segunda-feira, 8 de agosto de 2011

I’m sorrry, I can’t be perfect. Mas quem disse que eu queria ser?

E quando eu achei que todas as epifanias tinham ido embora...

Ontem eu tava vendo “A princesa e o plebeu”, primeiro filme da Audrey Hepburn e único pelo qual ela ganhou o Oscar de melhor atriz, e, com uns 15 minutos de filme, eu já tava morrendo de vergonha alheia pela Audrey. Olha, eu ADOOOORO ela, ela é minha atriz preferida, ela é diva, linda, incrível, era engajada e tudo o mais... Mas convenhamos: ela não sabe fazer uma cena de choro!!! Tá, eu não sou atriz e não sei se, no lugar dela, eu conseguiria fazer algo melhor. Mas é justamente por esse motivo que eu não me atrevo a ser atriz rs.

Eu não acho que isso – não saber fazer cenas de choro – seja um daqueles defeitinhos charmosos, tipo a miopia do Cameron Mitchell (o participante fooooofo de “The Glee Project”) ou o olho maior que o outro do Kurt Cobain (o que, aliás, eu acho que só funciona pro Kurt Cobain hahahaha). Mas isso mostra que a Audrey era bem como as personagens que ela interpretava: imperfeita. Eu vejo muito dela nessa princesa que ela interpretou no seu primeiro filme. Ambas tinham que ser perfeitas e regradas e não podiam ter um bad day. Imagina se você acorda com uma TPM tensa e só tá com vontade de ficar trancada no quarto vendo filmes baseados em livros do Nicholas Sparks enquanto devora uma tigela de pipocas, duas barras de chocolate, Trakinas, alguns pacotinhos de amendoim e uma garrafa de 2,75l de Coca. Se você for perfeita, these days are gone, honey. Nada de TPM, nada de reclamar que aquela Melissa di-vi-na tá massacrando o seu pé e que o seu maior desejo naquele segundo é brincar de “arremesso de Melissa à distância”, nada de deixar o esmalte descascar, nada de frizz nos dias chuvosos, nada de chegar com a cara inchada na escola/faculdade/trabalho de tanto que chorou na noite anterior vendo o penúltimo episódio da segunda temporada de “Glee” – aliás, quando se é perfeita, para quê perder tempo com uma série que retrata a vida dos losers? É, amiga, ser perfeita deve ser muuuuito boring...
Eu não tenho paciência para grandes divas da música – tipo Mariah Carey, Whitney Houston, Beyoncé, a própria Amy Winehouse, Celine Dion etc etc etc. Eu não gosto das vozes delas. Todo mundo elogia demais a Joss Stone e a Alicia Keyes, mas eu detesto as vozes delas (eu tenho a sensação que tem algo preso na garganta delas quando elas cantam). Mas as minhas cantoras e bandas preferidas não são as melhores do mundo e eu tenho plena consciência disso. Eu tenho vergonha alheia pela Avril algumas vezes – tipo, eu a venero muito, mas acho que ela deveria parar de fazer voz fina... A voz dela nos primeiros CDs tava tão legal... O que aconteceu do “The Best Damn Thing” pra cá? Anyway. A questão é que, aparentemente, o que me incomoda é justamente a perfeição. Eu não ligo pra Brad e Angelina, sou mais Johnny Depp e Winona Ryder (pra quem não sabe, eles namoraram no início dos anos 90).
Lendo uma reportagem na Monet desse mês, vi que os perfeitos não estão com nada. Pegue os filmes “infantis” da última década e veja o que eu estou dizendo. Shrek, Meu Malvado Favorito, Tá Chovendo Hambúrguer, Monstros VS. Alienígenas, Enrolados (onde o “príncipe” é o ladrão Flinn Ryder – ou José Bezerra, se preferir), Kung Fu Panda, Madagascar (não tem mais loser que o Melman!) entre muuuuitos outros. Tudo isso só mostra que talvez finalmente tenhamos parado de tentar o impossível – sermos perfeitos – e decidimos ser felizes com o que temos, com menos princesas e príncipes dançando em bailes entediantes e com mais ogros e ogras brincando na lama.

4 comentários:

  1. Juuu,
    o perfeito é superestimado, é inalcançável e é chato. Sério. Digo isso porque, infelizmente, passei muito tempo tentando ser perfeita pra alguém, e nada era suficiente. Então quero que se dane o padrão de perfeito que foi ditado pra nós. haha Não procuro por perfeição, procuro felicidade.

    Beijos, liiinda.

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  2. Eu concordo. Todo mundo fica tentando ser perfeito , mas o "perfeito " não existe. O perfeito é tudo aquilo que você quer ser e as pessoas tem as mentes tão fechadas que não enchergam que a verdadeira perfeição está nad diferenças. Lindo blog, Beijos

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  3. É aquela velha coisa: De perto, ninguém é perfeito! Além do mais, hoje em dia perfeição não existe nem mais nos cinemas e nem nos livros, até algumas modelos tem algumas imperfeiçõezinhas! Vamos celebrar o iNperfeito! XD

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  4. Minha querida Ju!

    Só tenho te abandonado nos comentários, porque sempre que posso visito seu blog.
    Agora, tive que parar e comentar! Haha, realmente, adoro ser imperfeita e morrer de chorar com os romances do Nicholas Sparks, lavar a cara e ver meu pai fazendo gracinhas com o monstro que viro depois.

    Acho que o mundo resolveu recorrer à verossimilhança.

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