quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A obra-prima e a piriguete

Nessa semana, eu estava analisando uma coisa que há muito tempo me intriga: algumas meninas que eu conheço não são tão bonitas, mas nunca estão solteiras – ou, mesmo se solteiras, sempre estão com algum peguete. Acho que vocês devem conhecer algum caso assim também. A menina tá do seu lado, você pode estar com a mesma roupa que ela, você pode ter um rosto mais bonito que o dela, um corpo mais bonito que o dela, mas sempre será ela que será cantada. E aí você pára e se pergunta: o que essas meninas têm que eu não tenho?

Conheço meninas lindíssimas que têm filas e mais filas de pretendentes correndo atrás delas. Mas tudo bem, elas são lindíssimas – e supersimpáticas, na maioria das vezes. Mas e as feias (eu estava tentando amenizar a coisa chamando de “meninas não tão bonitas”, mas tenho que se sincera: algumas são feias mesmo!) que estão na mesma situação? Detalhe: eu conheço feias antipáticas e metidas que têm pretendentes e mais pretendentes!

Então vamos às alternativas:

a) Elas são vagabundas :)

b) Elas têm dinheiro;

c) Elas, tal como uma obra de arte, têm uma aura (conceito de Walter Benjamin) ou um je ne sais quoi (como diria Balzac) que as envolvem e as transformam em modelos de comercial de absorvente/shampoo/perfume/sabonete, onde todos quebram o pescoço para olhar a tal modelo.

Os dois primeiros tópicos são auto-explicativos e geralmente essas meninas conseguem um tipo de homem que costumo chamar de “homem gafanhoto” (lembra do filme da Disney “Vida de Inseto”? Então, lembra a frase que as formigas costumavam repetir para si mesmas quando chegavam os gafanhotos para comer o que elas tinham juntado no verão todo? Não? Bem, é uma coisa meio vulgar, então não vou dizer explicitamente. Mas procure um amigo fanático por Disney – todo mundo tem um amigo meio fanático por Disney – e peça pra ele te lembrar a frase das formigas sobre os gafanhotos). O terceiro tipo de menina, no entanto, às vezes tem namorado e, mesmo assim, continua atraindo fãs por todos os lados!

O que é essa aura? O que é esse je ne sais quoi? Vamos às alternativas:

a) Autoestima (duvido, já que conheço pessoas super de bem com a autoestima e não são assim. A maioria das minhas melhores amigas tem uma autoestima no lugar e não têm uma legião de seguidores atrás delas. Até mesmo porque existe uma diferença entre autoestima, se aceitar como é e se achar a gostosa do pedaço – ainda mais se você NÃO for a gostosa do pedaço! Nesse caso, você geralmente é vista como uma criatura ridícula pela maioria das meninas e como gostosa pela maioria dos meninos. Ou o contrário, se você for a Betty Ditto);

b) Determinismo social - Sabe aquela coisa “Diga-me com quem andas e direi quem és”? É assim. Às vezes a menina é feia, mas anda com lindas populares. Automaticamente, passa a ser encarada como linda. E o oposto também acontece: a pessoa é linda, mas anda com “losers”. Ela passa a se encarada como loser/feia. É bem como a Tina Fey colocou tão perfeitamente no “Meninas Malvadas”. Cady Heron (Lindsay Lohan) chega da África, se entrosa com losers – e é vista como loser – e depois vai pro grupinho de Regina George (Rachel McAddams) e passa a ser vista como uma das mais gostosas da escola. Aiai, o ser humano é podre...

Eu não consigo ver outra coisa para explicar essa aura misteriosa que envolve essas piriguetes como uma obra de arte. Se vocês tiverem ideias sobre o que é esse invólucro, por favor, me avisem!

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