segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ferds Moranguinho VS. Baby Blue

A professora Valéria Medeiros, minha 2ª professora favorita (só fica atrás do Guilherme Sabatini, “meu querido professor de história”), está, aos 43 anos, fazendo seu 2º pós doutorado, no qual está trabalhando a questão do duplo nos romances policiais – tecnicamente, o criminoso é o duplo do detetive. Isso nem é uma noção tão complexa de entender, mas ela explicaria beeem melhor que eu, então nem vou me dar ao trabalho de tentar elucidar essa ideia, até mesmo porque tenho medo de falar alguma besteira a respeito do trabalho dela. Enfim. Como ela sempre fala bastante sobre essa questão do duplo, quero começar a linha de raciocínio desse post por uma afirmação que ela fez e com a qual concordo plenamente: somos a priori duais (faz parte da natureza humana ser dual, duplo, contraditório e paradoxal). Ora, se o ser humano é dual, eu não sou louca e meus heterônimos são apenas uma definição mais nítida dessa dualidade.

Vejo meus heterônimos como aqueles anjinhos e diabinhos que ficam nos ombros dos personagens de desenhos animados. E não adianta mentir pra mim: eu sei que você que está lendo esse texto tem um diabinho e um anjinho na sua cabeça. Não somos só bons ou só maus, não somos só felizes ou só tristes, não somos, sei lá, doce ou salgado, dia ou noite, quente ou frio, família ou amigos, TV ou livro ou internet... Nossa sociedade é obcecada com o “ou”. NÃÃÃO!! Parem com isso! Não somos “ou”, somos “e”. Imagine sua vida só comendo doce; agora imagine sua vida só comendo salgado. Imagine que os dias fossem eternos; agora imagine que as noites fossem sem fim. Seria insuportável viver dessa maneira. A graça é ter uma oposição para não cansar de um determinado elemento.

Apesar de pensar isso, tento suprimir ao máximo meu diabinho interior, a Baby Blue – porque eu não sou louca a ponto de gostar de ficar triste, embora saiba que a tristeza é um sentimento inerente ao ser humano. Enfim. Para poder tentar controlar mais minhas personalidades, tentei descobrir um pouco mais de ambas e fiz um pequeno raio x de cada uma:

Ferds Moranginho (anjinho)

Minha parte feliz, alegre, que não se importa em parecer idiota. Boas perspectivas de futuro.

Músicas preferidas:

• “Who Knows” – Avril Lavigne
• “If you want to sing out, sing out” – Cat Stevens
• “It’s my life” – Bon Jovi
• “Forever Young” – Cash Cash
• “Backin Up song” e “Bed Intruder Song”
• Todas as do “Comédia MTV” (minha preferida é a “Gaiola das cabeçudas”)
• “Semana que vem” – Pitty
• “I believe in miracles” e “What a wonderful world” – Ramones (eu sei que essa segunda música é do Louis Armstrong, mas prefiro a versão dos Ramones =D)

Livros preferidos:

• Qualquer um da Marian Keyes (a autora de “Melancia”)
• Qualquer coisa meio revolucionária e divertida, tipo mash up literário (“Orgulho e preconceito e zumbis”, “Jane Austen – a vampira”) ou livros históricos engraçados (“1808” e “O Chalaça”)

Frases e pensamentos recorrentes:

• Curta a vida porque ela é curta;
• Não deixe que o medo de perder te impeça de jogar;
• Pra que gastar o pouco tempo que eu tenho aqui chorando, se posso estar rindo?
• “Just keep on laughin’ / there’s always a brand new day”
• Quando a vida te decepcionar, continue a nadar, continue a nadar…

Personagem/personalidade que mais traduz esse meu lado: Luna Lovegood (“Harry Potter”)

Melhor qualidade: bom humor

Pior defeito: confiar demais nas pessoas


Baby Blue (diabinho)

Minha parte depressiva, cansada da vida, que aparece, na grande maioria das vezes, quando eu estou sozinha. Presa às consequências do passado (só para deixar BEM claro: EU NÃO GOSTO AINDA DO MEU EX, NÃO QUERO MAIS NADA COM ELE NEM NADA DO GÊNERO. Algumas pessoas enchem meu saco dizendo que eu ainda estou a fim dele, mas isso NÃO É VERDADE!! A Baby Blue sente falta de uma companhia, não dele, ok? Vocês podem parar de encher o meu saco agora? Obrigada)

Músicas preferidas:

• “Unwell” – Matchbox twenty
• “I think I’m paranoid” – Garbage
• “Jesus of suburbia” – Green Day
• “Hold on” – Good Charlotte (obrigada, Joel e Benji Madden! A música de vocês me deu MUITA força!)
• “I’m just a kid” e “Perfect” – Simple Plan
• “Pulsos” e “Fracasso” – Pitty
• “Poison Heart” – Ramones

Livros preferidos:

• Qualquer coisa de Clarice Lispector;
• “O retrato de Dorian Gray”

Frases e pensamentos:

• Ó ser que governa o Universo, o que tu tens contra mim?
• Qualquer frase da Clarice
• “M... – eu disse ao espelho -, o que eu posso fazer se você não gosta de mim?” – Gabriel García Márquez
• “But I’m not crazy, I’m just a little unwell”
• “Do you think I’m wasting my time doing things I wanna do? / And it hurts, to know you disapprove all along”
• Do I believe in life after love? (“Do you believe in life after love?” é o nome de uma música da Cher – ou, como diria Katylene, da deusa Cher)

Personagem que mais traduz esse lado de mim: Funérea, do desenho animado da MTV “Fudêncio e seus amigos”

Melhor qualidade: não é tão ingênua quanto a Ferds e é geralmente ela quem tem as epifanias

Pior defeito: é egocêntrica e relativamente hipocondríaca

Espero que essa divisão me ajude em alguma coisa :D

4 comentários:

  1. Oh seres paradoxais e intensos, que bom que existem! haha

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  2. Oi Ju, infelizmente não estou conseguindo entrar sempre!
    Mas sempre que tenho um tempinho eu leio seus posts :)
    Parabéns!
    Ah, eu coloquei um link de um post seu no meu blog, não sei se você viu.
    Beijos,
    narradorapersonagem.blogspot.com

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  3. Ah, o que seria de nós sem os dualismos!?
    Concordo, plenamente com você. A vida não teria graça nenhuma.

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  4. Vi sim, comentei lá! Obrigada pela menção!
    Infelizmente também, eu não tenho muito tempo de entrar no www.narradorapersonagem.blogspot.com, eu nem tô com tempo direito de entrar no meu próprio blog rsrsrsrs

    Beijos

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