terça-feira, 10 de agosto de 2010

Malditos livros que não permitem o meu enriquecimento





Tentei ser fútil hoje e fui ao shopping comprar uma Melissa em promoção. Mas, como tudo estava bom demais pra ser verdade, a loja só tinha até o tamanho 36 e eu, com meu pezinho de irmã de Cinderela, calço 37/38. Até experimentei o sapato, mas meus dedos ficaram muito espremidos. Desisti da Melissa e pensei: “Bem, eu tenho 39,90 aqui. Posso economizar pra comprar um Ray-Ban vinho (na cidade da minha prima os ORIGINAIS são só 50 reais!!) ou posso passar na livraria...” E não tem jeito: eu não posso ir no shopping sem ir numa livraria. A minha intenção era comprar o “De Profundis / Balada do Cárcere de Reading”, do Wilde, que tava 12,90 na edição da Martin Claret, mas aí vi “Jane Austen –a vampira” e fiquei louca. Para quem não sabe do que se trata o livro, a sinopse está abaixo:
“Imagine se uma autora das mais festejadas nos dias de hoje, mas que pertence ao século XVIII, assistindo a todo tipo de adaptação de sua obra sem poder reclamar! Sem receber royalties e ainda sem conseguir publicar um único título novo? Imagine que ela se transformou em vampira, tornou-se dona de uma livraria e, de repente, Lorde Byron – o vampiro que cortou o seu coração, ao trocá-la pela psicótica Charoltte Brontë -, ressurge em sua vida causando um turbilhão de situações absurdas. E, finalmente, quando uma editora decide publicar um livro novo, sua rival, Charlotte, tenta provar que se trata de um plágio. E, o pior: tem uma cópia para mostrar!
Com direito a acontecimentos recheados de referências históricas, brigas hilárias dentro da livraria, mordidas, arremessos de Best Sellers de Stephen King; esta obra prova que um personagem clássico sempre pode ficar ainda mais interessante.”
Conheci essa obra ao assistir uma aula de mash-up literário, dada pelo professor Anderson Gomes (www.rosebudeotreno.com), e fiquei louca para ler, mas ainda não tinha chegado no Brasil. Enfim. Agora estou com mais um livro pra ler. Eu tenho mais de cem livros pra ler e isso não é uma hipérbole. São uns 30 livros do Machado de Assis, uns 6 do Sidney Sheldon, uns 20 clássicos, mais uns aleatórios que estão no meu computador, nas minhas prateleiras e na casa da minha avó, fora os que eu pego emprestado. Detalhe: desses mais de duzentos livros que eu tenho, conto nos dedos de uma mão os que eu gastei mais de 30 reais pra comprar (“Serial Killer – louco ou cruel?”, da Ilana Casoy; “Tem alguém aí?”, da Marian Keyes; “ Jane Austen – Vampira”, do Michael Thomas Ford; é... acho que é só isso...). A grande maioria eu compro em brechós, troco ou ganho.
Comprar livros pra mim é uma espécie de vício mesmo. Algumas mulheres amam sapatos, outras bolsas ou óculos escuros. Eu amo livros, e não consigo parar de comprá-los, mesmo tendo uma fila enooooorme de livros pra ler. E esse vício, como eu disse no título, não vai permitir o meu enriquecimento! Por quê? Olha, eu nunca trabalhei, então não sei como é ganhar um salário. Mas acho que vou pegar meu precioso dinheirinho e gastar tudo em livrarias e sebos. Se eu já faço isso com todo pouco dinheiro que chega às minhas mãos, imagina quando eu tiver um salário!
Pra vocês verem o tamanho da minha paixão/loucura/vício: ano que vem faço dezoito anos e não vou pedir festa, nem viagem, nem um carro: vou pedir uma biblioteca (não o espaço físico, só os livros mesmo). E o sonho mais antigo que eu tenho (desde os sete anos), é ter uma biblioteca com, no mínimo, uns 50 mil títulos. Comprando livros do jeito que eu compro, acho que até vai ser fácil chegar a isso. O problema é se outras coisas vão faltar pra mim. Eu tenho poucas roupas, poucos sapatos, poucos acessórios. Quando eu viro pra minha mãe e falo: “Mas mãe, eu não tenho roupa/sapato!” ela rebate: “É? Veste/calça seus livros agora!”. Queria ser capaz de comprar outras coisas, mas eu amo demais a leitura, os livros, ou, como diria José Mindlin, essa “loucura mansa”. Meus livros são a minha paixão mais antiga e sei que o que sinto por eles existirá enquanto eu viver. Tenho muita vontade de fazer uma tatuagem, e a única que eu tenho coragem de fazer é um livro aberto com um mundo mágico saindo de dentro dele, porque sei que o meu amor pela literatura não acabará – e vou ser uma vovó muito legal com uma tatuagem dessas.
Eu podia ficar aqui o dia inteiro falando sobre os meus livros, mas tenho que estudar Gonçalves Dias, cultura Greco-latina, Sousândrade e ler Almeida Garrett. Té a próxima!
Ps.: esses não são todos os meus livros. Ainda faltam mais de 50...

3 comentários:

  1. Que legal! Você faz faculdade de quê?

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  2. Letras (português, inglês e literaturas correspondentes)! Não teria paciência para fazer de outra coisa.

    Bjs

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  3. Ah, como eu suspeitava! Eu imaginei que você cursasse Letras (amo!)...

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