sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Surtei

Ontem, voltando pra casa de ônibus depois de sair da faculdade, comecei a sentir que algo não estava muito bem. Sentia um desespero e não sabia o porquê. Não era uma tristeza sem motivo, como nos textos escritos essa semana pela Carol S e pela Liliane Prata. Era um desespero que beirava o niilismo. De repente a vida parou de fazer sentido, e eu não sabia porque estava me sentindo daquele jeito. Por trás dos meus óculos de Willy Wonka, eu só queria chorar. Mas adivinha? Não consegui, as lágrimas não desciam. Isso é injusto. Quando eu tô mal e quero fazer a única coisa que me deixaria um pouco melhor momentaneamente - chorar - isso me é impedido.

Decidi que, quando chegasse em casa, teria que fazer alguma coisa. Precisava sair. "Pra onde? Eu não saio... O shopping vai ter que servir." Eu tava sem dinheiro (OH! Novidade...) e precisava de um pretexto para ir ao shopping. "Vou comprar tinta de cabelo." Fui.

O shopping foi pior que o ônibus. Eu estava me sentindo estranha fisicamente. Como se eu estivesse abandonando meu corpo, estava relativamente alheia ao que estava acontecendo dentro de mim. Estava me sentindo mesmo na música "Unwell": "Eu não tô louca, só não tô muito bem..." Mas sei, no fundo, que esses surtos leves e inofensivos podem ser o princípio de algo grave. Preciso de um psicólogo. Talvez escrever não possa me curar 100%, apesar de me ajudar bastante. Fiquem tranquilos, leitores: não abandonarei vocês (pelo menos por enquanto).

Descobri que sou um perigo para mim mesma. Ficar sozinha me enlouquece - quase que literalmente. Preciso que pessoas me distraiam. Pessoas ou livros. Ontem, no surto no meio do shopping, só me acalmei ao entrar numa livraria. Esqueci totalmente dos meus dilemas, do meu desespero, da minha inferioridade. Só pensei em mim mesma comprando e lendo vários exemplares.

Ah, e eu pintei o meu cabelo. Ser loira dá muito trabalho e eu cansei de tentar chamar a atenção pelas minhas madeixas claras. Desde pequena achava que, como dizia o filme da Marilyn Monroe, os homens preferem as loiras. Nos 9 meses que fiquei loira, não chamei mais a atenção de maneira alguma.
Por isso, agora estou "pseudo-ruiva". Meu cabelo está acaju acobreado. Depois posto uma foto nova. Isto é, se eu não surtar - de vez - antes.

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