segunda-feira, 21 de junho de 2010

A escrita

 No mangá “Princess Ai”, a personagem-título diz: “Só me importo com uma coisa: achar um jeito de salvar meu mundo. Talvez o poder da minha música possa ajudar...”. Comigo acontece quase a mesma coisa; a diferença é que, ao invés da música, eu tenho a escrita. Escrever é algo incrível, principalmente porque nem sabia que sabia escrever bem. Ter um texto com uma boa estrutura é fácil: é só ter um bom professor como eu tive (beijo, Janice!). Ter algo a dizer e dizer isso de forma interessante é que era meu problema. Acho que agora, devido às minhas 500 epifanias por dia, tenho algo a dizer, senão para vocês, para mim mesma. O escritor raramente escreve para os outros. Geralmente ele escreve para que aquela ideia simplesmente pare de atormentá-lo e para que ele possa ter alguns minutos de paz até que outra ideia venha perturbá-lo. Eu não mais tenho pretensões de escrever livros e ganhar prêmios, como eu queria aos 13 anos. Hoje eu só quero me expressar. Tenho essa necessidade dentro de mim, não é algo que eu me forço a fazer. As palavras simplesmente saem! E elas estão saindo cada vez mais, estou virando uma escritora compulsiva; escrevo praticamente um texto a cada dois dias!!
Quando a Pitty foi no “Irritando Fernanda Young”, achei muito interessante pois elas disseram que a mente artística trabalha melhor na tragédia; talvez seja pelo que escrevi há alguns posts atrás: a tragédia lança uma luz sobre a situação e faz com que você enxergue coisas que não conseguia antes. Seja lá pelo motivo que for, concordo com elas. Eu não escrevia até minha pequena tragédia acontecer. Será que devo agradecer por tudo? Acho que fiquei um pouco mais inteligente, mas isso talvez não seja bom... Por quê? Bem...

Toda essa ideia de “Burros são felizes” quando eu tava no segundo ano do Ensino Médio. Um dia a professora de português chegou na sala e um amigo comentou: “Nossa, professora! Tá bonita hoje, hein!!” Aí ela virou: “Eu fiz quatro anos de faculdade pra você elogiar minha beleza, João?” A partir daí ela começou um discurso sobre inteligência X beleza e, no fim, disse que as pessoas inteligentes são mais infelizes pois elas acabam pensando sobre mais coisas e às vezes descobrem verdades aterrorizantes. “Ou seja, bonitos (ela chamava a gente de “bonitos” e “bonitas”): sejam burros!” Eu adoro essa professora, mas infelizmente tive que vir pra faculdade e deixar ela no colégio... Enfim. A questão é: fiquei mais inteligente quando ser mais burra poderia ser o ideal para sofrer menos. Que se dane. Desde que eu possa me expressar através das palavras, ou seja, desde que eu tenha essa minha válvula de escape – a escrita – eu vou ficar bem!

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