de si se a outra parte envolvida também der o máximo de si (e não falo só de relacionamentos amorosos não, tá?). Já num emprego, num hobby ou em outras atividades o ideal seria, sim, dar o máximo de si, fazer tudo o que está no seu alcance para que a coisa saia bem feita. Sem jamais ser perfeccionista.
Bizarramente, como minha prima Line bem observou, o Michael Jackson era perfeccionista, mas não dava tudo de si. Parece contraditório, não? Pelo que vimos no filme, Michael era muito perfeccionista com os bailarinos, com os músicos, com os efeitos especiais e tudo o mais. Mas, na hora de cantar e dançar, pelo menos nos ensaios, não dava tudo de si. Fiquei mega decepcionada ao vê-lo fazendo a lendária coreografia de “Thriller” – os bailarinos estavam muito mais empolgados e estavam ahazando muito mais que ele. Se colocasse minha mãe lá no palco, ela faria muito melhor. Ok, isso é injusto, já que a minha mãe incorpora mesmo o personagem e vira um super monstro quando aquela voz sinistra começa a falar na música. Enfim. Talvez Michael soubesse que era divo e que qualquer coisa que fizesse iria arrastar multidões ensandecidas. Talvez ele não desse o máximo que podia porque era apenas um ensaio. Talvez Michael já estivesse virando, como disse a Line, um senhor de idade. De qualquer maneira, não aprendam com Michael – ele foi o maior exemplo do que acontece com quem é perfeccionista.
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