quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Oh happy day


Ontem foi um dia superfeliz, tirando a parte em que eu me matei de estudar. Me refiro às horas que passei conversando com a Tüppÿ, a menina mais fofa do universo (não, não é exagero...). Ela é a outra única pessoa que faz Bacharelado Bilíngue aqui, está sempre com roupas vintage, tem um cabelo ruivo que todo mundo acha que é natural, de tão bem que fica nela (mas shhh, não conta pra ninguém que ela pinta as madeixas!) e é suuuper engraçada.

Há um tempo atrás, eu tinha pedido para ela criar um apelido legal pra mim, porque todos aqui têm alguma alcunha genial e as pessoas só me chamam de Ju (apelido mega divertido, hein...). Ela pensou, pensou, pensou e o máximo que conseguimos foi "Ju-sem-apelido".

Pois bem. Devido a uma longa história que nem é tão longa mas que eu tô com preguiça de contar aqui, eu chamo ela de pai, logo, ela me chama de filha. Quando vai me chamar pelo meu nome, no entanto, ela sempre se confunde e me chama de Fernanda, porque acha, por algum motivo, que eu tenho cara de Fernanda. A Paula, outra amiga nossa que estava lá no momento, concordou e disse que ia me chamar de Ferds (ou isso foi a Tüppÿ mesmo, não lembro...).

Alguns minutos depois, entramos numa loja que vendia marshmallows e doces Wonka, porque a Paula estava com vontade de comer UM marshmallow. Só que ela acabou se empolgando e comprou coisinhas para mim e para a Tüppÿ também. Escolhi aquelas balinhas de amora, que a Paula cismou que eram morangos: "Pega um moranguinho" "Pega mais um moranguinho" "Essa é a sua última chance de pegar um moranguinho". E aí ela decidiu que ia me chamar de moranguinho.

Mesmo sem querer, elas criaram o nome do meu heterônimo feliz: Ferds Moranguinho. Eu sei, é ridículo, mas é tão feliz... Para começar a diferenciar mais os meus heterônimos nos posts, começarei a assinar os textos com a parte de mim responsável por cada pensamento.

By Ferds Moranguinho

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mais epifanias...

Ontem, ao voltar da faculdade, num momento epifânico no ônibus, descobri que tinha cansado de esperar por um namorado. Falei "que se dane" e o amor que venha me encontrar (e isso não foi da boca pra fora; o que é da boca pra fora não é epifania). Maomé cansou de procurar a montanha; a montanha que vá até Maomé =D

Enfim. Depois, antes de dormir, às 18 horas (sim, fui dormir ontem às 18h), comecei a pensar que talvez o que me falta não seja um companheiro, mas uma paixão. E não necessariamente por uma pessoa, mas por alguma coisa. Beleza, eu amo escrever, mas não é uma paixão que me complete tanto. Meus livros me completam, mas não tenho tido tempo de ler o que eu quero, só o que as minhas 5 matérias de literatura me mandam. Eu não preciso de somebody to love; eu preciso de something to love. Como Constantin Guys diz e Baudelaire transcreve em "Sobre a modernidade", "Amo apaixonadamente a paixão". É o que me falta. E agora me pergunto: pelo que vou me apaixonar?

Ah, isso é um ponto interessante que eu acho que nunca comentei aqui: eu tenho o "poder" de escolher por quem vou me apaixonar. Depois que eu me condiciono a gostar daquela pessoa, no entanto, não consigo impedir o sentimento. Enfim. Pensei em me apaixonar cada vez mais pelo estudo, mas tenho medo de virar uma Ph.D. (e insira uma vogal em cada ponto, se é que vocês me entendem) sem vida social, que só pensa em estudar. Mas pode funcionar por enquanto.

Então, a apaixonada por estudos aqui precisa ir ler um texto de 40 páginas.

PS nada a ver: eu tenho que tirar do meu mp3 duas músicas que me fazem passar vergonha... Uma é o áudio do vídeo Vovó cantando Justin Bieber, que é simplesmente hilário e eu sempre começo a rir muito alto a cada vez que eu escuto essa música (o que geralmente ocorre no ônibus). A outra é "Stereolove". Sim, é uma música normal, mas eu quase não consigo me segurar quando escuto aquele ritmozinho contagiante: me dá muita vontade de dançar!! O problema é que eu não sei dançar...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Top 5 - as melhores covers que já escutei

Esse é aparentemente mais um post inútil, mas eu amo listas e tô meio sem tempo para fazer altos textos elaborados - então juntei a fome com a vontade de comer.

5 - All my loving (Across The Universe Soundtrack)
Original: Beatles
Por que é melhor? A começar que eu não endeuso os Beatles. Depois que a cover ficou muito mais sensível, fofa e emocionante que a original.

4 - 20 e poucos anos (Raimundos)
Original: Fábio Júnior
Por que é melhor? Bem, eu sou uma adolescente de 17 anos, então dificilmente acharei Fábio Júnior melhor que Raimundos =D

3 - Knockin' on Heaven's door (Guns n' Roses)
Original: Bob Dylan
Por que é melhor? Fala sério, ninguém nem sabe que a música é do Bob Dylan!! Todo mundo acha que é do Guns, ou pior, da Avril Lavigne!!

2 - It's all over now, Baby Blue (Hole)
Original: Bob Dylan
Por que é melhor? Porque é mais animada, mais pop e a voz da Courtney Love deu uma boa melhorada na música.

1 - Forever Young (Cash Cash)
Original: Alphaville
Por que é melhor? Porque é mais dançante e feliz!! Eles mudaram a letra e adaptaram um clássico dos anos 80 aos dias de hoje com perfeição.
E a frase "Maybe we can change our lives tonight" ficou PER-FEI-TA no contexto!!

Mandem-me suas opiniões de covers bem feitas!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Enfim, bela!

Hoje eu acordei de mau humor, mas seria quase impossível acordar de bom humor às 04h30. Meu estado de espírito, no entanto, subitamente mudou enquanto eu estava preparando meu café da manhã. Tive uma epifania: descobri que sou, sim, bonita.


Não quero parecer convencida, e assumir isso não é sinal de convencimento. É sinal de um fiapo de auto estima começando a aparecer. Percebi que os meus pontos negativos não ofuscam os positivos, e que, se eu quiser, posso transformar alguns defeitos em "pseudo-qualidades". Tenho algumas espinhas, mas quem não tem? Sou magrela, mas isso não é culpa minha e provavelmente é só questão de tempo. Minhas orelhas élficas podem ser bonitas, e é só lembrar da minha diva Audrey Hepburn para ver que os defeitos não são absolutos e que tudo depende do contexto. Quer um exemplo? Ter dentes separados pode ser um charme ou um horror. Na Madonna e na Hayley, do Paramore, o espacinho entre os incisivos superiores é fofo; no Arnold Schwarzenegger, não. Na Audrey, as orelhas élficas + a magreza + a falta de busto funcionaram perfeitamente e criaram uma das mulheres mais lindas do mundo. Os defeitos são questão de contexto.

Quando eu era mais nova, realmente era bem mais estranha fisicamente. Meu frizz era algo tenebroso (no primeiro ano, ganhei o simpático título de "Miss Frizz"), o aparelho ortodôntico não ajudava, o ortopédico menos ainda, não sabia usar maquiagem... Tudo isso vocês podem ver pela foto acima, tirada de zoação (foi na minha época mais dark e eu decidi tirar a foto toda de rosa). Enfim. Eu melhorei bastante. Não sou mais a menininha de 11 anos ridicularizada por ser feia. Surgi para mim mesma hoje como o patinho feio. Eu era estranha e inadaptada ao meu meio. Descobri hoje que sou um cisne. Acho que a minha beleza é meio incomum e, além disso, a sociedade tem um padrão do que é belo que eu nunca vou ter. Parando para analisar, a Valesca Popozuda é um dos padrões de beleza da nossa sociedade (sim, isso é sério); prefiro não fazer parte desse padrão...

Façam uma "comparação evolutiva".

sábado, 25 de setembro de 2010

Minha guitarra


Eu estava passeando nesse fim de semana pelo flog que eu tinha feito quando eu tinha 12 anos. Achei essa foto e tive que postar aqui. Minha guitarra tá mais bonitinha agora, com adesivos da Boo, de uma aranha e de morangos. 

Beijos povo!

Reflexões Matutinas

Então, era para eu estar estudando...  Mas eu tava lendo no café da manhã (esfihas e pastéis de calabresa e queijo com guaraná zero) a Atrevida que a minha irmã comprou ontem e, inspirada pela reportagem com a Lady GaGa e pelo texto da Rita Trevisan, decidi escrever esse post.

Na reportagem da GaGa, ela falou que começou a usar a alcunha quando teve uma fase que queria fugir um pouco de si mesma. Conseguem relacionar isso com alguém? Poisé, a diferença é que o meu heterônimo, apesar de ser uma espécie de fuga de mim mesma, não é para onde eu gostaria de fugir. Eu não gosto do meu heterônimo, eu quero que o meu heterônimo exploda e me deixe feliz. O que eu devo fazer então? Criar um heterônimo feliz? É pode ser que funcione. Vai ser a Luna. Enfim. Na mesma matéria, a entrevistadora pergunta à GaGa se ser famosa pode lhe matar. “Sim, com certeza” “Assim como a Michael Jackson” “Exatamente. Muita entrega e muito amor também podem matar. Eu acho isso romântico, mas também inacreditavelmente triste quando artistas morrem por causa de um coração partido” “Nesse aspecto você corre algum risco?” “Meu coração parar por causa de muito amor? Eu não sei. Espero que não” “Você está apaixonada no momento?” “Sim, pela minha música. De outra maneira não, estou solteira. Mas eu acredito no amor e estou constantemente em busca da fórmula que me permita entendê-lo [...] O amor é perigoso, sempre. Amar é escalar montanha, o amor é irracional. Mantém você viva e também a destrói. A procura por amor é o alimento para a alma do artista. Eu tenho medo de, ao encontrar o amor, não conseguir mais escrever canções sobre o tema.” Aiai. Depois de ser Clarice, Dory, Dee Dee e meio Felipe Neto, sou a GaGa.

O outro texto que me inspirou foi “Sofrer é bom?”, da Rita Trevisan. Transcrevo abaixo os trechos que com que mais me identifiquei.

“O problema é que, de tanto olhar sofrimento, catástrofes, violência, periga a gente esquecer que a vida também é feita de poesia.”

“Até quando o sofrimento é nosso, fazemos de tudo para fugir, demora horrores pra termos coragem de enfrentar o problema que está nos fazendo ficar cada dia pior. [...] Quando a dor é nossa, o primeiro desafio é descobrir onde foi que nos machucaram, para resolver de imediato a questão. Logo, se sofrer é inevitável, aliviar a dor parece ser sempre a melhor saída.”

Esse fragmento complementou perfeitamente a conversa que eu tive com um amigo nesse fim de semana. Acabei desabafando com ele tudo o que me aflige e ele disse que só eu posso sair do fundo do poço onde me encontro. Ele disse que eu me derrubei e me chutei. “Não. Me derrubaram e eu levantei, me derrubaram e eu levantei, me derrubaram mais uma vez e eu cansei de me levantar. Pra quê levantar se vão me dar uma rasteira de novo?”. O problema é que falar através de metáforas é fácil. O difícil é transpor essas metáforas pra vida real e vencê-las na vida real. Na minha mente, é muito fácil lutar contra o meu heterônimo (imagino uma espécie de “A usurpadora”, em que a Ju (Paulina) luta contra a gêmea má, Baby Blue (Paola). A diferença é que na luta não teriam arranhões nem puxões de cabelo; a batalha seria como no jogo “Kingdom Hearts”: eu luto contra a BB com uma Keyblade – uma espécie de chave do tamanho de uma espada – e tenho o Pateta e o Donald pra me ajudar a derrotá-la. Se estiver muito difícil, eu ainda posso chamar o Chicken Little, o Gênio do Aladin ou o Stitch – e daqui a pouco vou destravar o Bambi. Se meu heterônimo me vencer mesmo assim, o rei Mickey pode vir me salvar.) Enfim. Entenderam como é difícil vencê-las na vida real? Meu amigo ficou me falando através de metáforas e talz e eu comecei a ficar desesperada: “Cara, me dá um exemplo prático de como sair disso!!”Vou tentar de tudo para ficar feliz e mandar a BB ir pastar quando ela aparecer.

Já escrevi demais. Meus livros me esperam. Ah, por falar em livros, fiz uma promessa a mim mesma: não vou comprar mais livros enquanto não ler os mais de 150 que tenho aqui em casa e no meu computador. No lugar, vou investir em bottons (comprei um liiiiindo da Família Monstro), em maquiagem e num PSP colorido para poder jogar “Kingdom Hearts – Birth by Sleep” (nesse jogo eu passo pelo mundo das princesas!!). Ok, agora eu realmente preciso ir.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mini férias

Amados leitores,

Esse post é só pra avisar que eu vou tirar umas mini férias do blog na próxima semana, porque a faculdade está me consumindo muito e eu tenho que resistir à tentação de escrever até, pelo menos, sexta da semana que vem.

Veja a minha programação:

2a - Entrega de trabalho sobre a relação de "Tatuturema" e "O inferno de Wall Street" (partes de "O Guesa", de Sousândrade) com o romance machadiano ou com crônicas realistas.

3a - Prova de Produção do Texto 2

4a - Prova de Literatura Portuguesa 2 - O Romantismo português

5a - Apresentação de Projeto Acadêmico (tema: a importância a literatura de massa na formação do leitor)

6a - A minha ruína: Prova de Literatura e Interfaces (MEDA!!)

Entenderam a razão de eu ficar "fora" por uma semana?
Até 6a que vem!
(Ps: Wish me luck!!)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cupcakes e desejos


Ontem foi o aniversário da Carol S., assídua frequentadora do blog e minha melhor amiga desde que eu tinha 6 anos de idade. Para comemorar, fomos comer um cupcake no Shopping da Gávea, que é bem perto da faculdade e poderíamos voltar correndo pras nossas aulas depois.

Eu já tinha sido avisada que os cupcakes eram mais bonitos do que gostosos, mas precisava comer mesmo assim. Escolhi o com confetes (foto ao lado) e a Carol escolheu um que eu acho que não está na imagem... Enfim. Primeiramente, esse troço é muito difícil de comer. É quase um Big Tasty. É enorme, você não sabe por onde começa, tem medo de derrubar a cobertura toda no chão... E o gosto, apesar de ser bom, não é melhor do que o aspecto visual - além disso, depois de um tempo você acaba ficando enjoada com tanto doce. Enfim. Essa introdução toda foi para contextualizar uma reflexão que eu tive ontem e que o comentário da Autora no meu texto "Amor de Salvação, Amor de Perdição e Heathcliff" complementa: às vezes, desejar é melhor que conseguir.

Eu queria taaaaaanto o cupcake, superestimei tanto ele que, quando comi, ele ficou bem abaixo das minhas expectativas. Quando eu vi o filme "Up - Altas Aventuras", idem. Todo mundo falava: "CARACA, ESSE FILME É MUUUITO BOM!!" Eu esperava a oitava maravilha do novo mundo. Sem dúvida nenhuma, é um bom filme; mas não era bem o que eu esperava. Por outro lado, quando eu vi "Monstros Vs. Alienígenas", não esperava NADA do filme e só vi mesmo porque não tinha mais nada pra fazer. Me surpreendi e hoje é o um dos meus filmes preferidos.

Parando para refletir, acho que às vezes é melhor deixar uns sonhos só no âmbito dos sonhos mesmo. Mesmo que aquilo aconteça só na sua cabeça, é real pra você (essa é uma frase do Dumbledore no 7o livro do Harry Potter). Se você quer realizar algo, evite idealizar, porque a decepção quando aquilo se tornar realidade pode ser grande. Eu sei que falar e dar conselhos é muito mais fácil que fazer, por em prática (ainda mais para pessoas ansiosas e fantasiosas como eu =D), mas tentar não custa nada. Não vou desistir dos meus sonhos, mas vou tentar parar de idealizar tanto.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Heterônimos

Na aula de Cultura e Literatura Portuguesas, estamos começando a estudar Fernando Pessoa e seus heterônimos. Eu queria explicar aqui o que é um heterônimo, mas é o tipo da coisa que eu sei, mas não sei como explicar. Então, recorri à Wikipedia:

Heteronímia (heteros = diferente; + ónoma = nome) é o estudo dos heterónimos, isto é, estudo de autores fictícios (ou pseudoautores) que possuem personalidade. Ao contrário de pseudónimos, os heterónimos constituem uma personalidade. O criador do heterónimo é chamado de "ortónimo". Sendo assim, quando o autor assume outras personalidades como se fossem pessoas reais.

Por que eu tô falando de heterônimos? Porque eu acho que tenho um. Vocês já devem ter percebido que uns textos meus são extremamente depressivos, enquanto outros são bem felizes e otimistas. A minha parte "Doug" (feliz e otimista) é a Ju de verdade. A parte depressiva e surtada é meu heterônimo, a Baby Blue (é por causa da cover que a Courtney Love fez para "It's all over now, baby blue", do Bob Dylan). Ela surge do nada, vai embora do nada e é tão diferente de mim que não acredito que seja eu. Não, fanáticos religiosos, eu não estou possuída.

Ao contrário de Fernando Pessoa, que criava os seus heterônimos pela poesia, eu crio a poesia (ou a prosa, já que tem MUUUITO tempo que não escrevo em poesia) a partir do heterônimo. Ou seja: a Baby Blue toma o lugar da Ju e começa a escrever coisas psicótico-depressivas. Mas quem convive comigo pode ficar tranquilo: a Baby só aparece quando eu estou sozinha; na verdade, ela só aparece porque eu estou sozinha.

Então, quem vai fazer uma vaquinha para me comprar o botton abaixo?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Amor de Salvação, Amor de Perdição e Heathcliff

“L’amour n’a point de moyen terme: ou Il perd ou Il sauve”
(Victor Hugo)

Esse fim de semana foi deprimente. 1º porque eu tenho uma prova sobre o romantismo português na 4ª feira e tive que ler um resumo da biografia do Camilo Castelo Branco, o maior expoente do 2º romantismo em Portugal. O problema não foi exatamente ler isso; a questão é que a vida dele é desgraça atrás de desgraça, fracasso amoroso atrás de fracasso amoroso, ele tem uns pensamentos deprimentes com os quais me identifico totalmente e, para piorar a situação, que já estava bem ruim, ele se suicida depois de não aguentar mais uma série de doenças (inclusive uma cegueira). Veja algumas frases dele:

“D. Inês da Veiga principia a ser romântica ou desgraçada, que é quase o mesmo”

“Diante dos obstáculos que a vida levantava no seu caminho, somente a esperança numa vida d’além-túmulo podia sorrir-lhes [...] O Sol não entra nesse universo de trevas senão para melhor realçar as sombras ameaçadoras”

“Guilherme do Amaral é uma ‘vítima dos romances’. Ele não tinha feito outra coisa senão ler livros franceses, acabando por perder toda a ilusão: ‘Há em mim a preexistência de todas as desilusões’, e acrescenta: ‘Sou o símbolo da desesperança sobre a Terra’.”

“O amor só vive pelo sofrimento; cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, tem seu fim. A desventura é, pois, o motor do amor ou o seu fim; de qualquer maneira, constitui um valor que lhe está indissoluvelmente ligado. Ainda que o amor pareça conduzir à virtude e à regeneração, ainda que ele faça milagres, o desastre espreita-o”

“Eu estou sempre brincando (com a roda do meu infortúnio) como as crianças com os seus arcos.”

O pior não é me identificar com as frases; é me identificar com o seu romance mais famoso, Amor de Perdição, uma super tragédia, um “Romeu e Julieta” à portuguesa. O bizarro é que eu não me identifico com a Teresa/Julieta, mas sim com Mariana. É algo mais ou menos assim: Simão e Teresa se amam, mas suas famílias são inimigas e eles não podem ficar juntos (sim, você já ouviu essa história em algum lugar...). Mariana ama Simão e só tem interesse em amá-lo, não faz arapucas mirabolantes para roubar ele de Teresa nem nada; aliás, eu até acho que ela ajuda (ou pelo menos tenta ajudar) os dois a ficarem juntos. E o que eu tenho a ver com Mariana? Bem, o que eu sinto não é amor – longe disso –, mas uma quedinha por alguém que não gosta de mim e gosta de outra. E acho que essa outra também gosta desse alguém. Gosto demais dos dois para querer que eles não fiquem juntos. Isso pode até ser masoquismo, mas dou a maior força (ainda não abertamente, mas creio que seja questão de tempo). O que eu puder fazer para ver os dois felizes, eu farei - é uma coisa meio “A marca de uma lágrima” (Pedro Bandeira) também. Mas acreditem: isso é mais deprimente na teoria do que na prática.

2º fator que deixou meu fim de semana deprimente: eu nunca saio aos sábados (nem em dia nenhum), minha vida é um tédio e blábláblá. Nesse sábado, depois de ver os melhores momentos do “Comédia MTV”, “Katylene TV” e “Luzes da Cidade” (do Chaplin), fui ver uma versão de 2009 de “O morro dos ventos uivantes”, um dos meus dois livros preferidos (o meu outro é “O retrato de Dorian Gray”), à 01h da manhã. É, eu sei, deprimente demais. Se você não conhece essa história, é basicamente o seguinte: O pai de Cathy e Hindley Earnshaw traz de Londres um pobre e maltrapilho menino cigano, Heathcliff. Cathy se torna amiga dele, mas Hindley o despreza totalmente. Quando o pai morre, Hindley transforma Heathcliff num criado e este, obviamente p. da vida, promete que se vingará, não importa quanto tempo isso demore. Enfim. Cathy – o grande amor da vida de Heathcliff - se casa com Edgar Linton, o vizinho, e depois de 500 mil reviravoltas, Cathy morre (isso não é um spoil, já está dito no início do livro), Edgar morre, Hindley morre (o livro quase acaba por falta de personagem) e Heathcliff se vinga de todo mundo pelos filhos que eles tiveram. O filho que ele teve com Isabella (a vizinha, irmã de Edgar) sofre; a filha de Cathy com Edgar sofre; Hareton, o filho de Hindley, é um criado... Tudo isso por causa de um pé na bunda – menos o fato de Hareton ser um criado. Não sabemos o que devemos sentir em relação a Heathcliff. Amo-o e odeio-o. Sinto pena e raiva. Mas, ao mesmo tempo, me identifico totalmente. E penso, com muito medo: será que me tornarei vingativa, amarga e má por causa de uma decepção enorme que tive aos 17 anos? Infelizmente, eu assumo que isso me afeta mais do que o que devia afetar. São inúmeros os pensamentos negativos e problemas psicológicos que isso me trouxe. Eu sei que deveria amadurecer e pensar: “Relacionamentos terminam todos os dias. Por que você achou que com você seria diferente?” Para falar a verdade, não penso mais tanto no término em si – talvez já tenha superado essa parte. Sofro agora com as malditas consequências do pé na bunda. Sofro mais com a angústia nervosa permanente, com a minha solidão, que pode parecer paradoxal, porque estou sempre rodeada de gente. Quando estou rodeada de gente, estou bem mesmo. Porém, basta ficar um pouco sozinha para desabar. Sinto falta de alguém para passar o fim de semana, para contar TUDO o que eu penso sem medo de parecer ridícula, sinto falta de um colo para chorar. Nessa semana, enquanto estava meio desesperada num momento solitário na faculdade, escrevi o seguinte trecho no verso no meu “Amor de Salvação” (irônico, não?):

“Prestes a surtar de novo.

(Por que os meus surtos são sempre às quintas?)

Eu sinto um desespero, um calor por dentro e um frio por fora, meu coração se acelera e eu me arrepio. Não quero ir embora, mas não sei o que fazer aqui. Preciso de uma companhia, de uma pessoa para eu deitar no colo e chorar, para desabafar, porque eu não me sinto à vontade para contar tudo da minha vida, pra falar de todos os meus problemas no blog. Eu preciso de alguém com quem eu me sinta confortável para falar sobre tudo e para abraçar quando eu estiver precisando de um abraço. É isso que está me enlouquecendo, que tá fazendo com que eu bata a cabeça na parede e chore no ônibus.”

Na faculdade eu tenho companhia; em casa não. Entenderam porque eu passo o dia inteiro na PUC, mesmo quando eu não tenho aula?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O maior vilão da Disney


Não sei se vocês sabem disso, mas a Malévola, de "Bela Adormecida", é considerada a maior vilã da Disney. Conversando com um amigo meu que joga Kingdom Hearts (um jogo que mistura Final Fantasy e Disney, no qual a Malévola/Maleficent é a maior vilã), vi que essa bruxa/dragão não é nem de longe a mais malvada que existe. Como esse meu amigo disse: "Ela ficou irritada porque não foi chamada pro batizado e decidiu lançar uma maldição na Aurora." Nem matou ela na hora! Precisou esperar dezesseis anos para que a maldição fizesse efeito e, mesmo assim, uma fadinha gordinha e baixinha vestida de azul - a Primavera - conseguiu quebrar o encanto. E ela é a pior vilã da Disney?

Vamos ver outros vilões:

* A madrasta da Branca de Neve - Cara, ela pede pro caçador matar sua enteada e trazer o coração numa caixa! Só isso já é muito mais punk do que atrair uma menina e furar o deco dela numa roca (WTF??)





* A madrasta de Cinderela - Ela escraviza sua enteada e a proíbe de fazer tudo. Humilha-a, despreza-a, faz um verdadeiro estrago psicológico na jovem. E hoje em dia sabemos que os piores estragos são os psicológicos...

* Kuzco - Ok, o Kuzco não é bem considerado um vilão, mas ele tem todas as características: é prepotente, arrogante, egoísta e egocêntrico. E tem uma cena em que ele chuta um velhinho do seu palácio porque este "corta sua onda". A Malévola chutou um velhinho escadaria abaixo? Hm, acho que não... Sem contar que ele é muito mau com o pobre Pacha.

* Frollo - isso vocês vão ter que me dizer, porque eu não lembro do "Corcunda de Notre Dame". Mas, pelo que ouvi até agora, ele foi o pior vilão meeeesmo.

* Cruella - Querer matar 101 dálmatas pra fazer casaco de pele é uma "p. falta de sacanagem". Maldade das grandes.

Assumo que não vi muitos filmes da Disney - eu só via mesmo "A Bela Adormecida", porque era um dos poucos que eu tinha a fita. Adoraria incluir aqui o Hopper ("Vida de Inseto"), mas preferi me restringir aos desenhos. Enfim. Me digam mais maldades de outros vilões - porque a Malévola NÃO É  a pior de todas. Sem dúvida é a mais estilosa, a com mais "cara de vilã". Mas a mais malvada... definitivamente não!

Desafiando as leis da física.

2a lei de Newton (ou, como um amigo meu escreveu na oitava série, de Nilton): "Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço".

Yeah, right. Pede pro tio Newton pegar um 755 e vê se ele ainda vai dizer isso...

(Eu não tirei foto do ônibus lotado porque as pessoas iam ficar MUITO p. da vida se uma desconhecida total as fotografasse às 06h30 da manhã.)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Characters

Ainda na série "Quem sou eu", mas fugindo um pouco do "Você é o que você...", decidi fazer esse post sobre os personagens com os quais me identifico. Preparem-se para bizarrices totais:

Tiffany - noiva do Chucky











Dory - a peixinha esquecida de "Procurando Nemo"











Luna Lovegood, de "Harry Potter"












Dee Dee, de "O Laboratório de Dexter"

Vandinha Addams

Pinky, do "Pinky e o Cérebro"
B.O.B., de "Monstros Vs. Alienígenas" - para quem pegou o Pessoa Esdrúxula desde o começo, deve lembrar que a imagem de descrição do blog era essa geleca azul aí do lado =D
Clementine Kruczynski - "Brilho eterno de uma mente sem lembranças"

Tem mais, mas só lembro desses por enquanto.

Ps: estou dando "uma folga" dos textos, porque, por incrível que pareça, tô sem inspiração pra escrever (devem ser as provas), mas não gosto de "abandonar" o blog. Então posto esses textos mais imagéticos que permitem quem você me conheçam um pouquinho mais.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Você é o que você come


 Como todos os meus amigos sabem, meu pai vende frango - meu alimento básico há 17 anos. Geralmente, eu sou um prato de arroz, feijão, batata e frango (e não quero piadinhas sobre galinha, hein!), com um copo de Clight Tea de limão ou pêssego. Sou uma banana, mas não pamonha. Jamais seria um chuchuzinho e é raro eu ser um docinho de coco ou um filé. Ah, mas eu sou um pão!

Já fui trakinas, barrinhas de cereal sem açúcar, biscoitos diet... Atualmente, sou mais um sanduíche de pão integral de soja com maionese e ketchup - desisti da ricota - ou um salgado de 4 queijos. Na hora do almoço aqui na PUC, sou muito arroz com muito molho à campanha, tomates e hamburguer de (adivinha!!) frango e guaraná diet. Nos finais de semana, sou uma Pepsi Twist Zero ou um Kuat Eco com frango assado e batata frita/estrogonofe de frango com batata palha. Como deu pra perceber, eu sou, basicamente, batata e frango - o que muda é como os alimentos são preparados. E NUNCA seria um peixe ou qualquer outro fruto do mar (o que acaba com a minha teoria de que eu sou a Dory, do "Procurando Nemo").

Quase me esqueci: sou em minha essência uma azeitona. Acreditem ou não, é minha comida preferida!!

Estou tirando férias de mim mesma e sou uma lasanha à bolonhesa há 2 semanas.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Você é o que você veste

Basicamente, sou um par de All Star velho, uma baby look preta (geralmente com caveirinhas) e um jeans skinny 34. Hoje, mais especificamente, sou uma regata branca com a cara da Marilyn Monroe (morro de vergonha de admitir isso, mas comprei na Citycol - sim, na Citycol! - por 8 reais. Tá, foi na Citycol, mas foi só 8 reais!!), com uma blusa preta de botões e manguinhas bufantes. Sou ainda, um jeans de cintura média que não quer mais entrar em mim direito porque eu engordei 6 kg nos últimos 3 meses e meio. Sou um par de brincos pretos de dados, um cordão de coração que comprei por 1 real num brechó em Casimiro de Abreu e uma pulseirinha preta de mola.

GTA - Caxias Freguesia

"Impossível conhecê-lo e não o temer.
Cuidado: o demônio verde está atrás de você!"


Se você não mora em Jacarepaguá e não conhece o ônibus Caxias-Freguesia, acho que você tem sorte. Imagine um transporte o mais amedrontador possível, com os motoristas mais sanguinários que existem sobre a face da Terra. É uma verdadeira montanha russa no asfalto.

Conversando com a Bella um dia, falei com ela que achava que os motoristas do "demônio verde" - sim, algumas pessoas relamente chamam ele assim - seriam excelentes jogadores de GTA. Ou melhor, que os jogadores de GTA de hoje serão os motoristas do Caxias de amanhã. Para ser sincera, eu nunca joguei GTA, mas sei que é algo mais ou menos "matar/roubar/espancar/atropelar" e coisas do gênero. Aí ontem, numa aula de jogos (sim, eu faço Letras e não, não temos aulas de jogos em Letras. É que a Bella faz Design e me levou para ver a apresentação de uma amiga dela. Nessa apresentação, os alunos tinham que propor ideias de jogos), depois de ver uma menina que teve a ideia de fazer um jogo para celular no qual o seu bonequinho tinha que chegar ao seu destino final escapando de obstáculos que vemos na rua (cocô de cachorro, mendigos, assaltantes e coisas do gênero) e depois que a Bella disse que há um ano atrás um garoto fez um jogo que era uma corrida de ônibus, imaginei como seria um GTA do Caxias - esse período ficou ENORME, mas eu tô com muita preguiça de reescrever ele, então façam uma forcinha para entender :P

Enfim. Vamos ao jogo.

Quanto mais pessoas você atropelar, mais pontos você ganha. Idosos, gestantes, alunos de escola pública e deficientes físicos valem mais, assim como qualquer pedestre que esteja na calçada. Aqueles vendedores de bala no ônibus recuperam sua life: atropele-os que voa Tribala, amendoim e Trident pra tudo quanto é canto e, comendo isso, sua barra de vida aumenta. Atropelando os fiscais de ônibus, você ganha tempo. Ah, o tempo! Corra o máximo que puder (JAMAIS chegue ao limite de 60km/h; é de 100 pra cima!), e quanto mais passageiros você derrubar, melhor. Aliás, quanto mais cheio estiver seu ônibus, melhor também. Quanto mais longe do ponto você parar, mais pontos. Assim que o passageiro entrar, arranque com tudo; depois freie com tudo. Fechadas em carros são altamente recomendáveis também!

E aí: quem tem um parente na Sony ou na Nintendo para comprar essa minha ideia? HUM?

O reencontro

Esse post é um dos "inúteis", Carol. Mas eu precisava contar isso pra vocês!

Ao contrário do que vocês possam imaginar, esse post não é sobre o meu reencontro repentino com o meu ex (encontrei com ele na padaria nesse domingo). Até poderia ser, mas não quero fazer um texto sobre isso - até mesmo porque não há muito pra dizer. Enfim. O meu reencontro foi com outra pessoa.

Peguei hoje meu ônibus expresso e vim feliz e contente pra faculdade. Estou lá, sendo esmagada, olhando para o nada, quando sinto alguma coisa no meu pé. Olho pra baixo e vejo um pezinho com uma perninha em cima dos meus pés. Aí fui procurar o corpo dono daquela perninha. Era de um garotinho que estava meio sentado, meio deitado, totalmente esparramado naquele lugar ao lado do motorista onde todo mundo coloca as bolsas (se alguém souber o nome daquele lugar, por favor, me avise!). E eis que eu leio o nome do menininho, que estava escrito em sua blusa do uniforme escolar. Sim, caros leitores: era o Arnold!

Se você não lembra do Arnold, releia o "Aventuras de uma jovem universitária a bordo de um ônibus expresso". Hoje ele não saiu dançando não - ele estava com sono demais para exibir seus dotes rebolativos. Mas ri do mesmo jeito com ele: 1o porque ele tava deitado naquele lugar que eu não sei o nome totalmente alheio ao sacolejar incessante do ônibus; 2o porque, quando ele passou pela roleta, saiu andando pelo ônibus sem se segurar em canto nenhum. Ele tava tão chapado de sono que só saiu andando meio que nem um zumbi e foi sentar no colo da tia dele.

O que será que vai acontecer da próxima vez que eu me encontrar com ele??

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Você é o que você ouve

Eu me canso muito ao ter que explicar (ou ao menos tentar) quem eu sou a cada vez que crio uma rede social diferente. Tenho que fazer um texto pro Orkut, um texto pro Facebook, um texto pro blog (tá, blog é pra fazer texto mesmo...), um texto em versão pocket pro Twitter... Cansei! Durante essa semana, eu vou postar textos nos estilo "Você é o que você come/lê/ouve/veste/vê/etc. etc. etc." e vou colocar esses textos nos meus perfis. Economiza tempo e espaço!



Se eu sou o que eu ouço, sou uma mistura de:

*Avril Lavigne;
*Lady GaGa;
*Courtney Love;
*Shirley Manson (do Garbage);
*Katy Perry;
*Ke$ha;
*Joey Ramone;
*Kurt Cobain;
*Axl Rose;
*Mallu Magalhães (sim, eu escuto as músicas dela...);
*As meninas do Vanilla Ninja (elas têm nomes estranhos e eu nunca consegui gravar...);
*Pitty;
*Os caras do Cash Cash;
*Roger (do Ultraje a Rigor);
*Billy Joe Armstrong (do Green Day);
*Jon Bon Jovi
e
*Jack e Meg White (White Stripes).


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A centésima postagem!


Essa é a centésima postagem do Pessoa Esdrúxula!!! O blog, que começou no dia 15 de abril deste ano, me ajudou a evoluir muito como pessoa - e eu acho que dá para perceber isso nitidamente. Eu passei por várias coisas nesses quase cinco meses, e o Pessoa Esdrúxula foi o modo que eu encontrei de não ficar maluca - ou, pelo menos, de tentar adiar ao máximo possível a minha loucura. Levei um pé na bunda e virei escritora. Quem dera que todos os pés na bunda fossem tão produtivos assim...

Enfim. Eu queria agradecer profundamente a todos os meus leitores (principalmente a Carol S., a Autora e o Dayher, que são meus leitores e comentadores mais assíduos) e desejo muito que vocês continuem por aqui enquanto o blog durar - o que eu também espero que seja bastante.

Obrigada a todos e feliz aniversário pro blog!!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Finalmente um post sobre as eleições

Este ano é o primeiro em que votarei. Não votei ano passado porque não teve eleição; ansiava pelos meus 16 anos para poder votar, para poder (pelo menos tentar) eleger candidatos que eu achasse que fariam alguma diferença. Confesso que estou muito desencantada – e irritada.


Escrevo esse texto no dia 7 de setembro, feriado que estou usando para terminar de ler “Amor de Salvação” – é para amanhã e ainda faltam 40 páginas – e para fazer um trabalho escrito sobre a relação título/capítulo em “Memórias Póstumas”. Ou melhor, eu estaria fazendo isso, se a p**** do carro de som de um infeliz candidato deixasse (desculpem-me pelo vocabulário chulo, mas não dá para usar outra expressão!). Acho que o carro parou na pracinha perto da minha casa e vai ficar ali por um bom tempo. Não sei o que é pior: a música, que é um samba com uma letra pavorosa; o fato de que essa música já era o jingle dele nas outras eleições; ou, ainda, o fato de que é bem capaz de ele ser eleito por causa dessa osmose maldita que feita por essa musiquinha maldita. O povo não se interessa por política, isso é fato. Vê o voto como uma obrigação. Então, vai votar no candidato cujo número lembrar. E o que é melhor para gravar número do que uma música chiclete que fica tocando o dia inteiro na sua janela? É sério, esse carro já tá aqui há uns 20 minutos e a música já tocou quase dez vezes – e isso NÃO é uma hipérbole!

Eu pretendo votar nos candidatos cujas propostas me agradarem mais; não no candidato cuja musiquinha for mais legal. Se o Lindolfo Pires tiver boas propostas, vá lá: “Vote no Lindolfo Pires”. Mas se você só for votar nele porque seu jingle é um barato – sua cover de “Beat it” é genial, apesar de a gravadora do Michael Jackson ter proibido o Lindolfo de cantá-la -, você... tem ... sérios... probleminhas. Aliás, você também tem graves problemas mentais se votar no cara que fica perturbando a paz alheia – seja com carros de som ou com folhetinhos infelizes que só mostram a cara do candidato e o número. Cadê a proposta, imbecil? Não vou votar em você só porque você é bonitinho não... (o que é raro na política: uma pessoa bonitinha) E aqueles candidatos que aparecem na TV, no "hilário eleitoral" - segundo o "Comédia MTV" - falando palavras aleatórias, tipo "Zé das Couves 0000 - honestidade, paz e lealdade"? Pior que esses só os que falam só o nome e o número - e que ainda têm que ler!!

Torçam para que eu encontre um candidato decente. E para que a p**** do carro de som saia da pracinha!

A evolução e os ternos

Nós nos orgulhamos muito dos nossos avanços tecnológicos. A ida do homem à Lua. O mundo no seu celular. O fim do frizz com a loção Lotus Shield anti-frizz, da linha Advance Techniques (Avon). A Playboy em 3D. Mas é só andar na Barra da Tijuca – ou em qualquer outro lugar com vários centros empresariais – para ver que a humanidade (ou pelo menos o brasileiro) não está tão adiantada assim.

Moramos num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza (mas que beleza!), onde faz uns 35ºC, mais ou menos, todo dia. E aí eu te pergunto: pra quê usar terno? Nos países frios, tudo bem; faz sentido. Mas no Brasil? Eu imagino que quando as portuguesas vieram pra cá – com seus metros e metros e metros de tecido -, devem ter sentido a mesma coisa. Tá, naquela época não tinha aquecimento global, mas lembre-se que as mulheres eram mais “sensíveis” (eufemismo para “frescas”) e passavam mal por qualquer coisinha; o calor devia ser um grande culpado de desmaios nessa época. Enfim. As mulheres se livraram das anáguas, dos corpetes, daquelas calçolas ridículas e hoje desfilam por aí com blusa de helanca amarela, microshort jeans e tamanco de acrílico. Esteticamente, prefiro os metros, metros e mais metros de roupa. Mas eu moro no RIO DE JANEIRO!!! E querendo ou não, eu pareceria mais ridícula com anáguas do que com uma bata de helanca (bata de helanca amarela com desenhos abstratos é tão brega que, na minha opinião, se equipara às pochetes). A evolução tem seus preços e a bata de helanca é um deles.

Mas voltando aos ternos: se as mulheres se livraram dos panos desnecessários, por que os homens não podem? Aí acontece aquela cena ridícula dos caras de terno em plenos 42ºC, com enormes pizzas enormes dos braços e tentando desesperadamente secar o suor que não para de brotar no rosto. Não sei se a alternativa seria ir de bermuda pro trabalho... Mas terno definitivamente não dá: as mulheres agradecem – porque não precisam lidar com gente suada – e os homens mais ainda.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O diálogo do ano

- O Thiago cortou o cabelo! Tá que nem o Justin Bieber... - Gi.
- Sério? - Bia.
- Caraca, ele se dividiu em três! - Prih.
- É, mas é gostoso do mesmo jeito - Ju.

Agora inclua entre a frase da Bia e da Prih o seguinte fragmento:

Prih está cortando um bolo, que se quebra em três partes. Gi e Bia não percebem isso e acham que as frases seguintes ainda se referem ao Thiago. Não, gente, não...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Clarice

Ao entrar naquela sala, não imaginava que sairia de lá te amando mais. A identificação, que já era grande, chegou a um ponto que eu achava que era impossível de existir. Não sei se é porque, no fundo, todos nós somos iguais; se assim for, você conseguiu traduzir esses sentimentos que são inerentes a todos os humanos.

Você fala num "eu que é vós". Assim que me sinto. Eu sou você. Penso como você. Talvez seja apenas questão de tempo para começar a me comportar como você. Ao falar da sua juventude, você se descreveu como eu sou: uma pessoa caótica, intensa, inteiramente fora da realidade da vida.

Quanto à escrita... apenas escrevemos. Não queremos saber a quem vai interessar os nossos textos, não somos profissionais, escrevemos quando queremos, não temos compromisso, obrigação - nem com o outro nem com nós mesmos - de escrever. Temos períodos de produção intensa e temos hiatos em que a vida fica intolerável.

"O adulto é triste e solitário. A criança tem a fantasia solta." O entrevistador pergunta: "A partir de que momento (...) o ser humano vai se transformando em triste e solitário?" "Ah, isso é segredo. Desculpe, eu não vou responder" E aí, depois de uns três segundos de pausa, vem a parte que me encheu os olhos de lágrimas e com a qual eu me identifiquei totalmente; acho que ninguém nunca disse algo tão verdadeiro pra mim: "A qualquer momento na vida. Basta um choque um pouco inesperado." Não preciso nem dizer qual foi o choque que me afetou...

Talvez sejamos consideradas pessoas herméticas. Mas nós nos compreendemos - ou pelo menos compreendemos o que escrevemos. E escrevemos sem a esperança de que o que escrevemos altere alguma coisa. "Por que escrever então?" te perguntam. Você responde: "E eu sei?"

Quando você fala dos jovens, diz que se surpreende porque eles "estão na sua". "Eu penso às vezes que eu estou isolada e, quando eu vejo, eu tô tendo universitários, gente muito jovem, que tá completamente ao meu lado." Também me surpreendo por me identificar tanto com uma pessoa tão mais velha que eu.

Eu sou você e eu te amo. Isso quer dizer que eu me amo também?