terça-feira, 10 de agosto de 2010

Confissões de uma psicótica em crise


Conversando ontem com um amigo meu, o Fefo, descobri que eu sou meio... paranóica, eu acho. Não sei se essa seria a palavra certa. Neurótica? Nervosa? Não sei. Sou meio ligadona, me preocupo demais com as coisas, estudo demais. Não relaxo. Tudo bem que o Fefo é o maior vagabundo que eu conheço – isso não é uma ofensa, mas, mesmo que fosse, tudo bem: ele nunca lê blogs -, então talvez eu seja muito preocupada do ponto de vista dele, que nunca se preocupa com nada. Porém, comecei a pensar mesmo assim. Será que me importo demais com tudo?
Com a faculdade, não consigo relaxar. Já expliquei no post “Os padrões de beleza e no que isso me afeta” o motivo de eu ser CDF e, desde antes dos longínquos tempos de 6ª série, eu já era muito preocupada com a escola, sem contar com o fato que eu gosto de estudar a maioria das matérias. E eu gosto de ser CDF. Estou muito bem assim, obrigada. Mas tudo tem um limite, e acho que eu estou ultrapassando o meu. Você está aí se perguntando: “Mas o quê que essa menina fez pra ter ultrapassado seu imite, meu Deus?” Bem, eu já planejei minha vida acadêmica até os 45 anos. Pretendo me formar em Formação do Escritor, Tradução, no Bacharelado e na Licenciatura de Letras e, se tudo correr bem, terei esses 4 diplomas aos 23 anos. Aí vou emendar num mestrado (ah, eu também já tenho umas ideias para o mestrado/doutorado), num doutorado e num pós-doutorado – ou em dois, quem sabe? Quando terminar isso tudo, vou começar minha faculdade de história; depois, é a vez da faculdade de psicologia. Por fim, vem a faculdade de estética. Talvez não dê pra fazer isso até os 45, mas até os 50, pelo menos, dá.
Quando contei isso pro Fefo, ele falou: “Você vai surtar”, e o pior é que eu sei que ele tá certo (e ele também sabe, já que disse que costuma acertar previsões). Se eu não der uma diminuída no ritmo, vou terminar tomando remédio de tarja preta antes dos 30. Tudo bem que hoje em dia eu tô tranquila, não tô fazendo mais do que minha cabeça aguenta e sempre dou umas pausas – seja para ler, seja para escrever, seja para jogar “Kingdom Hearts” ou para comprar pão. Mas e se eu realmente fizer tudo isso? Tá, eu vou ser uma pessoa demais, provavelmente com um grande salário, mas, em compensação, vou ter alguns problemas psiquiátricos. Vale a pena estudar TANTO em tão pouco tempo? Eu sei também que sou nova e que, como mostra aquele comercial do carro, ainda vou mudar muitas vezes de opinião. Já quis ser veterinária, caixa de supermercado, astronauta, advogada, especialista em Segunda Guerra Mundial... É bem capaz que eu mude de opinião depois e não queira fazer psicologia e estética (Letras e História são os meus amores, não vou largar essas duas faculdades).
A discussão que eu quero mesmo provocar não é a questão das faculdades, é a questão de ser mais tranquila. Em mim, a frase “Relaxa!” tem o efeito oposto do que ela quer dizer. Escuto essa paroxítona trissilábica e fico mais nervosa, sei lá por qual razão. Não sei como relaxar. Não tenho paciência para meditações profundas, eu gosto de agitações. Se alguém souber uma receita ou uma dica para relaxar, por favor, seja legal com a coleguinha aqui e me dê.
O Fefo falou outra coisa que também me fez pensar: que, às vezes a gente passa por tanta coisa que o jeito é não ligar. Eu queria ser assim. Já passei por várias coisas que poderiam ter feito com que eu virasse uma pessoa “que se dane tudo”, não sei por qual motivo não virei. Talvez a força suprema que governa o Universo queira que eu termine como a D. Maria I – totalmente louca. Ahn, e quando eu falei que Clarice Lispector dizia tudo o que eu queria dizer, que, se ele quisesse conhecer a minha mente era só ler Clarice, o Fefo reafirmou: “É, você vai surtar”.
Vou encerrando esse post por aqui com uma mini epifania: será que eu estou virando uma espécie de workaholic dos estudos, será que eu estou sobrecarregando minha vida profissional por causa de frustrações na vida pessoal? O que vocês acham? Eu não sei de nada. Só sei que vou agora para poder acordar cedo amanhã para poder ir ao shopping pra poder exercer meu lado shopaholic comprando Melissas em promoção (não resisto! Um modelo que eu queria que tava uns 100 reais tá por 40!!). Ah, já sou cabeçuda demais, tenho direito ao lado fútil da vida de vez em quando.

3 comentários:

  1. Estética? Ah! Que é isso... Depois de intelectualizar-se em Letras, História e Psicologia, vai surtar e fazer ESTÉTICA, a rainha-mor da superficialidade? Ah, vai!

    Curiosidade: Meu irmão vai cursar Psicologia, isso em 2012 (pois ele está no 2º ano do Ensino Médio); e eu, de quebra, vou cursar juntamente com ele. Nota: sou mestrando em História.

    Mas... ESTÉTICA? Não que eu ache (acho sim) que o intelectual é nobre e o estético é pobre, mas... não é lá muito uma ciência muito espiritual... Entende? Tire isso da cabeça! rsrsrs

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  2. hahahaha
    adorei o comentário do Dayher!!! rsrs

    E realmente, não imaginava q vc fosse querer fazer estética!

    Mas olha, vc tem que tomar cuidado pra não ser daquelas pessoas que são eternamente estudantes... conheço gente assim: que estudou a vida toda e nunca arranjou um emprego decente, que depende de mesada da mãe (e o ser tem mais de 40 anos!).
    Já meu pai é o tipo de pessoa que GOSTA de estudar, sente falta de estudar... ele tá SEMPRE fazendo algum curso, de língua, de fotografia, de filosofia, mestrado, pós graduação...Mas faz isso paralelamente ao trabalho, o que exige ainda mais. Mas ele consegue, sem surtos.

    Eu só acho que você não deveria programar taaanto a vida assim... lembra que no 1o ano o John já falava que aos 20 e poucos ia tá ganhando quase 30 mil, já teria 4 filhos aos 30 anos e blablabla?! Bom, eu sempre admirei muito isso, mas não acho certo, já que o destino é incerto! Claro que você deve ter algo em mente, um pequeno roteiro a seguir, mas se acontecer algo que mude isso, como vc vai reagir?! Tem que ter sempre um plano B, uma alternativa, tanto pra algum acontecimento qualquer que mude o rumo quanto pra uma simples mudança de opinião...
    Anyway, to cansada e acabadinha e essa foi só minha segunda semana de aula... Já sei que EU não vou ser eterna estudante ;D rs
    X

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  3. Eu ODEIO admitir isso, mas tenho um lado fútil muito grande (a Carol sabe disso). Não consigo ser só intelectual...

    E não quero ser uma eterna estudante no sentido de estudar até os 40 e viver de mesada da mamãe... Eu quero ser como o seu pai (aliás, seus pais são grande inspiração pra mim KK).

    Beijos

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