quinta-feira, 8 de julho de 2010

"All you need is love". Será??

Antes que alguém comece a dizer que eu sou uma pessoa que não entendeu a letra dos Beatles, eu SEI que essa música fala sobre o amor fraternal e não sobre o amor romântico. Mas, depois de ver o vídeo "Não faz sentido - Crepúsculo" (link abaixo), parei pra refletir sobre o romance de um modo geral e vi que as pessoas - assumo que me incluo nesse grupo - acham que tudo o que você precisa é o amor romântico.

Outro dia estava conversando com uma amiga e a gente estava discutindo o fato de que em 99,9% dos filmes, livros e afins algum romance aparece. Mesmo não sendo uma questão central da trama, o amor romântico tem que se fazer presente. Tente lembrar de um filme que não tenha NENHUM romance. Você pode até encontrar, mas vai ser uma certa dificuldade. "Dr. Strangelove" não tem. "Procurando Nemo" não tem. Mas "O rei leão", "Toy Story", "Armageddon", "V de Vingança", entre muitos outros, têm. No mainstream (o contrário de underground), é mais difícil você encontrar um filme que não tenha nenhum beijinho, nenhuma troca de olhares, nenhuma sedução. Mas nem os filmes cults estão imunes ao romance.

Eu nunca fui fã ardorosa de "Crepúsculo". Li todos os livros, vi os filmes e acho o Edward um fofo sim. Mas tenho plena consciência de que ele, assim como o Jack de "Titanic" ou o Romeu, é um PERSONAGEM FICTÍCIO. O problema é que a mídia joga pra gente que é comum ter um príncipe encantado como namorado/marido e quem não tem - todo mundo, porque isso só acontece na ficção - acaba se frustrando e vivendo infeliz na busca de uma ilusão. Nada vai nos trazer felicidade o tempo todo (assim como nada vai nos trazer tristeza o tempo todo).

Confesso que estou morrendo de medo de amar de novo. Não quero me magoar de novo, mas o sofrimento é inerente à vida e aos relacionamentos. Eu tava conversando outro dia com minha prima e ela disse algo que fez com que eu respondesse: "Tudo bem, eu não acredito em mais ninguém nem espero nada de pessoa alguma.". Ela disse: "Ai, Ju! Não é porque você teve uma séria decepção amorosa..." "Line, não foi UMA sériA decepção amorosa; foi uma sériE DE decepções amorosas." Vou deixar de amar pra não sofrer? Não. Me sinto como um marinheiro que ama o mar, mas que foi vítima de um naufrágio terrível e agora receia voltar a navegar. Ele pode ver se algum erro foi seu e aprender com o erro. Mas pode também ficar ficar tão emocionado que pode ignorar tudo o que aprendeu e cometer os mesmos erros, por mais que não queira naufragar outra vez.

Sei lá como vou amar de novo. Só espero que tenha aprendido alguma coisa, pra que nada disso tenha sido em vão. Não quero encarar o amor como a coisa mais importante da minha vida. EU sou a coisa mais importante da minha vida.

Ps: comecei falando de uma coisa e terminei falando de outra. Mas a mente não tem um fluxo linear de pensamentos, então relevem isso. É licença poética ;P

Link do vídeo "Não faz sentido - Crepúsculo"
http://www.youtube.com/watch?v=2Lp7XO6oWCM

Um comentário:

  1. Engraçado vc falar do lance do "príncipe encantado" que tem que ter em filmes, principalmente os que tem o romance como ponto alto... eu tava conversando semana passada com a minha tia exatamente sobre Crepúsculo (ela foi ver no cinema no dia da estreia) e ela falou que o filme é legal, o livro a deixou encantada mas são aquele tipo de coisa que você SABE que é ficção, porque (palavras dela:) "com uns 30, 40 anos, vc realmente aprende que isso não é real"
    E eu falei na maior naturalidade que já aprendi, de uma maneira não muito agradável, que príncipes, no caso vampiros, encantados não existem; mas de qualquer maneira, é ótimo ver essas histórias e ficar fantasiando mil coisas...

    Enfim, assim como 99,9% dos filmes tem algum romance, alguns momentos da nossa vida também têm. E não era isso que eu ia falar... rsrs Eu tava lembrando da nossa observação também de que um filme pra ser "LIIINDO" (como as pessoas geralmente comentam) TEM que ter alguém que morre! hahaha
    E sinceramente, isso não faz parte da vida também?! Quantos (des)amores e mortes temos que enfrentar... a ficção nos ajuda a encarar as dificuldades de uma maneira mais leve, os baques ficam suavizados...

    Enfim, adoro discutir ficçãoXrealidade (lembrei do filme que a Janice passou pra gente do Harold Crick e até hoje eu não vi!!! hahaha)

    See ya
    XX

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