sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Baixou o Felipe Neto em mim

Cuidado: texto agressivo! 

Ontem, no meio do meu surto, comecei a enxergar nitidamente coisas que insistia em esconder ou deixar de lado. Baixou o Felipe Neto em mim e eu comecei a me criticar ferrenhamente. Esse texto é um desabafo, cheio de coisas que nunca assumi nem pra mim mesma. Então, se você não concordar com algumas coisas escritas, é bem capaz que o meu "eu-social" também não concorde. Mas esse post está sendo escrito pela Ju surtada, pela Ju debaixo das convenções sociais. Estou me expondo mesmo aqui.

Comecemos pelos possíveis motivos do meu surto.

Eu sou fatalista. Eu sou uma drama queen (atenção: para quem não sabe muito de inglês, isso não é uma espécie de drag queen; significa "rainha do drama"). E, como prova disso, acho que o meu futuro vai ser:
a) Ficar louca (literalmente);
b) Virar uma "mulher independente" - ter muito sucesso profissional mas ter uma vida amorosa deplorável; viver sozinha com alguns gatos.

Eu só tenho 17 anos, não era para eu pensar assim. Mas eu não consigo ignorar esse pesadelo que me assombra tanto, e acho que isso talvez tenha sido uma das causas do meu surto. Eu não sou normal, então pra quê me comparar às pessoas normais? O Tiririca casou? Bem, não é porque ele é mais feio que eu que há algum tipo de garantia dizendo que eu vou me casar também. E aí vem mais um motivo pro surto: por que eu não vou me casar?

Não adianta. Eu não sou gostosa, eu não sou linda e, convenhamos, quem quer saber de inteligência hoje? Tudo bem que eu também não ficaria com alguma pessoa que despreza as minhas capacidades intelectuais, mas um pouco de beleza ajuda, né? Cremes anti espinhas, hidratantes, maquiagem, esmaltes e o caramba a quatro. Pra quê serve tudo isso? Gente, se eu não for maquiada por um profissional, as pessoas não vão ver diferença nenhuma. E por que eu ainda insisti em pintar o cabelo? Sei lá, ruivas pelo menos são mais cults que loiras. Enfim. Eu tenho 1,70m, 43 kg; sou extremamente magrela. Questão genética o que eu posso fazer? Meu pai é personal e malhei por quase dois anos. Via várias pessoas ganhando corpão, mas eu continuava a ter 4 varetinhas como pernas e braços. Desisti de ser gostosa. E com relação a ser bonita... tá, eu não me considero feia,o que é totalmente diferente de se achar bonita. E como os únicos elogios à minha beleza que recebo são de pessoas da minha família (nem pedreiro me canta!), ignoro-os completamente. Se bem que meus pais não fazem muita questão de me iludirem quando o assunto é minha beleza. Outro dia eu tinha feito uma escova no meu cabelo e até tinha gostado; meu pai me viu e falou: "Nossa, Juliana! Você tá parecendo a Cuca, do 'Sítio do Picapau Amarelo'." Animador, né?

Aí vem a minha psicose. Quem vai querer uma psicótica? Eu nunca tinha surtado assim antes e eu duvido muito que quem me conhece pessoalmente está me reconhecendo nesse texto. Eu sou praticamente normal com as pessoas. Meu perigo é quando eu tô sozinha.

Nesse fluxo contínuo de pensamentos aparentemente desconexos, comecei a buscar a VERDADEIRA causa disso tudo ao assistir uma palestra sobre "Laranja Mecânica". A maldita sociedade. Olha, eu não tenho força o suficiente para poder viver como bem entendo, ignorando totalmente as pressões da sociedade e sendo feliz desse jeito. Me desculpem, mas não consigo. A sociedade me apresentou um método de vida ideal (sucesso amoroso + sucesso profissional) e é isso que eu quero. Infelizmente, a cada dia que passa eu percebo que não fui feita para esse sistema. E, se por acaso algum dia fizer parte desse sistema - na verdade, já fiz parte, por exatos dois anos e meio -, vou achar que tem algo bisonhamente errado. Vai ser como viver num sonho mesmo: com o medo e a possibilidade de acordar a qualquer hora.

Aí eu ainda me acho punkzininha, sendo rebelde nas minhas roupas e talz. A única coisa punk da minha vida é o meu 2o período, no qual estou fazendo 5 matérias de literatura. Tirando isso, nada é punk. EU NÃO SOU PUNK!! Eu sou uma menina de 17 anos totalmente perdida que, se não encontrar um psicólogo urgentemente - ou um namorado talvez sirva -, vai ter sérios problemas no futuro.

Pessoas mais velhas que lêem o meu blog: vocês já passaram por isso? Por favor, me digam que esse tipo de comportamento é normal (caramba, eu estou querendo ser normal...). Me digam que vocês já surtaram também.

Preciso ir. Tô escrevendo na biblioteca e o meu tempo já tá quase acabando. Me descupem se eu assustei vocês.

4 comentários:

  1. Agora pára pra respirar um pouquinho!!!
    Miniiiina, coisa tensa hein! rsrs

    Cara, acho que TODO mundo já surtou alguma(s) vez(es) na vida, por esse motivo mesmo, de estar perdida e não saber o seu lugar no mundo, ou por qualquer outro motivo, ou talvez até sem motivo nenhum...

    É "normal"... E eu não acho que um namorado vai ajudar... TALVEZ um psicólogo seja melhor, mas é só um talvez. Porque o lance na verdade é conhecer a si própria, saber as suas limitações, seus desejos e blablabla. Então não importa quem tá contigo, porque é uma tarefa entre você e você mesma sozinha.

    Enfin, já enfrentei e ENFRENTO inúúúúmeras crises... se bobear, mensalmente... rs

    Don't go losing your mind!

    Beeijo

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  2. wooooooooooooooooooooooow
    lembra do meu emoticon do wooow ? então esse mesmo
    qe coisa não ?
    nossa eu me assustei agora,não pelo seu surto porq isso é extremamente normal (olha eu aqi falando como se tivesse alguma esperiencia de vida u.u)
    juuh ,eu te admiro sabia ? to falando sério,vc é uma das pessoas da nossa família qe eu mais sinto admiração,talvez por vc nunca ter medo de ousar ou de se expor,a prova disso ta aqi nesse texto,pra quem não te conhece e te olha na rua vc pode parecer aqelas heroínas de livro da meg cabot (kkk okok parei') ou alguma pessoa qe seja destemida e dona do seu próprio nariz u.u
    mas vc é uma garota,uma garota comum e talvez até mto mais sensivel do qe as outras,uma menina qe fica triste,fica com raiva,da os seus surtos como qualquer outra,mas que passa por tudo dando a volta por cima e se sentindo de novo como a protagonista da historia *o*
    quanto a tudo isso que vc falou no texto a minha resposta é:calma ,vc tem 17 anos e acabou de entrar na faculdade,ainda tem mta coisa pra descobrir,mta gente pra conhecer,mtas coisas incriveis pra fazer
    e relaxa vc vai casar,fala sério o zé bonitinho é casado !
    ainda é mto cedo pra pensar nessas coisas e acredite tudo isso um dia vai acontecer...
    então é isso juh (:
    bgbg e espero ter te ajudado e n cansado meud edo

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  3. Ser normal... Afinal, o que é ser normal? Fala de mediocridade? De vidinha besta sem rumo? Ora, ora...

    Posso lhe fazer uma pergunta? Lá vai: Você tem vida interior, enfim, espiritual? Costuma falar com o Pai lá de cima? Deveria...

    Crise é normalidade de quem pensa demais e não usa tal ferramenta para tentar se conhecer com maior apuro e profundidades. Pensa no alheio e no superficial das suas vontades e gostos, mas, esquece que uma pessoa é algo mais que um monte de carne com um sistema digestivo ligado a um cérebro...

    Dica: conheça-se e deixe de se medir pelos outros!

    Lembre-se de uma coisa: tudo passa, até a uva... rsrsrs

    Abraço,

    D.

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  4. Para Carol: talvez um namorado me ajude porque eu tô surtando devido à minha carência não suprida. E, quanto mais eu me conheço - as epifanias servem pra isso - mais vejo que o meu problema é que passo tempo demais comigo mesma, me conhecendo. Eu fico bem quando estou com outras pessoas, mas quando estou sozinha começo a surtar (mas não vou negar: a TPM pode ter tido uma boa influência no meu surto).

    Para Line (o "anônimo"): 1o - ri MUITO ao lembrar do emoticon do Wow; melhor que esse só o /// e o UHU. 2o - obrigada por me admirar, me sinto muito lisonjeada MESMO! E dizer que eu pareço heroína de livro da Meg Cabot também é um elogio pra mim, então pode ficar tranquila. Obrigada por tudo, Line! Me senti uma pessoa bem melhor e mais legal depois de ler o seu comentário. 3o - vou tentar parar de pensar em casamento aos 17 anos...

    Para o Dayher: não falo de mediocridade, falo de parar de ter essas crises tão recorrentes que estão começando - mesmo que de leve - a prejudicar minha sanidade mental. E aqui vale o que eu disse pra Carol: a cada dia que passa eu me conheço mais. Passo cerca de 3 horas por dia dentro de um ônibus, num ensimesmamento profundo. Nos finais de semana, quando não vou pra faculdade, é ensimesmamento o dia inteiro. Essa é minha vida interior: minhas epifanias.
    E sim, uma das coisas que eu mais penso nas crises é: "Nada dura para sempre, nem as maiores alegrias nem as mais profundas tristezas".

    Obrigada pelos comentários, pessoal!
    Bjs bjs

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