Eu tinha prometido um texto sobre meus professores e aqui está ele.
Heidrun (Teoria da Literatura I) - a vovó fofinha alemã que de carrasca só tem o nome. Confesso que não conseguia prestar muita atenção na aula pois seu ritmo é um pouco devagar... Por exemplo: ao lermos uma passagem de um texto, ela para praticamente a cada frase. "Santiago Nasar entrou na casa." "Ok, parra porr aí. U que qui aconticeu?" Silêncio na turma. Até que uma pessoa fala: "Santiago Nasar entrou na casa". "Isso, thá?". Da sua aula eu não gostava muito, mas dela mesmo eu gosto. Só dá aula de Teoria da Literatura, então é difícil que peguemos mais aulas com ela.
Cláudia (Português Padrão) - a mais divertida, que mais zoou com a gente nas aulas. Adoro seus exemplos esdrúxulos, pois sempre que precisa de um verbo intransitivo usa "morreu". Então saem coisas como "O livro morreu" e afins. Ela sempre mata alguma coisa inanimada em cada aula. É meio disléxica (rs) e sempre diz coisas tipo "Então na aula passada a gente corrige o exercício" ou "Ontem eu trago isso pra vocês". Felizmente também dá aula de Produção do Texto II.
Bonelli (O Humano e o Fenômeno Religioso - tamos na PUC, né?) - 98% da turma não gostava da aula dele e mudou a sua concepção sobre o professor no último dia, na confraternização/avaliação do curso. Ele levou um poema e uma oração pra gente. Foi super fofo – desculpa se eu uso muito esse adjetivo pra descrever meus professores, mas é que quase todos de fato são muito fofos! Passou 4 meses falando sobre símbolos religiosos, escrevendo o livro todo no quadro e, claro, citando Rubem Alves (o autor de “O que é religião?”, obra adotada e falada à exaustão nas aulas). Foi o professor mais zoado pela Júlia.
Eliana Yunes (Formação do Leitor) - como diz a Júlia, Eliana Yunes voa. Ela é simplesmente DEMAIS, faz tanta coisa que realmente só falta voar. É diretora da Cátedra UNESCO de Leitura da PUC - Rio, parece que já leu todos os livros do mundo e tem 14mil títulos na sua biblioteca particular!! Fala mansamente, é uma das professoras preferidas de 9 entre 10 alunos de Letras, é super requisitada e deixa todo mundo boquiaberto com sua inteligência e cultura. Quando ela disse que o Umberto Eco – autor do clássico “O Nome da Rosa” – era uma pessoa leve, pois mostrava toda a erudição e cultura dele sem cansar as pessoas, ficamos pensando: nossa! Se o Umberto Eco (que já deu aula na PUC na década de 70!!) é muito mais erudito e culto que a Eliana, a gente deve cumprimentar ele se ajoelhando e beijando seus pés!
Clarissa Ewald (Inglês 4) - É, sem dúvida nenhuma, a professora mais gente boa que já tive – provavelmente na minha vida inteira! Ela chega de bom humor na sala, nunca brigou com aluno, fica feliz quando algum aluno acerta as questões, conhece e respeita as limitações de cada um, mas sempre tentando melhorar o inglês dos seus alunos. Se eu entrava triste na sua aula, com certeza saía melhor. Foi a melhor professora de inglês que eu já tive, mas infelizmente, ela não dá nenhuma outra aula na PUC. Meu inglês melhorou MUUUUUITO graças à Clarissa.
Helena (Introdução à Linguística) - a professora de lingüística que segue rigorosamente a apostila. Baseia suas aulas, sua prova e as respostas que você tem que dar na apostila. Tem um sotaque que é uma incógnita, porque não é carioca, nordestino, paulista... É algo meio de outro mundo. Nem ela sabe de onde é o sotaque. Gostei bastante das aulas dela – MESMO! Não é só porque estou escrevendo num lugar público -, apesar de ela ser um pouco repetitiva e dar algumas longas voltas para explicar algumas coisas básicas.
Valéria Medeiros (Teoria da Literatura I - Romance Policial) - a segunda melhor professora que já tive. Especialista em Romance Policial, tem uma tatuagem do Batman nas costas e está no seu segundo pós-doutorado aos 42 anos! Extremamente verborrágica, fala as duas horas de aula e mais. Sabe de tudo um pouco – ou, melhor, sabe muito de tudo – e me fez pensar na minha tese de doutorado!!
Vou ter aula com alguns ainda (Valéria, Helena e Cláudia), mas sentirei saudades dos outros - mesmo daqueles que não gostava da aula... Mas é o maldito ciclo da vida. Não vou entrar no assunto da nostalgia de novo, mas é exatamente o que acontece...
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