“But I have to be sure when I walk out that door
Oh how I want to be free, baby
Oh how I want to be free
Oh how I want to break free”
“I want to break free” - Queen
Ganhei de aniversário de 18 anos da minha mãe o livro “Monster High”, cujas personagens principais são Melody Carver, uma menina normal que vive um pouco à sombra da irmã linda, e Frankie Stein, bisneta do monstro Frankenstein, criada em laboratório pelos pais Vik e Viv. O pai de Melody, um cirurgião plástico, conseguiu transformar o nariz da filha, que tinha o “simpático” apelido de “Tromba”, num nariz perfeitinho, retinho e talz. Melody queria que as pessoas pudessem gostar dela sem que ela precisasse mudar de rosto. Frankie queria poder se mostrar ao mundo tal como era: verde-menta, com suturas e eletrodos, sem a maquiagem rosada ou as echarpes que os pais a obrigavam a usar.
Frankie não podia se mostrar ao mundo tal como era para a sua própria segurança. As pessoas não viam que, por trás das suas características físicas diferentes, existia uma menina normal, que gostava de Lady Gaga, lia Seventeen e gostava de estar na moda. Se decidisse mostrar sua real identidade, o que de fato chega a acontecer em determinadas partes do livro, Frankie seria reduzida a um monstro verde-menta com suturas e eletrodos. Iria assustar os normies, que sentiriam medo pela aparência de Frankie, associada a coisas ruins pela sociedade.
Melody também é um caso interessantíssimo para se estudar, mas prefiro ficar presa apenas ao caso de Frankie nesse post. Quantas vezes vemos alguém escondendo o seu verdadeiro eu por medo do que a sociedade pode falar? Se você é negro, índio, japonês ou árabe e é discriminado por isso, não tem muito como esconder esse fato para fugir dos julgamentos da sociedade. É uma característica física, é muito mais difícil de fugir. Mas e quando vemos pessoas escondendo sua orientação sexual? Sua religião? Falando rapidamente desse segundo caso, é meio complicado pensarmos em perseguições religiosas, porque, pelo menos em teoria, vivemos num país que nos deixa ter qualquer religião que desejarmos. Talvez você seja olhado meio tortamente se tiver uma religião diferente do catolicismo (porque o que a gente mais vê é preconceito contra evangélicos, que também são cristãos e são reduzidos sempre a uma ou outra denominação meio extremista e, ahn, duvidosa). Mas você dificilmente será morto pela sua opção religiosa.
O que nos leva ao primeiro ponto: as opções sexuais diferentes da heterossexualidade. Quantas vezes já vimos notícias de casais homossexuais que foram expulsos de recintos fechados? Quantas vezes lemos em algum lugar que mais um gay foi morto apenas pelo fato de ser gay? E quantas vezes vemos pessoas que, como uma amiga minha disse, dizem não ter preconceito, mas, na verdade, têm? Ser diferente nessa sociedade preconceituosa e massificada é complicado e perigoso. Eu ADORARIA levantar a bandeira “saia do armário e seja feliz”, mas sei que muitas pessoas teriam suas vidas transformadas num verdadeiro inferno se decidissem assumir sua sexualidade. Eu faço como John Lennon e imagino todas as pessoas vivendo num mundo de paz, mas já desisti há muito tempo de acreditar que esse mundo possa um dia se tornar realidade. É simplesmente impossível fazer com que mais de 6 bilhões de pessoas com culturas tão diferentes pensem exatamente da mesma forma ou “tolerem” o mesmo tipo de atitudes.
Se você está lendo esse post e tem algum tipo de preconceito contra quem não é heterossexual, pare e pense, sério. Qual o mal que os não-héteros trazem pra sociedade? Eles estão matando? Eles estão roubando? Eles estão vendendo TriBala e amendoim no ônibus? Eles estão financiando o tráfico de drogas? Garanto que se um homossexual, bissexual, transexual etc. fizer alguma dessas coisas, não será porque ele é homossexual, bissexual, transexual etc. Fala sério, gente. A opção sexual de um indivíduo deveria ser um assunto a interessar apenas as pessoas mais próximas do indivíduo em questão. Se X gosta de homem ou mulher ou os dois, o que eu tenho a ver com isso? Por que algumas pessoas se sentem tão... ultrajadas quando vêem um casal de pessoas do mesmo sexo se beijando? Por que não é natural? TVs, celulares, tintas de cabelo, esmaltes, computadores e McDonald’s também não são naturais. E aí? Vai parar de ir ao salão e defenestrar sua TV por isso? Vai voltar a viver na Idade Média? Porque, quando você usa esse argumento – “não é natural” – num mundo tão artificial como o nosso é hoje em dia, você acaba mostrando que ou você é um ser totalmente contraditório ou que você tem uma mentalidade medieval – ou os dois, né?
Para terminar, gostaria de transcrever um diálogo das páginas 258 e 259 do “Monster High”:
“Por que foi que você simplesmente não fez de mim uma normie?
Viktor deu um suspiro. – Porque não é o que somos. Somos especiais. E temos muito orgulho disso. Você deveria sentir a mesma coisa.
- Orgulho?! – Frankie pronunciou aquilo de um jeito cuspido, como se a palavra estivesse encharcada de removedor de esmalte. – Como é que posso ter orgulho quando todo o mundo me manda ficar escondida?
- Eu a mando esconder-se para que você fique segura. Mas, apesar disso, você ainda pode sentir orgulho do que é – explicou ele, como se as coisas fossem realmente simples assim. – O orgulho precisa vir de dentro e ficar com você, não importando o que as pessoas digam.”
Acho que essa conversa dispensa qualquer tipo de comentário da minha parte =D
Olá..
ResponderExcluirme interesso muitos pelos seus textos..
parabéns..
simplesmente perfeito teu blog.
ResponderExcluirgostaria que visitasse meu cantinho...
www.lugardistante.blogspot.com
desde ja agradeço. E um grande abraço.
Ah, você tem que me passar seu MSN!
ResponderExcluirBeijos!
Eu não tenho preconceito com essas coisas não. Aliás, respeito todo mundo e também gosto de ser respeitada. :P
ResponderExcluirhttp://thaisacorrea.com/b/
Muito interessante esse texto também. Aborda vários temas,poderia comenta-lo de diversas formas. No entanto, percebi uma idéia central, uma idéia que engloba tudo. A mente humana, a psicologia humana. Algo que me fascina e, portanto, não poderia deixar de comentar.
ResponderExcluirAntes de tudo, queria ressaltar um argumento do texto muito interessante: o orgulho. Acredito que tudo em excesso faça mal e com o orgulho não é diferente. Porém, é fundamental que o tenhamos. Para uma pessoa viver bem, ter felicidade e inclusive sanidade é mais do que necessário que ela goste de si mesma e portanto seja você mesma naturalmente.
Agora, com relação a outro forte argumento: a sexualidade e opção sexual.
Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que sou heterosexual e que não tenho nenhum preconceito ao homosexualismo.
Eu tenho uma teoria interessante a respeito dessa existencia do preconceito ao homosexualismo. Uma idéia crítica, que a meu ver, se encaixa bem.
Que tal analisar a palavra "homossexual" primeiro?
Tudo o que você vai descobrir a respeito do significado dessa palavra é: pessoa que se sente atraída fisicamente ou emocionalmente por alguém do mesmo sexo. Nada mais. Nada além. Isso é ser homossexual.
Talvez vocês não tenham percebido...mas o ponto onde eu quero chegar é de que o homem homossexual não precisa ter atitudes femininas para ser homossexual. Bem como a mulher homossexual não precisa ter atitudes masculinas para ser homossexual. É o que vulgarmente chamamos de "bicha" e "sapatão". E muitos homossexuais são assim. E é aí que acontece o problema. Tenho certeza que pelo menos mais da metade do preconceito que existe aos homossexuais são por esta causa...e não pelo fato da própria homosexualidade em si. O ser humano tem que entender que existem coisas que não dá pra fugir muito ao natural. Quer a gente queira ou não somos animais e ainda por cima mamíferos. E nos mamíferos as atitudes do macho são muito bem definidas, estabilizadas. Assim como as da fêmea. Apartir do momento que o ser humano questiona isso, apartir do momento que o ser humano tenta quebrar este "tabu", certamente isso irá dar problemas. Analisando por estes fatos que a discriminação é uma consequencia óbvia. Que haverão preconceitos, pessoas envergonhadas, com medos e etc.
Bom, escrevi demais...rsrsrs
Acho que já me fiz entender.
Beijos Ju!
é, realmente a maioria dos meus textos são meio poéticos.. mais que bom que você gostou.
ResponderExcluire já estou seguindo seu meu anjo.
um abraço.
Li esse livro em menos de uma semana, e me deixou ansiosa pelo próximo! Frankie é perfeita, pois se recusa de toda forma em não ser aceita por ser quem é, luta a todo custo para que os as diferenças sejam não só vistas, mas também aceitas!
ResponderExcluirP.S. As bonecas são lindas!
muito bom muito bom!
ResponderExcluireu, particularmente, sou a favor da visibilidade na luta contra o preconceito.
concordo com o que a Amber Heard disse quando estava saindo do armário: se voce esconde alguma coisa, por mais que tenha os melhores motivos, é porque tem vergonha.
"this is who i am and who i love"
http://www.youtube.com/watch?v=iGS8Vhe2kn4 --- assista a partir do 2:35. muuuito bom o que ela fala!
Anônimo: obrigada mesmo! Só uma coisinha, se você comentar de novo, deixa seu nome, ok? =)
ResponderExcluirLorena: adorei seus textos poéticos, tô seguindo já!
Autora: já deixei lá no seu blog!! Saudades de vc por aqui!
Thaís: também adorei seu blog! Volte sempre, viu?
Ian: cara, tu deveria criar um blog, já que vc escreve quase um outro post em cima do meu hasuhsauhsa Olha, eu concordo com você em algumas coisas, mas discordo em outras. Tipo, não sei se o problema é realmente gays que agem afeminadamente ou lésbicas que agem de forma masculinizada. Eu conheço lésbicas que a maioria das pessoas NUNCA diria que são lésbicas exatamente porque elas são todas fofinhas e menininhas e talz e elas sofrem preconceito do mesmo jeito. O problema é sentir atração por alguém do mesmo sexo (acredito que por uma questão religiosa, mas isso já é assunto para um outro post). E não sei, somos mamíferos, mas pensamos, o que é um fator que deve sempre ser levado em conta. E mesmo entre os animais há casos de homossexualismo!
Senta-lah: siiiiiiiim! Eu comprei esse livro pela capa e tô muito ansiosa pelo segundo! E EU QUERO TODAS AS BONECAAAAS!
Carol: Não sei se é bem vergonha, acho que é mais medo mesmo... Eu entendo perfeitamente que algumas pessoas simplesmente NÃO PODEM sair do armário. Infelizmente. Ah, e vou ver o vídeo sim!
Gente, fiquei muito feliz de saber que vocês pensam mais ou menos como eu nesse assunto! Obrigada por exporem suas opiniões por aqui!
oie ! eu ammmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmo muito a .
ResponderExcluirfrankei e quero uma de natal tchau . bbjsss