sábado, 8 de janeiro de 2011

Auto-ajudada


Confesso a vocês que sempre tive muito preconceito com livros de auto-ajuda. Achava que era apenas uma maneira de enriquecer autores que não tinham capacidade suficiente para escrever histórias ficcionais. Então, quando eu disse pra Carol que estava lendo uma obra dessa “espécie”, nada mais normal que o espanto dela e o comentário subsequente: ué, eu achava que as pessoas que faziam Letras detestavam livros de auto-ajuda. Bem, pelo valor literário, pode até ser... Mas acho que, como qualquer assunto que possa ser dividido em categorias, existe a boa e a má literatura de auto-ajuda. Como só li dois livros dessa categoria até agora e gostei dos dois, não posso dar um exemplo de má literatura. Parando para analisar, a má literatura de auto-ajuda deve ser aquela que não cumpre seu objetivo maior: ajudar quem lê.

O fato de eu começar a gostar desse tipo de literatura, que nem é considerado direito literatura, me fez pensar em duas coisas interligadas: a primeira é a questão das fases pelas quais passamos e a segunda é a metamorfose que sofremos ao longo da vida. Quando eu era pequena, amava axé, Xuxa, Sandy & Junior, minha cor preferida era rosa e eu vivia de vestidinhos e saiotes. Aos 11 anos, era fã de Avril Lavigne, Guns n’ Roses e Nirvana, só andava de preto, aposentei minhas saias e vestidos e não vestia NADA rosa. Hoje, aos 17, visto preto e rosa (geralmente combinando), uso saias e bermudas e ainda amo a Avril. Eu odiava Lady Gaga, Restart, literatura auto-ajuda, sair sozinha, RPG e coisas que eu adoro hoje em dia.

Se eu não tivesse passado por maus bocados (adoooooro essa expressão!) no ano passado, talvez não tivesse dado valor à literatura de auto-ajuda. Gente, as circunstâncias mudam, nós mudamos, as circunstâncias nos mudam, nós mudamos as circunstâncias. Fases são naturais, metamorfoses são naturais. Quem sabe daqui a 5 anos eu não goste de funk? Quem sabe daqui a 6 meses eu não vire fã de comida japonesa? Quem sabe se eu vou continuar gostando da Avril quando o novo cd dela sair? Porque eu tenho que admitir pra vocês: a cada vez que a Avril lança um cd é uma decepção pra mim, eu que tenho ela mais como ícone de estilo que como cantora preferida. Mas depois eu me acostumo com as músicas e volto a ser fã dela ;)

Porque, como a Martha Medeiros disse, parafraseando o livro Quando Nietzsche chorou, “Os inimigos da verdade não são as mentiras, mas as convicções”. A gente diz que tem certeza que nunca vai fazer X ou Y e depois acaba fazendo – e se decepcionando consigo mesmo.  Então vou continuar fazendo o que eu já estou fazendo há um tempo: sem convicções, sem decepções. Se eu virar funkeira, fazer o quê? Pobre de mim, mas não duvido de mais nada...


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