segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"Os livros no Brasil são caros"

Certamente vocês já ouviram a frase que tá título a esse post. Eu já ouvi em todos os contextos possíveis e imagináveis: desde salas de aula até discursos pseudo políticos. Sempre tomei isso por verdade, mas um dia eu parei para analisar se isso realmente acontecia. E mais: se as pessoas realmente não lêem porque os livros são (supostamente) caros.
Gente, eu comecei a montar a minha biblioteca com uns 10 anos. Na minha casa tinham pouquíssimos livros, que se resumiam a uma coleção de clássicos dados pelo jornal O Globo, um exemplar carcomido de "Pollyanna moça", um livrinho infanto juvenil do Sidney Sheldon e uns livros perdidos da Agatha Chistie. Ou seja, comecei meu acervo de livros praticamente do nada. E hoje, apenas oito anos depois, tenho cerca de trezentos livros.
Partindo do pressuposto de que livros são caros, vocês devem estar achando agora que eu sou multimilionária por ter adquirido 300 livros em 8 anos. Na verdade, eu conto nos dedos das mãos do livros em que eu gastei mais de 30 reais (e ainda sobra dedo!).Como eu consegui essa façanha? Sebos, brechós, feiras de trocas, trocas pelo Skoob... Fora os livros que ganhei de aniversário/natal e que ganho quando pessoas que eu conheço querem se desfazer dos seus livros. Aí vocês devem pensar que só tenho livros clássicos; de fato, tenho muitos clássicos, mas tenho a coleção completa de Harry Potter, de Crepúsculo ("Amanhecer" me custou apenas R$10!), "Orgulho e preconceito e zumbis", "Feios", "Quem é você, Alasca?", "Monster High", 'A menina que roubava livros" e por aí vai.
Aí partimos para outra questão: será que o livro é caro mesmo? Na verdade, tudo no Brasil tem um preço um pouquinho mais salgado por causa dos impostos, mas isso não é privilégio dos pobres livros! Um livro na livraria é o preço de uma blusa numa loja tipo Leader/Renner. É o preço de uma dobradinha cinema+lanche no McDonald's. É a metade do preço de um sapato. É bem mais barato que um celular, iPod, notebook, câmera digital e por aí vai. Ok, um livro pode não ser tão utilizado quanto um celular, que, em teoria, você só paga uma vez e usa pra sempre (ou até a tecnologia evoluir mais); mas é tudo questão de prioridades. Eu assumo que comprei pouquíssimas roupas e sapatos com o meu dinheiro durante a adolescência, porque gastava tudo com livros. Mas nunca deixei de comprar meus exemplares alegando falta de dinheiro.

Não acho que possamos reclamar tanto assim. Podemos reclamar que no Brasil não tem livraria (em Jacarepaguá, só conheço um, que fica no shopping, e é relativamente pequena), mas não que os livros são caros. Com os pocket books, com as Lojas Americanas e com a Avon, além dos lugares que vendem livros usados, não tem como dizer que os livros ainda são caros.

2 comentários:

  1. Livro de bolso (tirando os da ed. Martin Claret ¬¬) é o que há! :D

    Beijo,
    narradorapersonagem.blogspot.com

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  2. Oi :) Parabéns, você escreve muito bem.. eu também tenho meu acervo de livros, mas ainda são poucos hahaha (no máximo, uns 50
    Eu queria pedir um post, posso? Queria que você escrevesse mais uma vez sobre gosto musical (já li alguns posts seus sobre isso) mas dessa vez falando sobre essas "guerrinhas"entre fãs.

    Beijos, Helena
    http://time-t-u-r-n-e-r.tumblr.com/

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